segunda-feira, 20 de agosto de 2018

TEXTOS CRÍTICOS SOBRE A MINHA PARTICIPAÇÃO NO MOVIMENTO CONSTRUTIVISTA DA DÉCADA DE 50 II


“Maria Helena Andrés parte sempre, mesmo nos quadros de puro jogo formal de cores e planos, de dados observados diretamente da realidade, extraindo deles oculta beleza e submetendo-os aos ritmos próprios de sua composição. Nesta fase , última, atinge a pintora mineira um dos pontos altos de uma carreira que apenas se inicia.
         Profundamente ligada à sua terra e à sua gente, com um raro conhecimento  artesanal, delicada e sensível, Maria Helena Andrés é um dos valores novos de Minas, uma pintora de invulgar talento que se vai projetando firme e poderosamente como uma das expressões plásticas do Brasil.”

         Jacques do Prado Brandão
         “Maria Helena Andrés vista por Jacques do Prado Brandão”. Correio do Dia, Belo Horizonte, 20 de setembro de 


 “Já falei, em outra nota, dessa jovem artista mineira que expõe presentemente na galeria do Instituto Brasil - Estados Unidos, na rua Senador Vergueiro número 103.
         O mérito maior que revelam seu quadros, principalmente os da última fase, reside no fato da pintora ter marchado por si mesma para a arte não representativa, na cidade de Belo Horizonte, onde, além de raras incompletas exposições, não há museus, gabinetes de estampas ou coleções privadas em que se encontrem quadros dessa tendência. Marchou para a abstração levada mais pelo espírito de aventura e de pesquisa de um meio novo de expressão - do que propriamente por  uma imposição do ambiente ou por simples conformismo.
         Tendo começado a fazer abstrações ou formas baseadas na realidade, como se vê de sua tela representando um rebanho no pasto, em breve Maria Helena Andrés se encontrava diante dos problemas específicos da pintura não-objetiva.
         Seus últimos quadros já denotam um progresso sensível, mostrando que a artista começa a manejar a linguagem abstrata, livremente, por si mesma, sem recorrer à gramática dos abstratos suíços ou dos concretos, em seu exercícios intermináveis de círculos, quadrados, triângulos, “confettis” multicores, feixes de linhas, tudo isso arranjado, com maior ou menor habilidade dentro do espaço pictórico.
         A artista procura agora estruturar suas composições dentro de ritmos ou de combinações de forças e cores menos estereotipadas que  as concretas já conhecidas. E sabe desenhar com segurança, como se pode verificar pela série da “Via Sacra”. Alguns desses desenhos possuem uma grande pureza linear. E são, ao mesmo tempo, de uma qualidade arquitetônica irrecusável. Lembram esculturas de fio de ferro, pela nitidez com que se erguem no espaço, parecendo feitas para uma vida mais transcendente que a do simples desenho em preto e branco.”

         Antônio Bento
         Diário Carioca, Rio de Janeiro, 7 de setembro de 1953, p. 6.

*Fotos de arquivo

VISITE TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MEMÓRIAS E VIAGENS”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.
        



        

Nenhum comentário:

Postar um comentário