terça-feira, 14 de agosto de 2018

TEXTOS CRÍTICOS SOBRE A MINHA PARTICIPAÇÃO NO MOVIMENTO CONSTRUTIVISTA DA DÉCADA DE 50 I


Relembrar o construtivismo é relembrar os caminhos por onde passamos.
No momento em que o construtivismo está em pauta e está sendo estudado, não somente no Brasil, mas também na Europa, relacionei textos de críticos da época, que se manifestaram na ocasião.
Transcrevo nas próximas postagens, o que me foi possível guardar dos jornais da época, no auge do movimento construtivista no Brasil.

“Maria Helena Andrés é uma das mais talentosas e inteligentes artistas que surgiram em Minas desde os anos 40, dotada que é de uma inata sensibilidade e bom gosto. Com Mário Silésio e Marília Gianetti - não mencionando Guignard que já tem sua fama e sua arte reconhecida além-fronteiras - representa a vanguarda das artes plásticas em Minas Gerais, compondo com suas experiências e pesquisas, o que de melhor, mais sério e ousado se faz aqui no campo da arte moderna, e, particularmente, a arte abstrata. Saliente-se que, as realizações abstratas de Maria Helena Andrés são bastante recentes e por isso ainda guardam reminiscências figurativas. Talvez ela volte um dia à figura, não sei, porque está sempre pesquisando, procurando antes de tudo o fazer - condição vital de sua arte - , e nunca repetir-se monotonamente em fórmulas e esquemas. E depois, talvez, retorne outra vez à abstração. Mas ser figurativa ou abstrata, importa pouco, para ela, o fundamental é manter a qualidade de sua arte. O fundamental é a pesquisa constante, é procurar  renovar-se a cada dia, buscando novos temas, materiais, novas maneiras de dominar o espaço pictórico ou gráfico. Maria Helena não pára: desenha muito, raciocina bastante sobre os problemas de sua arte. À espontaneidade e à intuição, acrescenta o domínio da razão e da reflexão, isto é, medita sobre a história da arte antiga e contemporânea, sobre a filosofia da arte e a estética. Em sua criação não há nem o domínio puro e simples da intuição , nem o excesso de racionalização e cerebralismo. Sua arte consegue, assim, ser deliciosamente espontânea e sabiamente meditada. Desta síntese, sobressai em seus temas e composições, um lirismo que é exclusivamente seu e que pode ser visto, ora num retrato ou numa paisagem de sua fase mais guignardiana, ora na fase dos balões e das colagens, ou mais recentemente, em suas esplêndidas “cidades iluminadas” nas quais a abstração se intensifica.”

         Frederico Morais        
         Diário de Minas, Belo Horizonte, 9 de março de 1958
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“As últimas composições da artista denotam uma segurança que não se encontra em muitos dos nossos abstratos de maior experiência. E revelam também uma sensibilidade apurada. Sente-se que a pintora tem alguma coisa a dizer na plástica abstrata, trazendo a sua contribuição a uma arte que requer autenticidade, pois do contrário não passará de um simples exercício acadêmico”
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         Antônio Bento
         Diário Carioca, Rio de Janeiro, setembro de 1953
         Por ocasião da exposição realizada na Galeria do Instituto Cultural Brasil - Estados Unidos, no Rio de Janeiro
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“Do grupo de Belo Horizonte, Maria Helena Andrés se destaca pelo progresso que vem fazendo e pela supremacia linear que dá às suas composições.”

         Mario Pedrosa
         “O último esquadrão de pintores”, Jornal do Brasil, Rio de Janeiro,
12 de julho de 1958
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“Maria Helena, ao que me parece, está em um período de fixação que seria imprudente declarar definitivo. Sua pintura situa-se entre Mondrian e Juan Miró. De Mondrian tem a segurança da composição quase geométrica, a maestria no emprego das cores. De Miró, a graça infantil e travessa que vemos em “Figuras” ou em “Boizinhos”. Maria Helena experimenta cores, experimenta ritmos, com segura mão.”
        
         Miranda Netto
         “A herança de Guignard”, Jornal do Comércio, Rio de Janeiro, 1º de
julho de 1962
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*Fotos de arquivo

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