segunda-feira, 9 de novembro de 2015

INFLUÊNCIAS E TROCAS

Observando os ornamentos florais dos oratórios em Minas Gerais e a ornamentação da capela do Taquaral, perto de Ouro Preto e Mariana, sentimos a proximidade com a Índia hindu e islâmica.

Os padrões portugueses, chegando ao Brasil em naus colonizadoras, trouxeram inspirações de além-mar freqüentemente assimiladas na Índia ou na China.

A historiadora Maria Luiza Galeffi, numa palestra dada em congresso do barroco em Ouro Preto, relata o seguinte fato: quando padrões de Portugal chegaram à Bahia para serem colocados como ornamentação nas colunas das igrejas barrocas, o mito hindu do pavão foi substituído pelo do pelicano, símbolo do Cristo, que deu a vida por seus filhos.

No início da colonização, os portugueses se estabeleceram por algum tempo na costa leste da Índia, no golfo de Bengala e mais tarde em São Tome de Mylapore, Madras, fundando ali um centro  de atividade têxtil. Característica da arte daquela região são os desenhos de pavões entrelaçados com guirlandas e arabescos, na mesma disposição dos arabescos que decoram as igrejas barrocas. São impressos em tecido, em cores brilhantes, da região de Madras estado de Tamil Nadul, sul da Índia.

Não seriam esses padrões que inspiraram a ornamentação barroca de Portugal, chegando posteriormente ao Brasil, onde a substituição dos mitos ocorreu? Essa pergunta eu deixo para os interessados em estudos de arte, história e pesquisas culturais. Sendo uma síntese, nossa pesquisa é somente uma pista para um trabalho mais aprofundado, para uma análise mais detalhada dos dados obtidos.

Outros estudos poderão ser feitos no futuro por historiadores, sociólogos, antropólogos e artistas, lembrando que o caminho das Índias não se fechou com os navegantes, mas pode ir muito além no futuro, por meio de trocas culturais com as ex-colônias portuguesas. (Quinta parte do estudo comparativo apresentado no Seminário de Goa, 1983)

*Fotos da internet

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