O texto abaixo, mostrado na exposição de Paulo
Laender, é uma introdução de minha autoria, ao catálogo da sua primeira
exposição coletiva realizada também no Minas Tênis Clube na década de 1960.
“O desenho como base de toda e qualquer forma de
arte é aquele que desperta a sensibilidade do artista para ver as formas da
natureza e recriá-las.
Não será nunca um desenho rígido, acadêmico, mas uma
disciplina necessária, uma educação da capacidade de observar e de sentir.
O desenho simples, linear, bem construído, visando
uma compreensão maior da composição, constitui o primeiro passo para a formação
do jovem artista.
Hoje o
desenho pode equilibrar-se perfeitamente com as outras artes, obedecendo em
princípio às mesmas necessidades plásticas. Linhas e massas, texturas e
nuances, expressam-se por si, falando sua própria linguagem. Desenhar bem não é
necessariamente copiar bem. A densidade maior ou menos dos traços, as linhas
que se cortam, a mão que se comprime nervosamente, para depois expandir-se de
maneira mais leve, constituem a mensagem sensível da alma do artista,
difundindo o seu pensamento mais profundo. O desenho traduz um estado de alma,
e o traduz de modo mais direto do que as outras formas de arte, onde às vezes a
necessidade técnica condensa e controla a emoção criadora.
Aqui estão três jovens desenhistas reunidos numa
primeira exposição.
Paulo Laender, com um desenho equilibrado, meditado,
procura o tema de barcos e figuras centralizando a composição. As formas surgem
dentro de outras formas, num ritmo organizado e inventivo, revelando vida
interior e grande capacidade de concentração no trabalho.
Antônio Eugênio Salles Coelho, usando também o mesmo
material, valoriza a textura dos grandes espaços com uma infinidade de pequenos
traços, que não chegam a determinar, mas apenas sugerir o mundo fantástico das
formas orgânicas.
Luiz Lanza, utiliza-se da figura humana demonstrando
grande segurança em seu traço rápido, que, muitas vezes é interrompido, para
acentuar a expressão da forma através da linha inacabada.
Aí estão seus trabalhos e o esforço de muitos dias e
noites dedicados à arte. Espero que eles sirvam de estímulo a outros jovens e de incentivo ao
Departamento Cultural e Artístico do Minas Tênis Clube que, de maneira tão
simpática se prontificou a auxiliá-los.
Maria Helena Andrés.” (Apresentação do catálogo da
exposição “Desenhos”)
*Fotos de arquivo
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