sexta-feira, 17 de novembro de 2023

O ENIGMA DE FUGA DE THAÏS HELT

 




 Fomos visitar a exposição Enigma de Fuga de Thaïs Helt, na Galeria Lemos de Sá, no alto das Mangabeiras.

Ali, com uma vista linda para a cidade, atrás de vidraças abertas, está uma exposição muito bem organizada de trabalhos de Thaïs Helt, ex-professora da Escola Guignard e reconhecida gravadora mineira.



Thaïs Helt colocou à mostra o processo de uma litografia, desde o início até o momento de ser exposta.

Litografia não é apenas um desenho, arte individual. 

É uma arte coletiva, passa por várias mãos antes de ficar pronta.

Litografia é a pedra polida, lixada, onde o artista se debruça para expressar novas ideias. 

Litografia depende de paciência, capricho e sobretudo de muito trabalho. 

Ali na exposição, dentro de pequenas caixas de acrílico, estão guardadas como amostra, as pedras menores.



Ali estão guardadas as pedras litográficas para serem vistas e apreciadas.

Ali estão as tintas, as folhas de zinco e todos os elementos necessários à produção de uma obra de arte.

E, ainda, ali está a recriação da artista a partir de intervenções onde são usadas folhas de ouro, carvões  e livros, transformados em livros de artista.






O espectador pode estudar e refletir sobre o processo desta arte que remete à milênios. 

Na década de 1990 eu também participei deste processo, num ateliê compartilhado com outros artistas. 

O desenho é fácil e direto, utilizando bastões litográficos.

A fixação do desenho na pedra e a impressão final numa grande prensa, requer paciência, técnica precisa e muito tempo de trabalho. 

Sob a supervisão de Thaïs Helt, participei da Oficina 5, que congregava vários artistas, entre eles Amílcar de Castro e Sara Ávila, ambos falecidos.

A experiência foi muito positiva e me deu consciência de todo o processo que existe por detrás de uma simples litografia.

Experiência boa e educativa, onde o artista dispõe, provisoriamente, de uma pedra, desenha sobre ela e depois o desenho e desmanchado e a pedra polida é entregue a outro artista.

A gente aprende muito com uma experiência coletiva e nas mesas desta exposição está registrado todo o processo desta arte.

Ali, ainda estão, nas paredes, os desenhos atuais de Thaïs, realizados durante a pandemia, revelando, com leveza, a gestação de um gesto.



Parabéns Thaís, sua exposição merece ser vista e refletida.

Aprendi muito e espero que o público também possa apreciar esta exposição, que nos ensina a valorizar o processo de trabalho de uma gravadora mineira.

 

FOTOS DE ARQUIVO

 

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