Encontrei nos meus arquivos anotações de aulas recebidas na Escolinha de Arte do Brasil, sob orientação do grande artista e educador Augusto Rodrigues.
O programa da arte na educação, iniciado e mantido
com sucesso por Augusto Rodrigues, é um dos pontos fundamentais de progresso na
era que se iniciou com a conquista do espaço.
Dentro desse esquema, partindo-se do princípio de
que o indivíduo só se integra à sociedade quando pode criar e desenvolver sua
própria personalidade, podemos imaginar o homem do futuro integrando um
conjunto de forças que visam o impulso para a frente e não a passividade diante
dos conceitos antigos, conceitos e fórmulas que sempre atrasaram o progresso.
Segundo Augusto Rodrigues, a arte na educação visa
antes de tudo essa liberdade da personalidade humana e, portanto, a
conscientização plena do que o indivíduo pode realizar, qual a sua dimensão
nesse mundo tão rico em potencialidades, mas quase sempre tão opressor. A arte
ainda é uma das formas de liberdade mais genuínas.
O artista cria porque quer,
dentro do esquema que sua arte exige; se às vezes submete-se às pressões
externas e a exigências de correntes, sempre encontra à sua frente a evasão
para a liberdade, para o pleno domínio de suas energias criadoras. A arte na
educação visa o desenvolvimento das possibilidades criadoras e a libertação da
passividade diante das coisas.
Liberta e coordena ideias. Através da arte na
educação, a criança se afirma e participa melhor da coletividade em que vive,
sabendo desempenhar realmente o seu papel de membro atuante de uma
coletividade. A época em que vivemos exige participação construtiva, pontos de
vista claros, conscientes, sem mistificações. Os frutos da ciência alcançam
órbitas maiores e não se fecham dentro de laboratórios. O progresso é
televisionado, irradiado, filmado, pertence ao mundo. Isto nos irmana de certo
modo. Há de chegar a época em que o homem sem neuroses, integrado dentro da
sociedade, será o esteio desta sociedade. Todos os impulsos negativos serão
ajustados para um progresso que seja realmente de toda a humanidade.
O papel dos psicólogos e educadores assume dimensões
de grandeza neste advento de uma nova era. É através da redescoberta de si
mesmo que o homem pode conhecer também seus semelhantes. Seu núcleo interior é
atingido no momento criador, despertando espontaneamente a consciência de si
mesmo. A arte é o caminho direto para esta redescoberta do eu porque o ato
criador representa o próprio encontro com a vida. É nesse encontro diário,
estimulado e despertado pelo educador, que a criança
poderá se abrir para a sua própria realidade.
*Fotos da internet
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