O contexto da época era de intensa urbanização e
industrialização; as poluições ambientais se avolumavam. Em 1972 acontecera a
Conferência de Estocolmo sobre Ambiente Humano, o primeiro grande evento da ONU
sobre o tema; o Clube de Roma publicara um livro de impacto sobre Os limites do
crescimento. Em 1973 fora criado o
Pnuma- Programa das Nações Unidas sobre o Meio ambiente. No Brasil entre 1968 a
1974 vivia-se o chamado “milagre econômico”, com a construção de Itaipu e de
Usina nuclear em Angra dos Reis.
Em Minas Gerais
criou-se em 1973 o Centro de
Conservação da Natureza; em 1975 houve a suspensão das atividades da fábrica
Itaú, em Contagem pela prefeitura; em resposta houve a federalização da questão
com o Decreto lei n. 1403 que atribuía ao governo federal a competência
exclusiva de suspender atividade
industrial. Em 1975 criou-se no governo Federal a Sema -Secretaria Especial do Meio
Ambiente.
Com José Israel Vargas, várias diretorias da FJP
atuaram na questão do meio ambiente: a dimensão ambiental foi incluída em
planos regionais para o Rio doce, o sul de Minas, o Noroeste entre outros; em
planos urbanísticos municipais, com destaque para aqueles do circuito do Ouro e
do circuito do Diamante; a Revista Fundação JP publicou muitos artigos sobre o
tema.
A FJP foi uma incubadora de instituições na área
ambiental que floresceram no CETEC, na
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente e no Copam, conselho de
política ambiental implantado pioneiramente no Brasil; posteriormente oi criada
a FEAM.
No século XII temas emergentes surgiram com força:
em 2007 tornou-se mais visível a questão do clima quando foi publicado
relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas – IPCC. Nesse
contexto o tema da água emergiu com
intensidade, por meio de eventos críticos como secas, inundações e estresse
hídrico em muitas partes do mundo e do Brasil.
Avanços na consciência e no conhecimento se impõem:
hidratar as políticas públicas e
reduzir a hidroalienação; resgatar o eco de ecodesenvolvimento que se
perdeu com a adoção dominante do conceito de desenvolvimento sustentável. Ecologizar
tudo, a economia, a cultura, a sociedade, o pensamento, se impõe, na
perspectiva da ecologia integral. A escala temporal precisa ser alargada : de
anos ou décadas, o horizonte de tempo com que se trabalha com o
desenvolvimento, é necessário expandir esse horizonte para centenas ou milhares de anos,
articulando a história humana com a história natural ( algo que Yuval Harari
faz em seus livros Sapiens e Homo Deus).
É necessário expandir uma visão desenvolvimentista para uma abordagem
evolucionista.
Finalmente, a pandemia de 2020 torna
evidente como nossa espécie é parte integrante da natureza e mostra como um
microscópico vírus pode mudar em pouco tempo a vida humana. Dissolve-se a fantasia
da separatividade e o equívoco de considerar que nossa espécie se descolou da
natureza. Junto com o sofrimento, doenças e mortes que trouxe, a pandemia teve efeitos colaterais positivos: a despoluição do
ambiente, do ar, da água; a volta dos animais a áreas de que tinham sido
expulsos, a solidariedade de empresas para com os mais vulneráveis, a
solidariedade entre países; a aceleração da aplicação de novas tecnologias da
comunicação com escritórios em casa e videoconferências. Quando a FJP me convidou para participar
desse encontro, a ideia era que eu me deslocasse de Brasília para BH para
participar de um evento presencial num auditório. Em apenas três meses isso
mudou radicalmente e realizou-se uma live webinar, com pouco custo
econômico e ecológico.
Transformar os efeitos colaterais positivos que
foram adotados involuntariamente devido à pandemia em práticas duradouras é uma meta que se coloca diante de todos.
Novas pandemias virão, eventos climáticos críticos se tornam mais frequentes e intensos
e o futuro demanda muito conhecimento
científico e tecnológico, muita capacidade de gestão, um aprimoramento
espiritual e novas atitudes de frugalidade, simplicidade voluntaria,
austeridade feliz e valorização do conforto essencial.
Com a pandemia, um seminário que seria presencial
tornou-se um evento virtual. A FJP se moderniza para responder ao novo tempo.
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*Fotos de arquivo
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