segunda-feira, 2 de abril de 2018

PINTURA MODERNA V


Voltemos ao princípio do século e iremos encontrar na França outra corrente artística, nascida das experiências de Van Gogh e Gauguin.

         Tendo como criadores mais expressivos os artistas Vlamink e Matisse, os fovistas inauguraram suas inovações no Salão de Outono em 1905.

         Escandalizaram o público e os críticos com suas obras excessivamente coloridas e foram considerados como "fauves", isto é, "feras". Daí a denominação fovismo.

         Segundo Carlos Cavalcanti, "eles queriam realizar o absoluto no acordo dos tons puros, sem os meio-tons acadêmicos nem a análise dos impressionistas."

         Os fovistas traduziam em suas telas de colorido intenso, quase selvagem, sensações instintivas e imediatas, e não sentimentos profundos e dramáticos como os expressionistas. Sofreram grande influência das artes populares e primitivas, delas herdando o elementarismo da forma e da cor.

         Os cubistas, aproveitando a simplificação da forma, iniciada por Cezanne, analisaram-na e decompuseram-na como os impressionistas haviam feito com a cor.
         O quadro era construído sobre um plano arquitetônico, as figuras rebatidas segundo os princípios da geometria descritiva. Foi o primeiro passo para o abstracionismo.

         O cubismo, cuja denominação surgiu de uma crítica feita por Henri Matisse a um quadro de Braque, teve como grande apologista intelectual Guillaume Apollinaire, que o definiu como arte de concepção, isto é, de análise do motivo para se chegar à realização definitiva.

         Esta análise intelectual seria a fase preliminar da criação, submetendo-se a espontaneidade à razão pura. Daí partia-se para uma forma nova, abstrata, inteiramente afastada da realidade inicial.

         O cubismo sofreu várias transformações em seu desenvolvimento. Artistas como Picasso, Braque e Juan Gris introduziram em suas telas letras, jornais e colagens diversas, buscando na fusão de materiais estranhos um resultado artístico de grande efeito plástico. A colagem, quando usada com habilidade e gosto, proporcionava um equilíbrio de formas bastante intelectual e sugestivo à composição inicial do artista. (Trecho do meu livro “Vivência e Arte”, editora Agir, 1966)

*Fotos da internet

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