segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

LIVRO SOBRE A ÁGUA V


Dando continuidade ao Livro sobre a Água, de autoria de Maurício e Aparecida Andrés, transcrevo o trecho abaixo:


Sob a terra, entro em cavernas
onde estranhos habitantes
vão levando a sua vida.

Nas paredes das grutas,
pingando durante séculos,
formam-se lindas estruturas
de estalactites e estalagmites.


Por passagens entre as rochas,
 formo lençóis sob a terra.



Até que num dia qualquer,
cansada da escuridão,
resolvo brotar nas nascentes,
numa fonte límpida,
num pântano
ou num charco empapado.



Onde eu saio para a luz,
Dou nova vida a fontes,
renovo os mananciais.

E ali brota a vida, florida
em lótus e vitórias-régias.



Mosquitos voam e deslizam
na superfície das águas,
sapos,  girinos e peixes 
fazem  festa nas nascentes.


E os riachos, córregos e ribeirões,
igarapés e paranás,
formam rios e lagoas,
onde se abriga
todo um mundo de seres
como as cobras e os jacarés.    

Nas madrugadas, uma bruma
de vapor d`água vai se formando.
O sol surge, eu evaporo,
crio umidade no ar. 


Na névoa e no orvalho
posso brilhar e refletir
a luz da lua e do sol
nas lagoas e nos mares.



 Da umidade do solo,
as plantas vêm me sugar
quando vão se  alimentar.




Na estiagem, o sol esquenta,
as nuvens se vão e não chove.
O chão racha e endurece,
a vegetação resseca e morre,
a paisagem amarelece
e a aridez toma conta
dos desertos e areais.

Os sertanejos vão  para longe


E a vida seca.

*Ilustrações de Maria Helena Andrés

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domingo, 19 de janeiro de 2020

LIVRO SOBRE A ÁGUA IV


Dando continuidade ao Livro sobre a Água, de autoria de Maurício e Aparecida Andrés, transcrevo o trecho abaixo:

2.      Em movimento

Quando o clima está bem frio,
das nuvens claras que flutuam,
posso cair como  granizo,
chuva de pedras,
flocos de neve,
leves.

As crianças me viram e reviram,
brincando comigo.
  
O calor do sol me derrete.
Liquefeita,
posso evaporar no ar.

No meio das nuvens escuras,
 raios e trovões me abrem caminho.
E eu me entorno em gotas
que derramam do céu
em aguaceiros e trombas d`água,
garoa  fina, chuviscos.

Chovendo sobre os telhados,
embalo o sono da noite,
com um barulho ritmado,
que é muito bom de se ouvir.
Na vidraça das janelas,
as gotinhas vão, juntinhas,
em filetes desenhados,
escorrendo até o chão.




As copas das grandes árvores
amortecem meu impacto.

Escorrego pelos galhos
e troncos dos jacarandás,
dos paus d’óleo,
das canelas e angicos,
dos perfumados sassafrás,
das bananeiras e limoeiros,
e das mangueiras da Índia.
Dos eucaliptos da Austrália,
dos bambuzais vindos da China,
dos flamboaiãs de Madagascar.
E me misturo, embaraçada,
às moitas de capim da África. 

 As árvores e matas, nos morros
e ao redor das nascentes,
me ajudam a entrar terra adentro.


Se caio em lagos e poças,
formam-se ondas em círculos.


Quando  o tempo  se acalma,
sou  espelho cristalino
que reflete a paisagem.

 Se não há vegetação,
eu me esborracho no chão
e ali desloco  a terra.
A erosão, então, se forma 
e junto com outras gotas,
vamos levando conosco
muita terra, pedras, paus.
Ao empaparmos o solo,
ocorrem deslizamentos.

Descontroladas, selvagens,
jorramos de grandes alturas
nas quedas das cachoeiras
inundando tudo.

As enchentes, transbordando,
fertilizam as margens dos rios.


 
Com os torós sobre as cidades,
Também há  inundações.
Enxurradas volumosas
vão formando espirais,
ao entrarem nos bueiros,
mergulharem nas bocas-de-lobo
das redes de drenagem.
 

Quando  penetro  no solo,
 eu umedeço a terra.

Vou entrando devagar,
me infiltrando lentamente,
por dias, meses e  anos.

Pelo reino das minhocas,
pelas tocas dos tatus,
pelos ninhos das formigas,
pelos buracos das cobras,
vou passando cá e lá,
 por cima e por baixo das raízes,
num tecer a teia líquida
nos subsolos escondida.

*Ilustrações de Maria Helena Andrés

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segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

LIVRO SOBRE A ÁGUA III


Dando continuidade ao Livro sobre a água, de autoria de Maurício e Aparecida Andrés, transcrevo o trecho abaixo.

Se na Terra o clima é instável,
o inverno e o verão,
a seca e a estiagem
e a época das chuvas
ficam  muito irregulares.


Tudo isso me perturba.
Sou sensível às mudanças
e às bruscas transformações.


Na história de nosso planeta,
houve períodos mais frios,
longas idades do gelo;
houve períodos mais quentes,
em que o degelo ocorreu.


Sou a resposta principal
de que a natureza se vale,
para reagir ao aquecimento
gerado por ciclos solares
e  gases da atmosfera,
que aumentam o efeito estufa.



O calor muda meu ciclo
e  minha distribuição.
Como já deu pra notar,
tudo  irá depender
do clima e do meio ambiente:
se derreto, se evaporo,
se vou pros rios e mares,
ou se penetro nos solos,
nos corpos dos seres vivos,
se me misturo no ar,
ou  circulo nos oceanos
em correntes  frias  e quentes
que influenciam os climas.


Quanto mais cresce o calor,
mais importante eu sou:
na indústria, na agricultura
em casa, na mesa e nos copos,
 nos corpos dos seres vivos.
 
 Como se pode concluir,
sou uma e também sou muitas:
sólida, líquida, gasosa,
superficial, subterrânea. 

Entre as funções que eu cumpro,
Nenhuma é menos que a outra,
nenhuma é a mais importante.
Todas são essenciais.


Quando se pensa na Terra
de uma forma mais geral,
deve-se lembrar que eu ocupo 
2/3 de sua superfície ;
97%  são mares e oceanos
e 2%  é gelo dos glaciares
ou das regiões polares.


O 1% que sobrou é  água doce;
mas  só um pouquinho dela
pode ser  recolhida e usada
 por ter boa qualidade
e estar em local acessível.



Sendo assim, há que pensar
que se a Terra se aquecer
e fizer muito calor,
o degelo irá causar
estragos por toda parte.


E se fizer muito mais frio,
as águas se congelarão.
E a Terra conhecerá
mais uma era do gelo,
como ocorreu no passado.
Para evitar más surpresas,
terão que ser consideradas
todas as formas  variadas
de minha presença no mundo,
pois meu ciclo é integral.
E quanto à minha importância,
não foi, então, por acaso,
que me entrevendo, tão linda,
na umidade do ar
e no azul dos oceanos,
lá de longe, no espaço,
o astronauta exclamou,
ao vislumbrar o planeta:
- A Terra é azul!

Ilustrações de Maria Helena Andrés

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terça-feira, 7 de janeiro de 2020

LIVRO SOBRE A ÁGUA II

Dando continuidade ao Livro sobre a água, de autoria de Maurício e Aparecida Andrés, transcrevo o trecho abaixo:


Com o aquecimento global
que acontece atualmente,
este perigo é real ,
se repete muitas vezes.

Se acontecem terremotos,
posso virar tsunamis, 
ondas gigantes que rugem,
arrastando e devastando
o que acham no caminho.




Nos cumes das cordilheiras
e das montanhas mais altas,
há séculos fiquei congelada.


Mas quando o clima esquenta,
as geleiras se desfazem.

E nas grandes cordilheiras,
como é o caso do Himalaia,
enchentes podem ocorrer 
e  depois, vem falta d’água.

 Isto pode acontecer
na China, Nepal, Paquistão,
no rio Ganges, na Índia.
    
Uma nova  era  do gelo
pode  atingir a Europa,
caso a corrente do Golfo,
que é composta de água quente,
venha a desaparecer.

Haverá  migrações e conflitos,
perdas e sofrimento,
pois as pessoas em perigo,
sem a água pra beber,
tornam-se refugiadas.
Vão procurar outras terras                       
 para  viver com seus parentes.

*Ilustrações de Maria Helena Andrés

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