As ideias de Sri
Aurobindo sobre educação lembram a espontaneidade do ensino de Guignard.
Procuram antes de tudo o que temos naturalmente dentro de nós. A educação parte
da essência de cada um.
Educação também é uma
arte, independente de se usar materiais artísticos, fazer exposições,
participar de conjuntos musicais, teatros, danças. Educação é uma arte por si
mesma. É a descoberta e o aperfeiçoamento do ser interno do homem. Sri
Aurobindo foi um dos maiores pensadores da Índia, e suas ideias estão sendo
colocadas como inspiração no Ashram de Pondicherry. Mas, temos certeza de que
as ideias de Sri Aurobindo não podem se limitar às fronteiras da Índia.
No ocidente a divulgação
do Sri Aurobindo como pensador poderia trazer grande ajuda não só à educação
como à compreensão da unidade planetária. Ajudado por uma senhora francesa “a Mãe”,
em perfeita sintonia com suas ideias, o Ashram de Pondicherry foi criado para
concentrar o pensamento do mestre. Tivemos oportunidade de visitá-lo e obter
algumas entrevistas com diversos professores e alunos. O processo de
depoimentos é vivo e atual, as pessoas se revelam como são. Notamos que os
professores educados dentro do Ashram são de modo geral seus melhores adeptos. Entregam-se
ao Ashram de corpo e alma. Há neles uma chama de entusiasmo que não se nota
naqueles que não estão em perfeita sintonia com o ambiente por qualquer motivo
pessoal.
Conversamos com um dos
jovens professores da escola, um dos mais entusiasmados adeptos das ideias do
mestre. Faz questão de afirmar: “Não existe diferença entre o professor e o
aluno”.
O professor ao que parece
está interessado no crescimento do aluno, procurando despertar suas
potencialidades. Se houver necessidade de maior atenção sobre determinados
alunos, eles são separados da turma e ensinados de forma individual. Há também
uma renovação de ideias constante. “Como o aprendizado é um crescimento, não
existe nada pré-estabelecido. As experiências se renovam de acordo com as
necessidades do momento”.
Pelo que ouvimos, há
criatividade e cooperação entre os professores também. Há um quarto de silêncio
onde a criança se recolhe quando está interessada em determinado assunto.
Procuramos um contato
direto com as escolas.
Os livros são fornecidos
pela biblioteca e, depois que as crianças estudam, devolvem os livros.
A criança experimenta
tudo e é ajudada no que necessita.
Há professores para as
matérias e outros para orientarem nos deveres de casa.
Há estudo, pesquisa,
concentração e criatividade.
A ênfase maior está na
concentração, que varia de acordo com a necessidade de cada um. É preciso saber
o que interessa a cada aluno para manter a mente concentrada. Alguns se
interessam por desenhos livres criativos, outros por cópias de cartão.
Alguns se interessam por
letras espontâneas e outros por letras padronizadas. As matérias são dadas com
jogos criativos e a experiência direta, ou compreensão da vida, conforme
explicaram.
Algumas crianças precisam
ver as plantas e os animais ao vivo para se interessarem, outras concentram-se
com as explicações técnicas.
Para isso há grande
quantidade de professores. A concentração só pode vir quando a criança está
interessada no assunto. Então, dá-se de corpo e alma para o que está
aprendendo.
Há um pátio central cheio
de plantas. As crianças ajudam a fazer os jardins. As salas são arejadas, dando
para o pátio. Passamos por um salão enorme, onde vários grupos realizavam um
trabalho de corpo. O trabalho com o corpo é dado como forma de auto
conhecimento e aprendizado: dança, esporte, ginástica e boxe.
O esporte chega até a
idade mais avançada. Outro dia no pátio do playground vários homens de 70 anos,
de short, estavam pulando e marchando.
*Fotos de Maurício Andrés
e da internet
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