sábado, 26 de fevereiro de 2022

POEMA "A ÁRVORE DA MINHA INFÂNCIA"

 


Recebi de Ivana Andrés o poema abaixo, inspirado nas 2 mangueiras que existiam no quintal da casa onde morávamos nos anos 50.  Hoje ela e Luciano têm uma casinha alternativa em Macacos que poderia ser considerada uma "Casa na árvore":

 A ÁRVORE DA MINHA INFÂNCIA



Nesta árvore copada,

Ainda vejo as pegadas,

Deixadas por eu menino.

Marcas de pés pequeninos,

Que escalavam galhos altos,





Como em ombros de gigantes,

Para ver lá adiante,

Uma vista estonteante,

Uma visão poderosa,

Para ele a mais formosa,

A vista maravilhosa.



 

Nesta árvore ainda há frutos,

Como os de antigamente.

Que em nada são diferentes,

Daqueles da nossa infância,



Que nas mãos de uma criança,

Tinham o sabor da espera,

Com gosto de primavera,

E com cores de aquarela,



Desde a semente rosada,

Até a polpa esbranquiçada,

E a casca verde e amarela.



 

Nesta árvore há ninhos,

De pequenos passarinhos,

Que ali tiveram filhos.



Nós passamos e ela fica,

Regada por muitas mãos,

Escalada por mil pés,

De avós, filhos e netos.



Mas tudo chega ao seu fim.

E um dia, ao sentir cansaço,

Ela tomba, de leve, no chão,

Se tornando um novo grão.





 

*FOTOS DA INTERNET

 

VISITE TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MEMÓRIAS E VIAGENS”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.

 

 

sábado, 12 de fevereiro de 2022

POEMA "VER A SI MESMO"

 


Recebi de Ivana Andrés o poema “VER A SI MESMO”, que transcrevo abaixo:




Ver a si mesmo como se é,

Sem a intenção de ver, sem nem sequer escolher ver.

Aconteceu hoje, ao meio dia, olhando para o céu.

Um céu sem nuvens com o grande olho do sol,

Olhando nos meus olhos e deixando um rastro de luz,

Uma ponte entre seres que são Um.

Um só, o mesmo, eu, o sol e o rastro de luz.

É a vastidão onde não existe centro.

Onde o próprio viver é um ato de amor.

O começo e o fim de toda busca.






*FOTOS DE IVANA ANDRÉS

VISITE TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MEMÓRIAS E VIAGENS”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.