terça-feira, 9 de agosto de 2016

SURPRESAS DE UM ANIVERSÁRIO

Um encontro do Oriente – Ocidente, através da arte, aconteceu em minha casa no Retiro das Pedras na manhã de 31 de julho.

Organizado por Luciano Luppi e Ivana Andrés, a programação teve início com uma homenagem ao poeta indiano Paranjape Makarand que,em Brasília, lançou um livro com poemas sobre o Brasil, com ilustrações de minha autoria na capa e contracapa. Ivana leu um trecho do livro, que faz referência à artista Maria Helena Andrés num encontro com o poeta há alguns anos atrás. Em seguida, Henrique Luppi interpretou outro poema, dessa vez com impressões gerais do poeta sobre o Brasil. Para ele, o Brasil pode ser considerado o coração do planeta, a Índia o espírito, e a Europa e  os EUA a razão. Luciano Luppi interpretou outro poema de Makarand, “Porque somos um Rizoma”, além de um poema de Tagore.

 Em seguida Alexandre Andrés cantou “A voz de todos nós”, em minha homenagem, um grande presente para o meu aniversário.

Finalmente aconteceu um recital de música indiana, realizado por Helder Araujo.Helder estudou na Índia com mestres da música na cidade de Benares, a cidade mais antiga da Índia, à beira do Ganges.Trouxe para nós uma apresentação devocional, tocando a cítara, instrumento tradicional da Índia.

Escutávamos em silêncio os acordes daquela música e me foi possível relembrar a Índia e seus músicos sentados no chão em tapetes.

Estava absorta nas minhas lembranças, trazendo a música da Índia para o Brasil, escutava a música da Índia em solo brasileiro, quando espontaneamente, sem nenhum ensaio preliminar, o som de uma flauta começou a fazer duo com a cítara do Helder.  Artur Andrés nos proporcionou uma grande surpresa. Foi grande a emoção que sentimos naquela apresentação, a fusão de duas culturas, de terras irmãs separadas por muitos mares.

A música é de todas as artes a que mais emociona e o encontro Oriente – Ocidente feito espontaneamente numa festa de celebração dos meus 94 anos foi realmente um presente vindo do alto.

Ali se encontraram a poesia, a literatura e a música indicando novos caminhos no processo de integração planetária.

Naquele ambiente impregnado de muitas lembranças, onde e, por muitos anos criei meus quadros, estavamacontecendo naquele momento novas versões da arte que aproximavam o mundo ocidental do mundo oriental.

À tarde, no meu atelier situado no andar superior da casa, um grupo de crianças promoveu espontaneamente uma escolinha de arte. Meus bisnetos também participaram da festa e me deixaram um registro maravilhoso de desenhos infantis.

*Fotos de Maurício Andrés

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