O Centro Cultural Banco do Brasil, situado no
Circuito Cultural Praça da Liberdade é um ponto de encontro de arte em Belo Horizonte.
Para o CCBB se desloca um público participante que está ali para aprender
alguma coisa sobre os artistas, sua vida e obra.
Nas diversas salas estão expostos os quadros de
Mondrian, mestre holandês que se filiou ao movimento "De Stijl" na Europa.
“A exposição não se esgota com a
história artística de Mondrian. Há uma segunda etapa, igualmente relevante para
compreender o que aconteceu naquele período (1917-1928), que mostra a agitação
provocada pela revista De Stijl (O Estilo), o meio escolhido para que um grupo
de artistas, designers e arquitetos, incluindo Mondrian, defendesse o
neoplasticismo e a utopia da harmonia universal de todas as artes.
Mondrian acreditava que sua visão da
arte moderna transcendia as divisões culturais e poderia se transformar numa
linguagem universal, baseada na pureza das cores primárias, na superfície plana
das formas e na tensão dinâmica em suas telas. E seus companheiros da De Stijl
não só tinham visão semelhante, como aplicaram esses conceitos a todo tipo de
arte.” (trecho do catálogo da exposição do CCBB)
Mondrian foi um artista ligado à Teosofia que
naquela época se difundia pela Europa.
O construtivismo teve na Europa do princípio do
século XX diferentes manifestações em países diversos, inspirados numa
filosofia que estudava o cosmos e a antiga sabedoria do mundo.
Na exposição a vida de Mondrian está projetada em
vídeo e cronologicamente alinhada em pequenas fotos da época. Percorrendo a mostra,
podemos observar como a sua arte o conduziu a propostas no campo da arquitetura
de interiores, do design e do mobiliário.
Quando estourou a segunda guerra mundial, Mondrian
mudou-se para Nova York, onde desenvolveu suas propostas e realizou seu famoso “Broadway
Boogie Woogie”, inspirado no ritmo americano.
Lembramos aqui de nossos estudos sobre a Vanguarda
Russa, pioneira desta corrente artística. Releio o texto que escrevi em 1974,
capítulo do meu livro “Os caminhos da Arte”:
“Na Rússia pré-revolucionária,
Nathalie Gontcharova e Michel Larionov apresentaram as primeiras telas
rayonistas, nas quais a cor buscava a mesma independência do som. A libertação
da cor e da forma de qualquer significado real, a ideia de que têm vida
própria, marcou o início de uma série de caminhos na arte moderna. Dentro dessa
mística, a vanguarda russa, entre 1910 e 1920, teve um papel fundamental.
Poetas e pintores aliaram-se em torno das novas ideias. A liberdade pleiteada
pelos artistas significava, antes de tudo, um desligamento de pressões
externas, dos cânones e padrões tradicionais.
Maiakovski, na poesia, Malevitch, Kandinsky, Tatlin,
El Lissitzki, Naum Gabo e Pevsner, nas artes visuais, tornar-se-iam os líderes
do novo movimento, gerador de várias correntes estéticas não figurativas.
Malevitch procurava no suprematismo a essência do
sentimento humano. Sua pintura, inteiramente despojada de elementos orgânicos,
libertou-se do objeto, buscando na sensibilidade em seu estado mais puro o
encontro com o Supremo. Malevitch propunha uma arte desinteressada,
inteiramente subjetiva. Gabo e Pevsner, em seu Manifesto Realista , protestavam
em favor de uma arte independente. A busca de uma nova realidade, o sentimento
de ausência do objeto, o encontro com a essência das coisas motivaram o grupo
de vanguarda em torno do Construtivismo e também de uma nova visão da
realidade.” (trecho do meu livro “Os caminhos da arte”)
*Fotos de Ivana Andrés e da internet
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