A arte moderna desprendeu-se da
contingência representativa. A figura passou a ser usada como um elemento
plástico e não com o intuito de representar alguma coisa. Os artistas
utilizaram-se da figura, dando-lhe uma conformação diferente, ou mesmo dispensando-a
por completo.
O fato de existir ou deixar de existir a figura, nas telas
modernas, não aumenta nem diminui o seu valor. Porque os elementos plásticos de
cores e linhas continuam a existir, e é por meio deles que a ideia criadora se
faz representar. As formas do mundo real são reinventadas, submetendo-se apenas
às exigências do quadro. A figura passa a ter um significado pictural e não
narrativo.
"Quando pinto um vaso", dizia
Braque, "não é para fabricar um utensílio suscetível de conter água. Os
objetos são recriados para um novo destino: o de participarem do quadro."
Braque compunha seu universo das coisas
mais simples. Eram vasos, frutas, guitarras coloridas que lhe despertavam a
fantasia; uma simples cadeira de jardim podia transformar-se num arabesco,
obedecendo apenas às exigências do próprio quadro, no sentido de uma composição
equilibrada e segura.
O cubismo, valorizando uma composição
menos impulsiva, mais intelectual, manifestou-se como forma de arte
essencialmente estática.
Contrapondo-se a esta ausência de
movimento, surgiu nova corrente artística, denominada futurismo, onde a
sensação de velocidade predominava à frente de tudo.
O ritmo alucinante da vida moderna que
se iniciava contribuiu para isto, e os futuristas foram de certo modo os
precursores artísticos das conquistas mais recentes do homem, no campo do
espaço.
O desenvolvimento da arte no século XX
tem correspondido ao desenvolvimento intelectual, psíquico, científico e
técnico do homem. Idéias contraditórias, valores novos, surgem a cada instante.
Em busca de novas realidades, as correntes artísticas também nascem, crescem e
morrem, deixando nos museus e galerias, nos colecionadores e amantes da arte, a
autenticidade daqueles que se empenham no caminho da renovação e do progresso.
Algumas correntes chegam até nós
renovadas, outras são de pouca duração. (Trecho do meu livro “Vivência e Arte”,
editora Agir, 1966)
*Fotos
da internet
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