As obras de arte que não são autênticas
desaparecem com o correr dos anos. Às vezes, por equívocos de seus
contemporâneos, conseguem impor-se e mesmo ganhar sucesso perante o público e a
crítica. Podem ser laureadas e até pertencer a museus. Mas não resistem ao
tempo que passa e lhes desnuda a fragilidade.
Assim, mais tarde, submetidas ao
julgamento das gerações que se sucedem, o verdadeiro lugar lhes é concedido.
Modigliani terminou seus dias pobre e
doente, Van Gogh não conseguiu vender um único quadro e Cezanne não conheceu em
vida a glória que por direito mereceu mais tarde. Tiveram apenas, a seu favor,
a autenticidade de sua arte e a força do seu gênio criador.
São estes, e muitos outros, os exemplos
que o artista não deve esquecer. E as palavras de Kandinsky, um dos inovadores
da pintura abstrata, confirmam: "Não se pode qualificar de bem pintado o
quadro de valores exatos; estes inevitáveis valores de que falam os franceses,
ou o quadro dividido quase cientificamente em quente e frio; mas sim aquele que
possui uma vida interior total."
A crise espiritual do mundo moderno, a
valorização da matéria sobre o espírito, não impedem o artista de procurar
sempre o fundamento de sua arte, no seu mundo interior. E o fato de viver
submetido à mecanização do século XXI não o impede de continuar a se manifestar
também de um modo individual, acrescentando o seu impulso interior às
experiências mais modernas e avançadas da pintura.
Não existe ainda o recuo do tempo para
se afirmar qual a maior contribuição que foi dada à arte moderna.
E a evolução da arte vai se
constituindo de heranças sucessivas, neste eterno caminhar em busca da beleza. (Trecho
do meu livro “Vivência e Arte”, editora Agir, 1966)
*Fotos
da internet
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