terça-feira, 6 de dezembro de 2016

EXPOSIÇÃO “DESENHOS”

O texto abaixo, mostrado na exposição de Paulo Laender, é uma introdução de minha autoria, ao catálogo da sua primeira exposição coletiva realizada também no Minas Tênis Clube na década de 1960.

“O desenho como base de toda e qualquer forma de arte é aquele que desperta a sensibilidade do artista para ver as formas da natureza e recriá-las.
Não será nunca um desenho rígido, acadêmico, mas uma disciplina necessária, uma educação da capacidade de observar e de sentir.
O desenho simples, linear, bem construído, visando uma compreensão maior da composição, constitui o primeiro passo para a formação do jovem artista.
 Hoje o desenho pode equilibrar-se perfeitamente com as outras artes, obedecendo em princípio às mesmas necessidades plásticas. Linhas e massas, texturas e nuances, expressam-se por si, falando sua própria linguagem. Desenhar bem não é necessariamente copiar bem. A densidade maior ou menos dos traços, as linhas que se cortam, a mão que se comprime nervosamente, para depois expandir-se de maneira mais leve, constituem a mensagem sensível da alma do artista, difundindo o seu pensamento mais profundo. O desenho traduz um estado de alma, e o traduz de modo mais direto do que as outras formas de arte, onde às vezes a necessidade técnica condensa e controla a emoção criadora.

Aqui estão três jovens desenhistas reunidos numa primeira exposição.

Paulo Laender, com um desenho equilibrado, meditado, procura o tema de barcos e figuras centralizando a composição. As formas surgem dentro de outras formas, num ritmo organizado e inventivo, revelando vida interior e grande capacidade de concentração no trabalho.

Antônio Eugênio Salles Coelho, usando também o mesmo material, valoriza a textura dos grandes espaços com uma infinidade de pequenos traços, que não chegam a determinar, mas apenas sugerir o mundo fantástico das formas orgânicas.

Luiz Lanza, utiliza-se da figura humana demonstrando grande segurança em seu traço rápido, que, muitas vezes é interrompido, para acentuar a expressão da forma através da linha inacabada.

Aí estão seus trabalhos e o esforço de muitos dias e noites dedicados à arte. Espero que eles sirvam de estímulo  a outros jovens e de incentivo ao Departamento Cultural e Artístico do Minas Tênis Clube que, de maneira tão simpática se prontificou a auxiliá-los.
Maria Helena Andrés.” (Apresentação do catálogo da exposição “Desenhos”)

*Fotos de arquivo


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