quinta-feira, 18 de outubro de 2012


VIMALA THAKAR


Já conhecia através de livros o pensamento dessa grande instrutora indiana, mas somente em 1993, tive a oportunidade de conhecê-la pessoalmente.
Vimala mora em Mount Abu, no estado do Rajasthan, e durante muitos anos, percorreu vários países do Ocidente, transmitindo seus ensinamentos através de palestras. Em 1993, quando a conheci, ela não viajava mais para fora do país, mas recebia os visitantes com o maior carinho.
Pessoas chegam de diversas partes do mundo para este recanto isolado de Mount Abu. Suas palavras têm o tom incisivo de Krishnamurti, de quem sofreu influência, mas agora seu estilo tem características próprias.
 No livro “Vimalaji on Intensive Self Education”, Vimala nos mostra o caminho da auto-educação, desde a observação do nosso dia-a-dia caótico, até alcançarmos um estilo de vida meditativo plenamente consciente da Totalidade.
Sadhana é o processo de purificação através do qual compreendemos a Realidade, a Essência da Vida. É necessária uma purificação nos níveis físico, emocional e mental. É importante criarmos um ritmo em nosso dia-a-dia, levando em conta as horas de sono, a alimentação equilibrada em horários definidos e o uso comedido da palavra.
Todas as atitudes negativas da mente, tais como a ansiedade, a auto compaixão, a inveja, o medo e o ciúme, devem ser observadas no momento em que surgem, sem deixar para serem analisadas intelectualmente mais tarde. É importante observar como essas atitudes negativas consomem a energia vital.
A indulgência em relação ao negativismo obscurece por completo a mente. A mente perde energia pensando no passado e se preocupando com o futuro. Quando queremos ser nossos próprios educadores devemos colocar prioridades em nossa própria vida. De modo geral perdemos energia em coisas secundárias, desnecessárias, e isso nos conduz a um cansaço inútil no final do dia. Uma pessoa emocionalmente perturbada não poderá ter um sono profundo.
A auto-educação tem início na observação de como estamos usando a energia e, a partir daí, aprendemos a não desperdiçá-la. Tudo isso nos leva a usar a nossa mente com mais responsabilidade.
Vimala nos propõe uma prática diária de sentar em silêncio, a fim de aprendermos a educar os sentidos. Aconselha a escolha de um local reservado, um horário definido diariamente, roupa adequada, estômago vazio. Devemos dar importância à postura, mantendo a coluna reta, e observar a respiração. Segundo Vimala Thakar, a meditação não é um estado de concentração nem um estado de transe. Na meditação, há uma cessação voluntária de todos os movimentos mentais.
Devemos manter uma relação amistosa com a própria mente, observando-a sem julgamentos. Só assim podemos alcançar o estado de silêncio inocente. Uma certa atitude de humildade deve acompanhar esse aprendizado, para se alcançar a percepção pura, livre das reações mecânicas do nosso ego.
Podemos chegar ao estado em que existe somente a percepção pura, sem a divisão entre o observador e o objeto observado. Se no decorrer dessas práticas aparecerem fenômenos psíquicos tais como telepatia, clarividência ou premonição, devemos apenas observá-los, mas não nos prendermos a eles.
Compreendemos que todos os seres humanos, a natureza e os animais são regidos por uma força que podemos denominar “Inteligência Universal”. Se nos colocamos numa atitude de relaxamento, sem expectativas, com fé e humildade diante dessa força e mantendo o silêncio interior, estaremos permitindo que a Energia Universal flua por todo o nosso Ser.
O nosso encontro com Vimala foi de extraordinária beleza. Parecia que a conhecíamos há muitos anos, pois um sentimento de empatia nos envolveu. Quando encontramos uma pessoa que percorre um caminho semelhante ao nosso, o relacionamento flui naturalmente, sem esforço ou resistência, despertando um sentimento de Alegria e Amor.

Fotos da internet

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