Um dia Roberto meu neto me telefonou de Paris: “Vó, vou fazer um projeto de museu para você”. O projeto será a minha defesa no curso de graduação em Arquitetura.
Daquele dia em diante a idéia foi crescendo, tomando forma – Passaram-se cinco anos, desde a data comemorativa da criação do IMHA, em Entre Rios de Minas.
Nesses cinco anos aconteceram três Festivais de Inverno e um mutirão que reuniu a cidade toda mostrando a criatividade como energia de paz e união entre as comunidades. Criou-se o projeto Música na Escola e uma ONG de ecologia, a Ecopaz tudo isso na cidade de Entre Rios, a uma hora e meia de distância de B.H.
Em tempos passados aquela região serviu de triagem dos cavalos Manga-larga e Campolina – Ali se reuniam os tropeiros carregando a mercadoria amarrada em picuás no lombo dos cavalos.
Ao longo do tempo o IMHA teve uma história acidentada, pouco dinheiro e muito entusiasmo. Euler e Saulo, como primeiros diretores se desdobraram nas iniciativas e agora estão entregando a regência para Antônio Eugênio que com a sua grande experiência empresarial levará o IMHA para além das vertentes, em busca de novas terras.
O primeiro mandato terminou com a exposição – Linha e Gesto – no Palácio das Artes em Belo Horizonte, tendo sido visitada por 15.000 pessoas. Idealizada há três anos por Roberto Andrés que direcionou uma equipe de jovens arquitetos, artistas plásticos e cineastas com a parceria de Marília Andrés. * Ver postagem “Reflexões sobre uma exposição”
A exposição foi a abertura para novos caminhos.
As comemorações de entrega de mandato se realizaram na sede do Instituto, uma casa estilo rústico, situada na Rua Dr. José Gonçalves da Cunha em Entre Rios. Houve discurso, prestação de contas e votação para a chapa única.
Depois de um almoço comemorativo no Café com Prosa, a turma seguiu para a Capela “Olhos D’água”, uma pequena jóia do barroco situada nos arredores do “Crasto”. Ali ouvimos o violão de um jovem artista, Pedro Gervason - que teve os seus estudos iniciais no 1º Festival de Inverno. Em seguida foi plantada uma árvore gameleira no lugar em que existia uma outra e que aparece em relatos históricos do Século XVIII e XIX. Ali os viajantes paravam para repousar de longas viagens pelas estradas poeirentas de Minas Gerais. No tronco da gameleira havia uma cavidade natural, um pequeno salão aonde as pessoas, vindo a cavalo, trocavam de roupa para entrar na Igreja. Até as noivas usavam a gameleira como camarim para se prepararem para a cerimônia do casamento.
O plantio da gameleira simbolizou a mudança que vai acontecer no IMHA. Nova diretoria, novas direções, novos caminhos.
* Fotos: Antônio Eugênio Salles, Renata Guerra e Saulo Resende
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