Recebi de Maurício Andrés o texto abaixo que se refere a uma entrevista para a revista “Planetapontocom”.
Agradecemos à Silvana Gontijo a gentileza de nos
ceder a entrevista para ser publicada neste blog.
“Para as
próximas gerações será cada vez mais vital ter não apenas conhecimento
especializado, mas sim uma consciência holística e integral sobre a
água. Resultado de uma autoria coletiva composta por Maria Helena,
Aparecida e Maurício Andrés, o livro A água fala traz a água como primeira pessoa do singular,
como se a narrativa fosse contada por ela.
Dividido
em cinco partes, o título descreve uma viagem pelo ciclo completo da água no
ambiente, seu movimento, sua presença nos corpos vivos, na cultura e as questões
relacionadas com o seu uso. A obra, permeada por ilustrações da artista Maria
Helena Andrés, uma das autoras, é dirigida aos jovens numa linguagem sintética
e poética.
Na
primeira parte, o leitor é convidado a se aproximar da água e a conhecer suas
viagens pelo universo e pela Terra. Em primeira pessoa, ela descreve como
circula no meio ambiente e mostra os diversos estados que assume diante do
calor e do frio e das mudanças de temperatura que a tornam vapor, líquida ou
sólida. Além disso, mostra que pode ser doce, salobra ou salgada e como é um
sinal que indica a existência de vida.
Já na
segunda parte, o leitor é convidado a acompanhar a água em seu movimento,
vivenciando as formas que ela assume e os diversos lugares que ocupa nos céus,
na terra, no subsolo como granizo, chuva, flocos de neve. Ao longo da
narrativa, a água então descreve seu ciclo, com a precipitação, a evaporação, a
infiltração no solo, mostrando como surge em nascentes e provoca a erosão dos
solos, as enchentes, as inundações e as secas.
A
terceira parte descreve o caminho da água nos corpos vivos de seres humanos,
animais e plantas e ressalta seu papel e importância para a vida. Ela está na
seiva que transporta sais minerais nas plantas que a transpiram para o
ambiente, nos líquidos dos corpos vivos, como as lágrimas, o suor, o sangue, a
urina, no líquido em que os bebês vivem no útero das mães, na limpeza dos
corpos nos banhos, entre outras tantas possibilidades.
Por ser
tema frequente na cultura, nas religiões e nas artes, a quarta parte do livro
aponta a água como ela é cantada, falada e mostrada nas diversas manifestações
culturais e artísticas, seja na música, na poesia, na dança, no urbanismo e no
paisagismo. Em muitas tradições espirituais ela é sagrada e está presente em
rituais, como o batismo cristão, e nas narrativas bíblicas, como a do dilúvio.
Em outras tradições, há deuses e deusas ligados à água e rituais como a dança
da chuva dos índios. Muitas palavras em diferentes idiomas se referem a ela e
muitos lugares e cidades têm nomes relacionados com as águas.
O livro
realça ainda alguns dos múltiplos usos da água na quinta e última parte: para o
abastecimento humano e para matar a sedes dos animais, para a agricultura na
irrigação, para a geração de energia, para o transporte, para a pesca, a
recreação, o lazer e o turismo. Dessa forma, a obra ressalta a necessidade dos
indivíduos pelos recursos hídricos para manter a saúde e o bem-estar.
Além
disso, o livro denuncia os desperdícios que acontecem acerca do consumo da
água, enfatizando os problemas e a insegurança decorrentes de sua escassez ou
excesso, com as secas e as inundações. Paralelamente, mostra a importância de
se construírem obras tais como açudes, canais, aquedutos, estações de
tratamento de água e de esgotos e de conservar os solos e promover sua proteção
como uma riqueza de grande valor. A importância de se desenvolver a cooperação
em torno da água também está presente, incluindo a necessidade do diálogo e da
crítica direcionada a rivalidades, conflitos e violência entre aqueles que dela
precisam e que a disputam.
Com
versões em quatro idiomas (português, inglês, francês e italiano), o livro já está disponível em
formato eletrônico e a tradução para a versão em espanhol se encontra em fase
de revisão. “ (Revista Planetapontocom)
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