Lorenzato reflete em sua trajetória, o seu
itinerário pelo mundo, de forma livre e descondicionada.
Ele viajou,correu a Europa de bicicleta, puxando um
trailer.Vendia cartões para se sustentar, vivendo o “aqui e agora” sem recursos
econômicos.
Seu objetivo era conhecer o Oriente e chegou a
conhecer o Egito, Grecia, Turquia e os países do Leste Europeu.
Como descendente de italianos, este artista mineiro
de nascimento, não se filiou a nenhuma corrente artística, mas conheceu
artistas famosos tais como Picasso, Matisse e Gine Severini, quando esteve em
Paris. Vendeu quadros em Montmartre, onde os artistas modernos vendiam seus
quadros e teve a rara oportunidade de visitar os melhores museus da Europa e
ali aprender diretamente o que os grandes mestres da pintura lhe transmitiam.
Lorenzato foi considerado por um cronista como
precursor dos hippies.
Talvez, seu sangue europeu lhe transmitisse a
energia dos trovadores que viajam pelo mundo para conhecer a vida das pequenas
cidades europeias, suas praças onde cantam e recebem do povo aplausos e
donativos.
Tive a oportunidade de conhecer na Itália,um casal
de artistas ambulantes que também se apresentava nas praças de Roma para
recolher novas experiências.
Acompanhava-os um pintor de quadros que já tinha sido
pintor de paredes.
Lorenzato se fazia acompanhar de um holandês que se
tornou seu amigo e companheiro de viagens. Viajaram juntos por 2 anos pelos
vilarejos europeus recolhendo croquis que mais tarde se transformavam em
pequenos quadros ou aquarelas. O jovem Lorenzato, percorrendo as estradas da
Europa, como um cigano, estava cursando a grande universidade da vida. Não
recebia aulas teóricas, nem passava pelos cansativos modelos de gesso
considerados importantes nas escolas acadêmicas.
Ele frequentou em sua juventude a Real Academia de
Vicenza, cidade próxima à Veneza, mas não seguiu os métodos acadêmicos da
escola. Preferiu continuar ganhando a vida, aprendendo a escolher cores como pintor de
paredes.
Lorenzato se considerava um autodidata,aprendeu a pintar
com a sua rica experiência de vida. Seus quadros refletem a sua vida e sua
formação se deu através da educação do olhar.
Assim também fez Guignard em suas visitas aos
museus, sua aversão ao academismo e sua profunda admiração pelos mestres
florentinos. Ambos estiveram em Florença e ali aprenderam com os grandes
mestres renascentistas e pré-renascentistas.
Lorenzato admirava Leonardo da Vinci e Guignard tinha
uma profunda admiração pelas telas e desenhos de Boticelli. Assim como
Lorenzato, Guignard estudou na Real Academia de Munich, mas não seguiu os
ensinamentos academicos. Ambos tiveram a oportunidade de conhecer os museus da
Europa, eterna fonte de conhecimentos.
Acho que eles nunca se encontraram, mas a história
de vida destes 2 artistas tem algo de semelhante.
*Fotos de arquivo
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VIAGENS”,CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.
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