domingo, 7 de março de 2021

TRAJETÓRIA ARTÍSTICA DE MARIA HELENA ANDRÉS II

Dando continuidade à postagem anterior sobre a minha trajetória artística, transcrevo abaixo o texto enviado por Eliana Andrés Ribeiro:

         Os caminhos da arte são os caminhos da vida, porque arte e vida não se separam”. (Maria Helena Andrés)

“Na viagem de Maria Helena aos Estados Unidos, na década de 1960, o primeiro toque gestual Zen aparece em seus desenhos, refletindo um movimento mundial iniciado naquela época. A viagem do Beatles à Índia influenciou jovens de várias partes do mundo a voltarem o olhar para aquele país, iniciando um processo cultural de integração Oriente/Ocidente marcante na segunda metade do século XX.

Na mesma década, Maria Helena reflete na sua fase de Guerra a situação política do Brasil. Esta fase reflete o aspecto destrutivo com uma intensa força de expressão que surgia contra as ações de repressão e violência impostas pelos governantes militares.
“Meus quadros desta fase significaram uma denúncia à opressão e ao medo”.

Maria Helena realizou várias viagens à Índia. A fase Mandalas, na década de 1980, reflete o processo de busca do seu próprio universo interno, a intensificação da leitura de pensadores orientais, e o contato direto com a fonte dessas filosofias, nos diferentes centros espiritualistas daquele país.

 




A afinidade com as ideias de Jiddu Krishnamurti e a ênfase dada por ele à educação a marcaram significativamente. A partir daí sua trajetória como arte educadora se intensificou, e de volta ao Brasil encontrava terreno fértil na Universidade Holística Internacional de Brasília, onde se cultiva a visão holística e onde ela era sempre convidada por Pierre Weil a ministrar workshops. Ali a integração arte/espiritualidade é uma constante.”




Encontro das Dimensões com Fridjof Capra, na Universidade Holística Internacional de Brasília.
Da esquerda para a direita: Ubiratan D'Ambrosio, José Lutzemberger, Maria Helena Andrés,
Mércia Crema, Fritjof Capra, Pierre Weil, Harbas lal Arora, Ken O'Donnell, Sra H. Arora
e Roberto Crema.


 A criação do Instituto Maria Helena Andrés (IMHA), em 2005, em Entre Rios de Minas, significou a expansão e concretização das ideias da artista no que se refere à educação por meio das várias formas de expressões artísticas, a valorização do patrimônio e também do meio ambiente.

Acompanhei minha mãe em várias de suas viagens à Índia. O turismo fazia parte do nosso roteiro, mas a estadia em vários ashrams (centros espiritualistas) era sempre a nossa prioridade. São locais onde se cultiva o estudo, o silêncio, a contemplação, o respeito por todos os seres, a simplicidade e a arte estendida à vida.

A pandemia tem nos afastado dos compromissos sociais, do excesso em consumo, em viagens, e tem nos aproximado da natureza, do cotidiano de vida interior. A vivência em ashrams, naquelas viagens, com certeza nos fortaleceu e nos preparou para vivenciarmos com maior aceitação e serenidade o momento presente.

Desde 1980, Maria Helena reside num condomínio no município de Brumadinho, próximo a Belo Horizonte. O contato com a natureza e a prática de Yoga, que fazem parte do seu dia a dia, com certeza tem proporcionado momentos favoráveis à continuidade de suas atividades como artista, e como escritora até os dias de hoje. 

Obs: A Trajetória Artística elaborada no projeto do IMHA para a Lei Aldir Blanc, estará disponível no site do Instituto a partir de março de 2021. "(Eliana Andrés Ribeiro)

FOTOS DE ARQUIVO

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