Vários artistas ocidentais têm buscado expressar a
instantaneidade do momento criador, captando alguns dos mais característicos
símbolos orientais. Na intensidade emocional do gesto, aproximam-se da escrita
chinesa e, procurando o depuramento da forma, muitas vezes trazem à luz formas
semelhantes às mandalas tântricas. O Abstracionismo, portanto, seja em seu
aspecto informal, seja em seu aspecto geométrico, constitui uma aproximação do
Oriente com o Ocidente.
Essa busca de valorização do momento presente, da
instantaneidade da criação, introduziu-se na arte do Ocidente por intermédio de
Mathieu, na França, e da Action Painting , nos EUA. Mathieu declara na Analogia da Não Figuração :
"A atividade do artista, paralela à do sábio e à do
santo, comunica-se com todas as forças vivas do cosmos e aproxima-se do
pensamento científico moderno, no qual os meios de apreensão do universo já não
são fornecidos só pela razão e pelos sentidos."
Proclamando a necessidade do artista de realizar a
síntese da arte e vida, Mathieu buscou conhecer o mundo fazendo viagens e procurou o encontro consigo mesmo
nas meditações. Seus quadros, realizados na maior velocidade para apreenderem o
mais rápido possível a essência criadora, assemelham-se à caligrafia oriental.
Nos EUA, Jackson Pollock, Mark Tobey, Franz Kline,
Theodorus Stamus, James Brooks, William de Kooning, Gottlieb e outros iniciaram
o movimento da Action Painting , que
enfatizou intensamente a pintura gestual e o automatismo psíquico. O método de
Pollock foi o de entrar no processo criador, submergindo na pintura como o
calígrafo chinês, a fim de transmitir a energia
Ch’i. Seus quadros, de um intenso grafismo, assemelham-se à escrita do
Extremo Oriente e o seu modo de pintar lembra o dos índios navajos, que vertiam
areia colorida no solo, a fim de marcar seus talismãs.
Mark Tobey, influenciado
pela filosofia Zen, usou como suporte
quadros menores e tintas que permitiam rápida secagem, para conseguir, no ato
de pintar, a simultaneidade da ideia e da realização.
A arte abstrata possibilita uma comunicação direta
com as forças mais profundas do ser humano. Neste encontro consigo mesmo,
pode-se descobrir a fonte comum que dá origem a outras formas de arte, como a
dança e a música.
Vivenciar o ritmo na arte é também descobrir o ritmo
de nossa própria vida. (Caminhos da Arte, 3° Edição, Editora C/ARTE)
*Fotos da internet
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