Artista plástica, ex-aluna de Guignard. Maria Helena Andrés tem um currículo extenso como artista, escritora e educadora, com mais de 60 anos de produção e 7 livros publicados. Neste blog, colocará seus relatos de viagens, suas reflexões e vivências cotidianas.
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
CONSTRUÇÕES SENSÍVEIS NO CCBB
“A
exposição Construções sensíveis: A
experiência geométrica Latino-Americana na coleção ELLA FONTANAIS-CISNEROS, traz
ao Brasil um recorte da abstração em nosso continente. Junto ao importante
legado do concretismo e neoconcretismo brasileiros, são apresentadas as
poéticas abstratas que prosperaram em outros países a partir dos anos 1930.”(Extraído
do catálogo da exposição Construções
Sensíveis, no CCBB de Belo Horizonte)
Percorro uma exposição que nos remete ao passado,
ao Construtivismo que percorreu o mundo e veio nos mostrar o quanto somos irmãos.
Realmente, somos parecidos, mesmo que não tenhamos
tido a oportunidade de um encontro pessoal.
Existe o encontro espiritual, encontro de
sensibilidades semelhantes.
O construtivismo vai nos mostrando a identidade dos artistas.
Ele veio da Europa e encontrou na América Latina seus irmãos espirituais.
Os construtivistas europeus vieram da Rússia,
desceram até a Alemanha e a França, e, por motivo de guerra, chegaram às Américas.
A América acolheu os imigrantes artistas, como
Mondrian.
Ali ele se redescobriu, ficou famoso.
A Argentina e o Uruguai receberam a mensagem
construtiva, através da arte e do pensamento de Torres Garcia.
Ele buscava o espiritual na arte e a redescoberta
dos povos primitivos das Américas.
O Brasil tornou-se o grande difusor das ideias
construtivas.
No nosso solo floresceram artistas plásticos, poetas,
críticos, tendo a Bienal de São Paulo como a grande difusora.
O construtivismo chegou até as montanhas de Minas e
ali encontrou jovens artistas que aderiram ao movimento.
Revejo nesta exposição os Bichos de Lygia Clark, os Metaesquemas
de Hélio Oiticica, as telas construtivas de Volpi e Ivan Serpa, os objetos
de Ana Maria Maiolino e Mira Schendel.
Dá vontade de chegar perto, tocar e participar.
Mas o Bichos
estão resguardados por vidros protetores.
Caminhar pela exposição é encontrar as origens, a
expansão e o sentido deste movimento que percorreu o Brasil na década de 1950.
Fiz parte deste movimento.
Nunca me senti tão bem numa exposição de arte.
Dá vontade de ficar olhando cada quadro, cada
escultura, cada desenho ou gravura.
Seus autores já partiram para outro plano, mas
deixaram sua obra como testemunho de sua passagem pelo planeta.
O construtivismo sensível não acaba nunca, porque
ele é o mensageiro de uma paz que existe dentro de todos nós.
Esta paz, os artistas buscaram por meio de obras de
grande beleza e serenidade.
O desejo de paz veio à tona numa época de grandes
guerras.
Duas grandes guerras na Europa, várias ditaduras
pelo mundo.
Todos passaram para a história, os artistas
morreram, mas sua arte continua viva, trazendo até nós o desejo da paz que os
inspirou.
O construtivismo é uma meditação.
Mergulhados no silêncio de sua própria interioridade
os artistas transcenderam a violência e a opressão.
Percorrendo as salas desta exposição vou sentindo
cada vez mais o poder da arte de transmutar energias.
Os movimentos políticos passam, mas a arte permanece.
*Fotos da internet
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segunda-feira, 22 de outubro de 2018
A VENDEMMIA
O texto abaixo foi retirado de uma carta da Teresa ,
minha neta, filha do Euler e Iara. Teresa nasceu e foi criada na fazenda
Luiziania, em Entre Rios de Minas. Casou-se com Alberto Sica, professor de uma
escola antroposófica na Toscana, Itália. É uma região com paisagens lindas,
semelhantes às nossas, do Campo das Vertentes, onde ela nasceu. A colheita de
uvas na Itália é uma tradição daquele país.
“Semana passada terminei a “Vendemmia”, a colheita
das uvas para fazer o vinho. Adoro a ideia que existe um verbo (e um
substantivo, claro) para essa atividade. Eu vendemmio, você vendemmia... A
tradução é livre mas a palavra é usada. E dá toda uma cor diversa ao início do
outono aqui na Toscana. É um período particular, e todo mundo de alguma maneira
sabe o que está acontecendo. Você pode chegar atrasado a algum compromisso
porque encontrou um trator com uma carreta de uvas pela estrada (se formam
filas enormes atrás deles), ou a sua casa vem invadida pelo perfume da
fermentação. Parece um eterno pão de “pasta
madre” no forno.
Tem carros estacionados nos lugares mais estranhos e
você acaba vendo umas cabecinhas no meio do vinhedo.
Eu tinha
feito a “Vendemmia” 6 anos atrás, quando
a Itália ainda era uma viagem com data de ida e volta. Me lembro que na época fiquei impressionada,
mas não entendia nada do que eles falavam, apesar de já saber um pouco de
italiano. Realmente não é suficiente conhecer o italiano para isto, principalmente na Toscana.
Me explico contando sobre as pessoas que trabalham na “Vendemmia”. O mais
normal é encontrar velhos (e velhas) toscanos neste trabalho, além de jovens,
muito jovens. Claro que no momento existe
uma grande mudança no perfil da mão de obra e essa matemática não é sempre
correta. Mas a base é esta: velhos misturados a jovens. Os velhos porque têm um
conhecimento e uma força de resistência tal, que são capazes de trabalhar mais
que os jovens. Os jovens porque ainda não têm um trabalho estável. Para quem
não sabe, a língua italiana nasceu do dialeto toscano, porque os grandes
escritores da antiguidade italiana eram toscanos. Isso pra dizer que o toscano
pensa que fala bem o italiano e acaba por misturar palavras italianas com o
dialeto, além de omitir alguns sons. O toscano é famoso também por dizer muito palavrão.
Na verdade não é palavrão mas bestemias (não lembro se tem em português esta
palavra, é quando você usa palavras santas com um sentido de palavrão). Então
dá pra imaginar qual é o clima da “Vendemmia” : os velhos é que dão o ritmo e
os tons, com uma língua cheia de palavras típicas, entre palavrões e
brincadeiras de conotação sexual. Sim, este é o outro hit da “Vendemmia”, não
me entendam mal, nada exagerado, mas sempre com um pouco de malícia. Alguns
defendem que é para passar o tempo. Mas todos estão de acordo sobre o mesmo
ponto: aquilo que é dito nos vinhedos fica dentro dos vinhedos. É quase uma
seita.
Uma seita não é, mas tem algo de místico na “Vendemmia”.
A uva, essas filas de parreiras longas, o sol do outono que já é diferente, a
exaustão do corpo físico, tudo junto te leva a um estado de felicidade
estranha, parece uma realização antiga, como uma homenagem a um deus. No caso
seria Baco.
Depois tem o gosto especial de saber que daquele
trabalho vai vir um vinho, melhor ou pior, dependendo de tantos fatores. Alguns
deles você vai aprendendo enquanto colhe. Se choveu
muito e tem muito mofo na uva, se deve-se
colher uma certa uva (que dá cor) e com qual outra uva misturar. Se a
uva de ontem está fermentando bem. Enfim, aqui começa um outro mundo.
Estar nos vinhedos me deu as melhores vistas da
toscana. E tantas vezes me vinha vontade de dividir essas "imagens"
com pessoas queridas, tantas das quais passaram por aqui este verão. Mas o melhor jeito de relembrar essa
experiência será tomarmos juntos o vinho
“Majnoni safra 2018” (sem nenhuma intenção de fazer publicidade).
Avoé bacantes! (não era assim a saudação do reino de
Baco?)
Um abraço,
Teresa.”
*Fotos de arquivo e da internet
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segunda-feira, 15 de outubro de 2018
ARTE NA CONTRA CULTURA I
Em 2003 publiquei o artigo abaixo no jornal “O
Estado de Minas”, seção “Pensar”.
Uma exposição no Centro
Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, acenava com um grande cartaz: “Fluxus”. Caminhei despreocupada em sua
direção, sem ter programado com antecedência. À porta, comprei uma camisa com
uma enorme seta e a legenda “Fluxus”.
Afinal, pensei, já vestida com a camisa, o que será “Fluxus”? Lá dentro, meninas vestidas de preto com botas alaranjadas
conduziam grupos, explicando o significado das obras. “Então, qualquer um de
nós pode ser artista?”, indagou uma senhora, entusiasmada com a ideia.
Acompanhei com
curiosidade os debates, sem me apresentar. Aquelas ideias me tocavam de perto,
lembravam meu próprio posicionamento sobre a comercialização da arte, os
happenings dos anos 60, os domingos de criação que possibilitavam a todos a
oportunidade de criar. Aos poucos fui me sintonizando com as ideias do grupo,
refletindo sobre o que já havia escrito na década de 70 no meu livro “Os
Caminhos da Arte”:
“Quadros não são feitos
para combinar com tapetes e cortinas, nem para ser colocados como títulos na
bolsa de valores do mercado de arte. A preocupação comercial leva o artista a
concessões imperdoáveis, que o fazem esquecer a razão de ser da arte como força
vital da civilização, para colocá-la no plano da especulação comercial. O valor
de um trabalho artístico, suas qualidades expressivas, não se limita a números
e cifrões, mas alcança lugar que lhe assegura realmente a permanência no tempo
e sua equiparação com as demais artes.
Assim como a música e a
poesia, também o quadro que vemos numa exposição contém toda uma vida de lutas
e experiências. Não se podem separar as inquietações da alma humana, seus
momentos de sofrimento ou alegria, de violência ou de paz, de revolta ou de
submissão, daquela forma que espontânea e diretamente lhe sai das mãos.
A Arte é a mais pura
manifestação da liberdade, hoje tão limitada à mecanicidade do mundo moderno.
Toda e qualquer forma de imposição, ao atingir o domínio da arte, impede-lhe o
progresso e a conduz à mediocridade. O sentido de liberdade é expresso com
grande veemência por meio da arte, porque ela se fundamenta e nasce num clima
no qual a opressão não tem lugar. Pode-se proibir o homem de falar, mas nunca
de sentir. A arte é a expressão do sentimento humano, desse sentimento tantas
vezes bloqueado por slogans e rótulos, mas que desperta quando se desenvolve a
capacidade de inventar, de renovar, de contatar a essência do próprio ser. O
verdadeiro humanismo brota das mãos dos artistas e da alma dos poetas, dos
cineastas, dos escritores, dos músicos, que proclamam espontaneamente a
compreensão entre os povos. O humanismo autêntico tem suas raízes no
sentimento, e não na razão.”
No Brasil, o artista
pernambucano Paulo Brusky, integra o movimento “Fluxus” com suas instalações e performances de contracultura.
*Fotos da internet
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terça-feira, 9 de outubro de 2018
AS PEDRAS DE VIRGINIA WOOLF
Recebi de Ivana Andrés o texto abaixo, sobre o
espetáculo “As pedras de Virgínia Woolf”, encenado no Teatro da Cidade,
integrando o Festival de Teatro Mínimo. Nesta peça, Ivana faz o papel da
própria Virgínia.
A
complexidade e riqueza da vida e da obra de Virgínia Woolf possibilita a
escolha de diferentes caminhos,
conduzidos por diferentes motivações. Após a leitura de alguns livros da autora
e também sobre ela, (inclusive roteiros cinematográficos), é possível
apresentar algumas motivações ligadas à questões essenciais de qualquer ser
humano. Questões que acontecem em qualquer época e lugar. Semelhanças ou
coincidências?
Um espetáculo teatral, seguido de debates e
vivências motivadoras sobre o tema do feminismo, da diversidade de gênero, do
amor pela literatura, do sofrimento
infligido às pessoas pela guerra e pelo fascismo e também sobre a morte por
escolha própria, o suicídio. E o renascimento, como pessoas ou personagens de
um livro ainda por ser escrito.
Um encontro imaginário de Virgínia Woolf com Leonard
Woolf, seu marido e com personagens de
suas obras, no fundo de um rio, onde a escritora se afogou, usando pedras nos
bolsos do casaco. As pedras, na
concepção deste espetáculo são seus próprios livros, que revolucionaram a
escrita de sua época, a primeira metade do século XX. Personagens de alguns de
seus livros deveriam aparecer como elementos materializados de sua própria
consciência, criarem vida própria e questionarem a sua própria existência, a
razão de terem sido criados pela autora. Virgínia deveria lhes responder
revelando sua própria vida, suas angústias, revoltas e anseios e de como o seu
trabalho era a forma quase exclusiva de superação. Mas isso não acontece. É
mais importante levantar outras questões e envolver a platéia, as pessoas que
vivem agora, com os atores, as atrizes, com a realidade que espera por todos
nós lá fora. E isto quem faz é o diretor. Não há tempo para descrever, contar
histórias, distrair a atenção para o mais importante: a volta da direita em
âmbito mundial. E os personagens, líricos, apaixonados, voltam para seus
livros, para serem abertos, quem sabe, pelo espectador, curioso em desvendar
suas histórias?
Resta a sua vida, real, vivida com personagens
reais, pessoas físicas, encarnadas em Leonard Woolf, seu marido. E o encontro
acontece também no fundo do rio. Existe a vida pessoal de ambos, as depressões
de Virgínia, os surtos. Existe nela a revolta contra o machismo e o
patriarcado, e seu amor pelas mulheres. E existe a descoberta de si mesma como
ser andrógino, homem e mulher ao mesmo tempo. É o feminismo metafísico, quando
a mente é fertilizada e usa todas as suas possibilidades.
Juntos relembram os tempos de juventude, a criação
do Grupo dos Bloomsbery, que marcou presença na Cultura Inglesa do início do
século XX, estendendo-se por décadas e criando uma nova estética e uma nova
ética. É a revolução dos costumes,
reação à moral vitoriana, que encontraria seu apogeu nos anos 60, com a
revolução Hippie.
Virginia
revela seu amor pela literatura e sua frustração por não ter mais um público
que lhe dava alimento para o trabalho e razão de ser para sua existência. E
ambos “morrem” novamente, para imediatamente renascerem como outras pessoas e
outros personagens, duas meninas com traços de outras existências, mas com uma
imensa vontade de compreenderem juntas a
razão e sentido da vida humana, com esperança de reescreverem suas próprias vidas.
Todos os personagens de seus livros e o próprio
Leonard são interpretados por uma única atriz, Vânia Campos, que faz tanto papéis femininos
quanto masculinos.
A concepção cenográfica revela um lugar escuro
invadido por uma enchente. Tanto pode ser o fundo de um rio, quanto o “umbral”,
lugar sombrio descrito pelos espíritas, como aquele conduzido pela consciência
dos suicidas. Lá Virgínia lê a conhecida carta de despedida dirigida a Leonard,
deixada por ela, enquanto é descrito um trecho do livro “Orlando” sobre um
degelo ou enchente. Sobre uma catástrofe, imagem simbólica da sua própria
tragédia.
*Fotos de Kátia Assis
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segunda-feira, 8 de outubro de 2018
terça-feira, 2 de outubro de 2018
FASE ESPACIAL I
Em
1969, por ocasião de uma exposição realizada em Belo Horizonte, solicitei ao
poeta e diretor da Imprensa Oficial, Paulo Campos Guimarães, um texto para o
catálogo, que transcrevo abaixo.
“O melhor retrato do artista é a sua obra, porque nela
se surpreende uma fisionomia moral. Por isso é que qualquer obra de arte, além
de ser o testemunho da capacidade puramente intelectual do artista, é,
sobretudo, a projeção de sua personalidade. Daí o acerto de Tolstoi, quando
define a arte como a emoção relembrada. Nela corre o rio da comunicação
estética de uma vivência.
Maria Helena Andrés, na sua pintura de
fuga à realidade bruta do mundo, procurando a estrela polar da paz, aparece de
corpo moral inteiro, mostrando sua extraordinária vocação artística, com a
graça divina do chamamento para esse recanto do mundo.
Sua pintura é ela própria, nas suas
concepções, na sensibilidade, no apurado sentimento de humanidade, na eterna
fuga das coisas sem alma e dos fantasmas de toda espécie que povoam o profundo
deserto da vida.
A afirmação de sua forte personalidade
e a impressionante unidade de sua obra artística emergem das cores vivas, mas
transparentes, dos traços negros e incisivos, mas metálicos, de seus quadros. É
que a realidade, circunscrita ao mundo material, não lhe basta. Ela, nas cores
transparentes, quer ver além dos objetos e dos corpos. Nos traços metálicos,
pretende iluminar essas realidades, com o brilho do espírito e da
sensibilidade.
Ainda, como Tolstoi, sua luta no campo
da pintura é um romance de poesia no clima da guerra e da paz. Os capítulos
épicos de seu ideário artístico são as próprias fases do seu trabalho criador.
Começou pela figurativa, em que se aproxima de Guignard, distanciando-se da
agressividade das coisas, através de retratos e paisagens do Parque. A angústia
da artista dentro do mundo criou-lhe a revolta, na fase de deformação da figura
humana. A guerra contra o lado mau do homem levou-a ao inevitável do
abstracionismo, mas em atmosfera da busca desesperada de paz, na fase
geométrica, pela pintura de cidades iluminadas, vistas de longe, e, na fase dos
barcos, pelos quadros de viagem para o mar. O oceano, no entanto, não lhe deu a
necessária tranqüilidade, que a artista só encontra na realização do seu
sentimento do mundo. Nasceu, então, a rebelião do anjo da arte, traduzida nos
quadros de guerra, definindo sua repulsa à destruição, porque, para ela, a
civilização é a vitória da humanidade sobre a animalidade. A pintura de guerra
feriu de tal forma a sua delicada sensibilidade que procurou refugiar-se na
história, criando o misticismo das madonas barrocas, que parecem santas, com a
conquista, pelo menos, da paz no passado. Esgotados os recursos da artista, na
aventurosa pintura de guerra e paz, partiu para o quixotismo espacial. Não
encontrando repouso na terra, habita hoje o mundo interplanetário, levando, em
busca de paz, para longe da guerra permanente, os homens e as mulheres, na
“Viagem Interplanetária”, o teatro, no “Espaço Azul”, o cinema, na “Projeção
Espacial”, o navio, na “Barca Espacial”, e o avião, na “Nave Espacial”.
Sua ansiedade diante do mundo adverso
fez com que ela retratasse até a travessia da barreira do som. A luta que
empreende na arte confunde-se, portanto, com a própria luta pela poesia do
caráter. A artista Maria Helena Andrés tem, assim, o seu destino de luta na
expressão da emoção e da comunicação da beleza muito parecido com o movimento
angustioso da flor que nasce entre pedras.”
*Fotos
de arquivo
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