A exposição de Teresinha Soares no Palácio das Artes, com a curadoria de
Marília Andrés Ribeiro, foi um acontecimento de grande repercussão na cidade.
Sua mensagem transmitida através de telas, serigrafias, poemas,
esculturas, instalações, datam dos anos
60 e 70, quando ela movimentou a pacata metrópole de Belo Horizonte com suas
invenções.
Teresinha sempre foi à frente de seu tempo. Fez parte do movimento de
contracultura que se esboçava naqueles anos repressivos, quando não se podia
dizer nada que fosse contrário à ordem vigente. A presença de Teresinha quebrou os
condicionamentos da época. Ela deu o seu recado, ganhou prêmios, participou de
Salões e Bienais, expôs nos Estados Unidos e Europa. Depois preferiu
recolher-se ao silencio por alguns anos.
A volta de Teresinha ao circuito de arte está sendo coroada de sucesso,
com uma grande exposição no MASP e agora com essa exposição no Palácio das Artes,
que vai estar em cartaz até o final de junho de 2018.
Caminhamos pela Grande Galeria, que tem na entrada um painel com a
fotografia de Teresinha vestida de anjo, durante uma performance em que ela
representava a ressurreição da mulher.
Ao longo do salão, entre luzes e refletores, desfilava a sua trajetória,
que apresentava uma série de trabalhos em técnicas variadas, desvendando o seu
próprio caminho. “Do corpo da mulher ao corpo da terra” como me disse Marília,
a curadora da mostra.
No meio da sala, uma instalação intitulada “Túmulos” servia chopp e
queijo de Minas para os visitantes. No final da exposição o “Altar do
Sacrifício” nos faz refletir sobre o desmatamento vertiginoso de nossas
florestas.
As propostas feministas, sociais e ecológicas de Teresinha, realizadas
há quase 50 anos atrás, são mensagens que se enquadram em nosso momento
histórico.
*Fotos de Marília Andrés e de arquivo
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