O Espetáculo performático, “Memórias de um cão”,
baseou-se no livro de mesmo título, cuja autora, Virgínia Woolf, inspirou-se em
cartas que sua amiga, a poetisa Elizabeth Barret escrevia para seu namorado.
Nessas cartas, as freqüentes citações de um cãozinho de estimação, o Cocker
spaniel chamado Flush, despertou a
atenção de Virgínia para a forma como o afeto e a lealdade do cão era capaz de
provocar mudanças determinantes no humor e comportamento de sua dona.
Como
tantos cães, Flush conhecia mais sobre o ser humano, do que o próprio homem. Os
cães estão permanentemente atentos aos seus donos e percebem com um instinto
que mais se aproxima de uma grande sensibilidade e intuição, os sentimentos
humanos.
O olhar amoroso de Flush sobre sua dona é o olhar do
amor universal, que tudo aceita e tudo compreende. Com extrema sensibilidade,
ele vê o mundo sob a lente do amor.
Sob esta lente, a comunicação é perfeita,
mesmo sem palavras. Flush nos ensina, de forma encantadora, o mais importante
sobre nós mesmos, o que viemos aprender na nossa viagem a este mundo: a
lealdade, o respeito e sobretudo o amor incondicional. E tudo isto sob a pena
sensível e inovadora de Virgínia Woolf, que fez de uma narrativa simples um
texto grandioso.
O cuidado e a afeição que os seres humanos têm por
cães e gatos é talvez conseqüência de relações humanas competitivas e excludentes,
que levam as pessoas a experimentarem sentimentos de solidão e depressão.
Animais de estimação representam o afeto, o cuidado, a atenção e a lealdade, a
compreensão e a cooperação que perdemos nas nossas relações com indivíduos de
nossa própria espécie.
É um espetáculo interativo, onde contação de
histórias, música e artes plásticas estarão juntas, numa homenagem e
valorização da figura do cão, chamado, muitas vezes, de “melhor amigo do
homem”. Pessoas da platéia, que tenham cães de estimação, poderão participar,
enviando, previamente, para a produção do espetáculo, imagens de seus cães.
Essas imagens serão projetadas num telão durante o espetáculo e ali, diante de
todos, servirão como inspiração para desenhos realizados em cena pela atriz e
artista plástica Ivana Andrés. Enquanto Ivana desenha, Luciano Luppi e Marluce
Cerqueira contarão trechos da história de Flush.
Tudo será permeado com
canções, músicas instrumentais e efeitos sonoros executados por Evaldo
Nogueira. Tanto o cenário quanto os figurinos serão em cores claras, afim de
ressaltar as cores das imagens projetadas, bem como os desenhos executados ao
vivo. Dessa forma, o espetáculo irá se colorindo, de acordo com as imagens
enviadas pelos espectadores. A participação deles irá determinar as cores do
espetáculo.
*Fotos de Cecília Fernandes e Kátia Assis
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