As palavras de Augusto Rodrigues nos fazem refletir
sobre Arte e Educação:
“O processo da educação se objetiva, quando se abrem
janelas para que o homem veja a integração arte/ciência como algo normal em sua
vida, a começar pela descoberta de seu próprio corpo como um laboratório
prodigioso e capaz de fazê-lo compreender o universo, chegando normalmente à
descoberta e escolha de suas próprias vocações. Mas, como irei me identificar
com o universo se, antes de tudo, não me identifico com o microcosmo que sou eu
mesmo, que é meu corpo como síntese do universo?”
Para nos compreendermos como síntese do universo,
devemos começar com a educação de todas as potencialidades contidas em nosso
corpo, de nossos movimentos e vibrações mais sutis. Somente compreendendo a
grandeza do mecanismo de nosso próprio corpo: de nosso psiquismo e de nossa
mente com todo o seu potencial, poderemos alcançar a realização de nós mesmos
como seres humanos, vivos e habitantes de um planeta. A verdadeira paz “em
escala planetária”, brota espontânea deste conhecimento de nós mesmos. Só então
seremos livres e poderemos repetir como o oráculo de Delfos: “Conhece-te e sê
livre”. A liberdade interna e a redescoberta do homem interior, é o que Augusto
Rodrigues semeou entre as crianças na sua Escolinha de Arte do Brasil. A sua
semente germinou, atingiu e influenciou diversas escolinhas de arte.
A experiência de Augusto Rodrigues visava o
desenvolvimento de pequenas comunidades, através da criação de três centros
estimuladores de um processo de transformação. Estes centros compreendiam:
1 A
criação da Casa da Memória, que recolhia depoimentos de todos os homens e
mulheres acima de 50 anos, buscando dar uma visão da história e do
desenvolvimento socioeconômico e cultural da comunidade. Este primeiro centro
procurava valorizar o homem como um ser criador do nascimento à morte e
restabelecer o diálogo entre os jovens e aqueles que, em função da idade, são
depositários de uma rica experiência de vida.
2 O
segundo centro seria a casa das “Artes do fazer”, estimulando as experiências
do fazer da comunidade.
3 O
terceiro centro seria a Aldeia das Descobertas, instalada na área rural,
atraindo as crianças para a redescoberta da natureza.
O plano visava a integração do homem com a natureza,
consigo mesmo e com seus semelhantes, através da abertura de consciência e da
descoberta das possibilidades do indivíduo. Esses pequenos núcleos criativos
seriam a base para uma formação da comunidade como um todo harmonioso e
integrado.
As propostas de Augusto Rodrigues só poderiam ser
atingidas em plenitude, se as forças se coordenassem, não através da violência
e da coação, mas da compreensão e do aproveitamento de todas as energias vitais
do homem. Isto porque, para haver realmente progresso, é necessária uma colaboração de todas as forças vivas do planeta em que
vivemos, sem distinção de raças, nacionalidades, crenças e idades.
*Fotos da internet
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