Um encontro do Oriente
– Ocidente, através da arte, aconteceu em minha casa no Retiro das Pedras na
manhã de 31 de julho.
Organizado por Luciano Luppi e Ivana Andrés, a
programação teve início com uma homenagem ao poeta indiano Paranjape Makarand
que,em Brasília, lançou um livro com poemas sobre o Brasil, com ilustrações de
minha autoria na capa e contracapa. Ivana leu um trecho do livro, que faz
referência à artista Maria Helena Andrés num encontro com o poeta há alguns
anos atrás. Em seguida, Henrique Luppi interpretou outro poema, dessa vez com
impressões gerais do poeta sobre o Brasil. Para ele, o Brasil pode ser
considerado o coração do planeta, a Índia o espírito, e a Europa e os EUA a razão. Luciano Luppi interpretou outro
poema de Makarand, “Porque somos um Rizoma”, além de um poema de Tagore.
Em seguida
Alexandre Andrés cantou “A voz de todos nós”, em minha homenagem, um grande
presente para o meu aniversário.
Finalmente aconteceu um recital de música indiana,
realizado por Helder Araujo.Helder estudou na Índia com mestres da música na
cidade de Benares, a cidade mais antiga da Índia, à beira do Ganges.Trouxe para
nós uma apresentação devocional, tocando a cítara, instrumento tradicional da
Índia.
Escutávamos em silêncio os acordes daquela música e
me foi possível relembrar a Índia e seus músicos sentados no chão em tapetes.
Estava absorta nas minhas lembranças, trazendo a
música da Índia para o Brasil, escutava a música da Índia em solo brasileiro,
quando espontaneamente, sem nenhum ensaio preliminar, o som de uma flauta
começou a fazer duo com a cítara do Helder. Artur Andrés nos proporcionou uma grande
surpresa. Foi grande a emoção que sentimos naquela apresentação, a fusão de
duas culturas, de terras irmãs separadas por muitos mares.
A música é de todas as artes a que mais emociona e o
encontro Oriente – Ocidente feito espontaneamente numa festa de celebração dos
meus 94 anos foi realmente um presente vindo do alto.
Ali se encontraram a poesia, a literatura e a música
indicando novos caminhos no processo de integração planetária.
Naquele ambiente impregnado de muitas lembranças,
onde e, por muitos anos criei meus quadros, estavamacontecendo naquele momento
novas versões da arte que aproximavam o mundo ocidental do mundo oriental.
À tarde, no meu atelier situado no andar superior da
casa, um grupo de crianças promoveu espontaneamente uma escolinha de arte. Meus
bisnetos também participaram da festa e me deixaram um registro maravilhoso de
desenhos infantis.
*Fotos de Maurício Andrés
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