A Escola Guignard foi
construída junto à serra do Curral e tem uma bela vista
para a cidade. Lá embaixo, as luzes de BH vão nos mostrando os caminhos do
passado. Recordo a escola no parque municipal, no porão do Palácio das Artes,
ainda em construção. Para chegar até a sala de aula, tínhamos de passar por
tábuas e pedras.
Hoje a escola está
reconhecida oficialmente, tornou-se uma universidade. Fui convidada para ali
mostrar meus desenhos e esculturas. Houve uma seleção de meus quadros. Para a
curadoria da exposição participaram Marília Andrés, Cláudia Renault, Eymard
Brandão e Ana Cristina Brandão, diretora da escola. Foram até o meu atelier no
Retiro das Pedras e ali mesmo escolheram as obras a serem expostas. A
disposição dos quadros conduz o espectador a uma viagem no tempo, desde a
década de 50, sempre o desenho acenando mudanças. Ele registra os caminhos da
vida, desde os trabalhos em carvão, sinalizando as viagens feitas pelos
veleiros, até a passagem dramática pela fase de guerra denunciando a violência.
O desenho continua seu percurso, abre espaço para novas direções.
Foi através do desenho,
tridimensionado no computador, que iniciei meu caminho na escultura. O caminho
do desenho foi longo e demorado e ainda continua abrindo espaço para o futuro.
Transcrevo abaixo o
texto de Carlos Wolney e Ana Cristina Brandão:
“Nas comemorações dos
70 anos da Escola Guignard – UEMG, apresentamos essa importante exposição da
artista Maria Helena Andrés, que foi professora e diretora da escola nos anos
60. A exposição é um recorte de sua ampla e consolidada produção.
A gestualidade firme da
artista imprime movimentos fluidos e leves que revelam em uma composição de
equilíbrio, o domínio da forma e do espaço e transmite uma consciência espacial
constante em suas imagens.
Maria Helena Andrés, em
suas viagens pelo mundo, com um olhar sensível e firme, em especial para a
Índia, encontrou motivação nas impactantes paisagens, que a levaram a uma nova
tomada de consciência.
A observação e sutil
percepção dos signos, símbolos, cores, cheiros e formas do peculiar universo
indiano, com certeza, marcaram significativamente o processo de criação da
artista, verificado nas pinturas, desenhos e esculturas.
A visível delicadeza e
força intelectual de Maria Helena nos leva para o universo pessoal da artista,
repleto de sabedoria, registrada em suas publicações.
Maria Helena exerce
liberdade e disciplina, apreendidas nas aulas do Mestre Guignard.
Admirável vê-la, hoje
na Escola Guignard, com uma vitalidade que estimula artistas e futuros artistas
no prazer do fazer e no sabor de saber.”
Ana Cristina Brandão e
Carlos Wolney Soares (setembro de 2015)
*Fotos de Maurício
Andrés e Walmir Goes
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