segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

ALEXANDRE ANDRÉS E O ORIENTE

Quando Alexandre nasceu, eu viajava pelo sul da Índia com um pequeno grupo de brasileiros. Estava em Arunachala, junto à montanha sagrada, reverenciada pelo aparecimento de uma grande luz em forma de coluna de fogo. O local é um lugar de peregrinação e ali morou um dos maiores mestres da Índia, Ramana Maharishi. Existe um mantra de grande poder de cura, associado àquela montanha. Repetindo o mantra Arunachala Shiva Shiva, os fiéis sobem cantando em reverência ao Deus Shiva.
Arunachala, situada em Tiruvanamalai, é considerada uma das mais antigas formações rochosas do planeta.

Estávamos dentro de um carro, e, do banco de trás eu podia ver a montanha se afastando. Propus a todos que cantássemos como despedida o mantra Arunachala Shiva Shiva.

A montanha aos poucos se afastava e, quando me dei conta, eu tinha substituído Arunachala por Alexandre. Alexandre Shiva Shiva, Alexandre Shiva Shiva.

Tomei consciência da substituição das palavras e exclamei com alegria: meu neto nasceu, Alexandre está nascendo...
Realmente, naquele momento, Alexandre estava nascendo...

Este menino, filho de pais músicos, desde cedo se dedicou à música. Desde criança seu brinquedo preferido era sempre um instrumento musical e aos 12 anos se apresentou tocando Mozart para um grupo de artistas e familiares. Sua sensibilidade para interpretar Mozart impressionou a todos.

Com sua flauta ele conduzia o público a uma transcendência que extrapolava o mundo material.

Aos 18 anos Alexandre tornou-se também compositor e tem a disciplina necessária aos que se dedicam de corpo e alma ao seu ideal de arte. Ele não permite dispersões inúteis. Levanta-se de madrugada, e, à luz das estrelas vai compondo suas músicas. Elas brotam de uma intuição muito clara com outros planos de consciência, onde as artes tem como objetivo principal a transmutação de energias neste planeta tão cheio de violência.

Hoje, aos 26 anos, Alexandre é um músico reconhecido internacionalmente e está fazendo também um intercâmbio com o oriente através da música, tendo apresentado com sucesso o seu último CD Haru em Tóquio, Kioto e outras cidades japonesas.

Assisti a apresentação deste CD em BH, na Fundação de Educação Artística. Foi um admirável espetáculo de música, apresentado por Alexandre Andrés e Rafael Martini. De onde eu me encontrava podia ver o palco e os dois músicos com seus instrumentos. De um lado, Rafael com piano e teclado, do outro Alexandre com 3 instrumentos: flauta, violão e a própria voz.  Havia uma comunicação performática que envolvia os músicos, o teatro e inclusive a plateia que também se tornava parte do evento. Os dois músicos integravam seus sons que nos conduziam à terras distantes, mas também próximas.

O Oriente e o Ocidente encontraram-se no palco e trouxeram a sua mensagem para todos nós que assistimos.

Integrando o evento “Verão Arte Contemporânea”, o espetáculo “Haru” será apresentado em BH no CCBB, no dia 24 de janeiro, às 20 horas.

*Fotos da internet


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