segunda-feira, 13 de junho de 2016

A EDUCAÇÃO NO SRI AUROBINDO ASHRAM I

As ideias de Sri Aurobindo sobre educação lembram a espontaneidade do ensino de Guignard. Procuram antes de tudo o que temos naturalmente dentro de nós. A educação parte da essência de cada um.
Educação também é uma arte, independente de se usar materiais artísticos, fazer exposições, participar de conjuntos musicais, teatros, danças. Educação é uma arte por si mesma. É a descoberta e o aperfeiçoamento do ser interno do homem. Sri Aurobindo foi um dos maiores pensadores da Índia, e suas ideias estão sendo colocadas como inspiração no Ashram de Pondicherry. Mas, temos certeza de que as ideias de Sri Aurobindo não podem se limitar às fronteiras da Índia.
No ocidente a divulgação do Sri Aurobindo como pensador poderia trazer grande ajuda não só à educação como à compreensão da unidade planetária. Ajudado por uma senhora francesa “a Mãe”, em perfeita sintonia com suas ideias, o Ashram de Pondicherry foi criado para concentrar o pensamento do mestre. Tivemos oportunidade de visitá-lo e obter algumas entrevistas com diversos professores e alunos. O processo de depoimentos é vivo e atual, as pessoas se revelam como são. Notamos que os professores educados dentro do Ashram são de modo geral seus melhores adeptos. Entregam-se ao Ashram de corpo e alma. Há neles uma chama de entusiasmo que não se nota naqueles que não estão em perfeita sintonia com o ambiente por qualquer motivo pessoal.
Conversamos com um dos jovens professores da escola, um dos mais entusiasmados adeptos das ideias do mestre. Faz questão de afirmar: “Não existe diferença entre o professor e o aluno”.
O professor ao que parece está interessado no crescimento do aluno, procurando despertar suas potencialidades. Se houver necessidade de maior atenção sobre determinados alunos, eles são separados da turma e ensinados de forma individual. Há também uma renovação de ideias constante. “Como o aprendizado é um crescimento, não existe nada pré-estabelecido. As experiências se renovam de acordo com as necessidades do momento”.
Pelo que ouvimos, há criatividade e cooperação entre os professores também. Há um quarto de silêncio onde a criança se recolhe quando está interessada em determinado assunto.
Procuramos um contato direto com as escolas.
Os livros são fornecidos pela biblioteca e, depois que as crianças estudam, devolvem os livros.
A criança experimenta tudo e é ajudada no que necessita.
Há professores para as matérias e outros para orientarem nos deveres de casa.
Há estudo, pesquisa, concentração e criatividade.
A ênfase maior está na concentração, que varia de acordo com a necessidade de cada um. É preciso saber o que interessa a cada aluno para manter a mente concentrada. Alguns se interessam por desenhos livres criativos, outros por cópias de cartão.
Alguns se interessam por letras espontâneas e outros por letras padronizadas. As matérias são dadas com jogos criativos e a experiência direta, ou compreensão da vida, conforme explicaram.
Algumas crianças precisam ver as plantas e os animais ao vivo para se interessarem, outras concentram-se com as explicações técnicas.
Para isso há grande quantidade de professores. A concentração só pode vir quando a criança está interessada no assunto. Então, dá-se de corpo e alma para o que está aprendendo.
Há um pátio central cheio de plantas. As crianças ajudam a fazer os jardins. As salas são arejadas, dando para o pátio. Passamos por um salão enorme, onde vários grupos realizavam um trabalho de corpo. O trabalho com o corpo é dado como forma de auto conhecimento e aprendizado: dança, esporte, ginástica e boxe.
O esporte chega até a idade mais avançada. Outro dia no pátio do playground vários homens de 70 anos, de short, estavam pulando e marchando.

*Fotos de Maurício Andrés e da internet


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