segunda-feira, 2 de julho de 2018

AUROVILLE E BRASÍLIA



Maurício Andrés Ribeiro, residente em Brasília, participou recentemente de um seminário, onde apresentou as semelhanças entre as cidades de Brasília e Auroville, “Cidade Aurora” na Índia, criada por Sri Aurobindo, um grande filósofo indiano. Transcrevo abaixo trechos de sua palestra.

“Auroville foi reconhecida em 1966 pela Assembleia Geral da UNESCO como cidade dedicada ao entendimento entre os povos e à paz.

Em minha intervenção, lembrei que a aurora traz a luz do amanhecer,  dissipa a escuridão e auxilia no despertar para o conhecimento e a sabedoria, seja em Auroville e Aurobindo, seja no discurso de Juscelino Kubitschek de Oliveira, em 2 de outubro de 1956. "Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável em seu grande destino".

O amanhã, a evolução e o futuro da humanidade inspiraram Sri Aurobindo e Lúcio Costa, ambos com uma visão unificadora. Ambos apontam rumo ao futuro, numa visão evolucionista que considera o espírito como o motor da evolução.

Sir Aurobindo considera de modo integral a evolução da  matéria para a vida, para a mente e para a superconsciência, que ainda está por florescer nessa etapa de crise da evolução em que vivemos. Essa formulação tem afinidade com a teoria das resultantes convergentes de Lúcio Costa quando escreve que
“O desenvolvimento científico e tecnológico e a ecologia, inteligentemente confrontados, são sempre compatíveis. O desenvolvimento científico e tecnológico não se contrapõe à natureza, de que é, na verdade, a face oculta – com todas as suas potencialidades virtuais – revelada através do intelecto do homem, vale dizer, através da própria natureza no  seu estado de lucidez e de consciência. O homem é, então, o elo racional entre dois abismos, o micro e o macrocosmos, ambos fenômenos naturais, cujos produtos “elaborados” são a contrapartida do fenômeno natural “palpável”. O intelecto e a consciência do homem são a quintessência da natureza tomada como um todo.”

Brasília foi fundada em 1960 e tombada como patrimônio da humanidade em 1987. Brasília tem desde seu projeto inicial a marca da beleza. O senso ESTÉTICO está presente.  Falta evoluir em direção à verdade e à bondade, com a evolução de seu padrão ÉTICO.

Terminei minha fala lendo um poema de Abhay Kumar, diplomata e poeta indiano que cita o sonho do visionário Dom Bosco “Entre os graus 15 e 20 havia uma enseada bastante longa e bastante larga, que partia de um ponto onde se formava um lago. Disse então uma voz repetidamente: -Quando se vierem a escavar as minas escondidas no meio destes montes, aparecerá aqui a terra prometida, de onde jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível.”  (Maurício Andrés Ribeiro, arquiteto e ecologista, autor dos livros "Ecologizar" e "Tesouros da Índia")

*Fotos de arquivo e da internet.

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