terça-feira, 24 de abril de 2018

PINTURA MODERNA VII


 O Dadaísmo, movimento que pretendia transformar em arte as coisas mais vulgares e negar todos os valores tradicionais da cultura, expressou a revolta do homem contra a sociedade e suas leis. A doutrina de Freud, apregoando o automatismo psíquico, muito contribuiu para isto.
         As idéias de Freud, muito difundidas pela Europa, deram impulso a outra corrente de arte, o surrealismo, onde prevalecia o automatismo psíquico.
         O surrealismo colocava o subconsciente e as manifestações íntimas do psíquico à frente de todas as idéias estéticas e formais.
         A imaginação via-se livre do espírito crítico, para dar largas ao maravilhoso, ao sonho, ao imprevisto.
         Paul Klee, um dos maiores nomes da pintura universal, também acreditou que a realidade não se achava na superfície, mas na profundidade das coisas. A pintura de Klee teve um significado vastíssimo no nosso tempo. Sua arte, baseando-se no ideal expressionista de subjetivismo, procurou afastar-se da realidade visível, para ganhar em conteúdo e riquezas. Suas formas e seus signos são procurados no mundo fantástico e inocente das crianças e na visão atormentada dos loucos.
         Sua pintura, considerada como o museu completo do sonho, mergulha no desconhecido, para dali extrair uma visão inteiramente nova do universo.
         A obra de Klee abriu caminho para novas tendências de arte e podemos dela tirar como herdeiros diretos os surrealistas, os abstracionistas e os concretistas.
         A pintura concreta libertou-se da tradição, procurando um caminho diferente e completamente novo.                              
         Um quadro concreto não poderia ser julgado dentro do mesmo critério de um outro abstrato ou figurativo. Ele visava transformar uma idéia (não um tema ou sujeito) em forma concreta. Nesta realização deveria esgotar todos os seus recursos. Não se admite um quadro ou uma escultura concreta sem esta clareza de expressão e executado dentro de uma técnica confusa e complicada. Para isto servia-se, às vezes, de materiais novos que permitiam maior pureza e simplicidade na realização.
         Os concretistas desejavam uma expressão exata e não apenas sugerida de sua idéia.
         A arte abstrata poderia sugerir, a arte concreta teria de afirmar, para ser verdadeira.
         O emprego de formas geométricas simples, de cores exatas e de composições equilibradas dentro de leis matemáticas veio alertar o artista e despertar-lhe a consciência da técnica, tão desprezada pelos primeiros modernistas.
         Este foi um dos aspectos mais fortemente positivos dessa fase, que beneficiou, com essas noções, não só seus adeptos, mas seus adversários. (Trecho do meu livro “Vivência e Arte”, editora Agir, 1966)

*Fotos da internet

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