Recebi de Maurício Andrés Ribeiro, a comunicação por ele proferida durante o seminário na Unipaz-MG. Segue abaixo o tema “Paz e consciência ecológica", administrado em fevereiro de 2019 dentro do programa da formação holística de base.
O primeiro dia foi dedicado ao
conhecimento científico, trabalhando o aspecto racional e intelectual.
Num mundo com população crescente
– somos mais de 7 bilhões – com desejos e demandas crescentes de consumo, a
pressão sobre a natureza cresce e ela tende a se exaurir.
A água é uma substância essencial
para a vida e para todas as atividades humanas e foi o tema focalizado no início. Destacamos o
estresse hídrico que existe em muitas partes do mundo e do Brasil e as disputas
e conflitos crescentes por esse recurso. Como nosso corpo é composto em 70% por água,
isso facilita percebermos nossa unidade com a natureza e que somos parte
integrante dela. Nesse contexto, aplicar métodos e técnicas de resolução não
violenta de conflitos e de mediação e prevenção de conflitos é um modo de lidar
com o tema da água, que cada vez será mais valioso. Daí a importância do trabalho
da Unipaz com a ecologia integral e com a cultura de paz.
Em seguida, fizemos um exercício
de calcular a pegada ecológica individual de cada um. Ou seja, qual o espaço em
hectares necessário para sustentar o estilo de vida e os padrões de consumo de
cada aprendiz. A pegada ecológica é um
indicador de sustentabilidade que nos ajuda a tomar consciência do peso que
exercemos sobre a Terra com nossos hábitos de consumo e estilo de vida. Identificamos
quais os fatores que mais contribuem para tornar pesada a pegada ecológica –
transportes, automóvel, geração de lixo, consumo de alimentos produzidos longe
do local de consumo, gastos de energia. Cada um pode então avaliar o seu peso
ecológico e imaginar maneiras de caminhar com mais leveza. Em geral nas turmas da Unipaz e nas turmas de
aprendizes em universidades, a pegada ecológica sempre está mais pesada do que
a média brasileira e mundial. O exercício de calcular a pegada ecológica ajuda as pessoas a tomarem consciência dos
impactos que causam ao ambiente exterior.
Uma apostila foi previamente
preparada e distribuída. A turma é dividida em sete grupos de até quatro aprendizes.
Cada grupo lê um dos textos e depois o relata para o restante da turma: os
temas escolhidos para a apostila são
atualizados a cada ano em que ofereço esse seminário. Em 2019, havia textos
sobre paz e ecologia, sobre a ecologização da economia e o papel dos acionistas
engajados; sobre os modos de exercer as atitudes ecológicas no cotidiano, nos
vários papéis que cada um representa, como cidadão, consumidor, eleitor,
educador, etc. Um tema sensibilizador é o consumismo infantil, pois muitas mães
e pais convivem diariamente com essas questões. São mostrados os problemas, mas
também as respostas e boas iniciativas para lidar com o consumismo infantil,
tais como as ações do Instituto Alana e do movimento por uma infância livre de
consumismo. Foi abordada a questão de desejo e de como lidar com ele. Ao final,
frases selecionadas inspiradoras mostraram modos de atuar espiritualmente em relação ao
consumo.
A parte final desse primeiro dia
do seminário foi dedicada a uma visão mais ampla. Distanciando-se da conjuntura
do dia a dia e dos problemas imediatos, viajou-se no tempo e no espaço,
abordando a grande transição atual na perspectiva da evolução; a unidade do micro e do marco, a jornada da
humanidade desde seus primórdios até o dia de hoje, grandes cenários
prospectivos e visões sobre para onde vamos como humanidade e como espécie,
como enfrentar a grande crise da evolução que engloba todas as demais crises.”
(Depoimento de Maurício Andrés)
No dia seguinte, arte e música
trouxeram uma perspectiva complementar sobre como lidar com a paz e a
consciência ecológica tendo sido conduzido pelo grupo Voz e Poesia, formado por Luciano Luppi, Ivana Andrés e Evaldo Nogueira.
O tema foi tratado a partir da arte, da música e da poesia. As artes lidam com o emocional, com o intuitivo, com
sentimentos, caminhos poderosos para despertar a sensibilidade ecológica.
“Foi apresentado o show Cartas Poéticas, um show interativo
no formato de consultas poéticas e musicais. É um trabalho que tem sido levado
aos mais diversos públicos e que lida com a Ecologia Humana.
A ideia é simples e, ao mesmo tempo, de grande impacto
emocional. Num espaço intimista, é colocada uma mesa para uma "consulta
poética", através de cartas previamente elaboradas. Os espectadores são
convidados a participar do jogo. Então, um primeiro participante, apenas
mentalmente, elabora uma questão e escolhe uma carta do baralho. A carta
escolhida identifica uma poesia e uma música que serão interpretados pelos
artistas, ali, naquele momento, como uma suposta resposta poética para a
questão trazida pelo espectador. Ele recebe uma cópia escrita da poesia e letra
da música e retorna para o seu lugar na platéia. Outro espectador apresenta-se
e o jogo das "consultas poéticas" continua. Entre as consultas são
feitos comentários que poderão ajudar na contextualização da poesia na vida
cotidiana e profissional. O repertório propicia momentos de emoção e
valorização da vida.
Após o Cartas Poéticas, o grupo apresentou um show
focalizando o desastre/ crime ambiental das mineradoras em Minas Gerais, com
poemas de Carlos Drummond de Andrade e Ailton Krenak, entre outros.
Em seguida foi realizada uma vivência grupal que trabalhava
movimentos em duplas, visando a sinergia
entre pessoas, bem como a realização de uma poesia coletiva com o tema “Carta à
Mãe Terra”. Para finalizar, foi apresentado o poema “Os doze trabalhos”, de
Martin Shulmann, que lida com os doze signos. É um poema interativo, onde Deus
chama suas doze crianças e a cada uma delas dá um dom e uma função. Cada
participante do seminário se levantava no momento em que seu signo era chamado,
afim de receber seus dons e, de posse deles, sair pelo mundo para realizar suas
tarefas.” (Depoimento de Ivana Andrés)
*Fotos de Maurício Andrés
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