Dando
continuidade ao Livro sobre a Água, de autoria de Maurício e Aparecida Andrés,
transcrevo o trecho abaixo:
4.        Na
cultura 
Eu estou viva nos sonhos
e na memória coletiva 
dos que lembram e relembram 
a importância que já tive.
Testemunhei a ascensão 
e a queda de civilizações. 
Eu era a dádiva divina,
que os céus enviavam à terra.
 Fui símbolo da
fertilidade 
e  também da
fecundidade. 
Eu era um bem abundante 
na natureza generosa:
ninguém pagava por mim.
 As tradições milenares
falam de águas primordiais, 
de oceano das origens. 
As civilizações antigas 
me rendiam homenagens 
nas crenças e religiões,
que me diziam sagrada 
por meu valor e pureza.
 No Egito, fui
divindade;
na Grécia, fui Afrodite, 
nascida  da espuma do
mar.  
Em Roma, era Netuno, 
o deus dos oceanos. 
Na tradição judaica, 
sou fonte de todas as coisas. 
Na tradição muçulmana, 
o Alcorão, livro sagrado, 
me chama ‘divina’,
se me derramo do céu. 
Os hindus tomam banhos rituais 
no sagrado rio Ganges. 
  Nas águas fazem
ritos e oferendas 
a muitos deuses e deusas. 
pairava sobre mim. 
purifico os pecados.  
No grande dilúvio da Bíblia, 
a Arca de Noé,
navegando pelos mares, 
salvou os bichos da extinção.
Jesus também fez milagres 
caminhando sobre as águas 
e transformando-me em vinho.
Terra e água fazem o barro
com que Deus criou Adão.
E depois de pensar bem,
Ele fez Eva também!
Nas águas de Belém do Pará, 
pescadores encontraram 
Nossa Senhora de Nazaré.
Nossa Senhora Aparecida 
e a deusa Kali dos hindus 
também vieram das águas.
As escadas do Bonfim,
são lavadas na Bahia,
em rituais de purificação. 
Na umbanda e no candomblé, 
Oxum é o meu orixá.
As oferendas para Iemanjá,
minhas ondas vão levar. 









 
 






























