O século XX, com sua dinâmica de transformações,
levou artistas e críticos a protestar contra os erros e injustiças da sociedade
industrial, contra as guerras e o consumismo. As propostas de Marcel Duchamp no
princípio do século inspiraram os
happenings, as instalações, as performances e a Arte Conceitual. Andy
Warhol enfatizou os objetos do
cotidiano, dando origem a experiências que se repetiram nos anos 1990.
As artes, quebrando os limites da dualidade,
começaram a caminhar no sentido de maior integração. As artes plásticas
ligaram-se ao teatro, à dança e à música, aliaram-se à educação e à terapia,
libertaram a alegria de viver. Consciente ou inconscientemente, os artistas
quebraram condicionamentos, romperam estruturas arcaicas, procurando viver a
intensidade do momento presente e trazer à tona a beleza do dia a dia.
No final do milênio, a arte buscou a sua
desmaterialização. Artistas plásticos e fotógrafos, usando a tecnologia como
meio, ampliaram suas possibilidades criativas com o auxílio de computadores e
vídeos. A arte virtual foi também uma conquista do século.
No decorrer do século XX, a arte-educação e a
arte-terapia ampliaram seu campo de ação para as favelas, asilos, presídios e
empresas. A energia da criatividade passou a ser usada como meio de libertação
psicológica, como catarse e registro do inconsciente, despertando e realizando
sua missão de paz, num mundo conturbado por violência e guerras. Grupos
holísticos usaram o teatro, a dança, a música e as artes plásticas para quebrar a dualidade entre os seres humanos e
despertá-los para um novo comportamento, mais consciente e solidário.
A visão do mundo como um todo começou a se
manifestar por meio da criação artística. Artistas ocidentais resgataram
símbolos de antigas civilizações. A previsão de Jean Cassou, um grande crítico
de arte europeu, de que a arte seria, na segunda metade do século, qualquer
coisa inteiramente diferente do que pôde ser para o homem nas diversas etapas
da história está se concretizando. Estamos realmente assistindo a um grande
trabalho de recriação do ser humano por meio do seu potencial criador, a um
processo de transformação que engloba o mundo todo em seu contexto, como se o
Grande Artista modelasse novamente o novo Adão.
No século XXI, a arte, transcendendo o caos,
redescobrirá o caminho do cosmo.
(Trecho do livro “Os Caminhos da Arte”,
editora C/ARTE, 2015)
*Fotos de arquivo e da internet
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