Recebi de Euler Campos de Salles Coelho, um breve histórico sobre as suas diversas áreas de atuação, que por vezes se complementam tais como, Música, Direito e História. Transcrevo abaixo o relato deste sobrinho, que considero um polímata.
Música
Iniciou seus estudos regulares de piano, em 1972, com a professora Carlotinha Gomes (aluna do professor e pianista Luigi Chiaffarelli que, por sua vez, teve como suas mais famosas alunas as pianistas Guiomar Novaes e Antonieta Rudge).
Em 1975, ingressou no Seminário de Música Pró-Arte, onde estudou com os professores Salomea Gandelman, Helder Parente e Felicia Blumenthal.
Em 1977, entrou no curso de composição da Escola de música da UFRJ. Teve como principais professores, Henrique Morelembaum, Ricardo Tacuchian, Sonia Maria Vieira, Nilza Fernandes, etc.
Retornou à Pró-Arte em 1984, onde estudou piano, História da Música e Apreciação Musical com o professor Breno Lucena Marques de Sá. Também frequentou o curso Análise dos últimos Quartetos de corda de Beethoven, com o musicólogo Homero de Magalhães.
Entre 1988 e 1992, estudou com o pianista Luiz Medalha, vencedor dos concursos internacionais de Terni, na Itália (1971) e do Chile (1972).
Frequentou a Master Class em piano com o pianista Antonio Guedes Barbosa, de quem se tornou amigo.1988.
Frequentou a Master Class do pianista russo Serguei DorensKy, em 1989.
Direito
Graduou-se em Direito pela PUC-RJ em 1985 com a monografia de final de curso intitulada “O Homem e a Liberdade”.
História
Estudou e pesquisou na área de História durante toda a vida, sendo esse um de seus principais focos. As áreas abordadas foram diversas, abrangendo desde as civilizações da Antiguidade Clássica, passando pela História Medieval, até pequenos detalhes da história brasileira. Em determinada ocasião, dedicou-se à pesquisa de determinado período da vida de Santos Dumont focando, principalmente, as décadas de 1920 e 1930. Descobriu uma série de cartas inéditas do grande inventor brasileiro, enviadas para seus amigos Heitor Peixoto (Heitor de Andrada Peixoto) e Paulino Ribeiro Campos. Concluída a pesquisa em 1995, fez a doação de oito originais e cópias de cartas do pai da aviação para o Museu “Casa de Santos Dumont”, em Petrópolis. Dentre essas cartas, destaca-se uma, cuidadosamente restaurada pelo museu, enviada para seu amigo Heitor Peixoto, na qual, Santos Dumont expressa todo o seu sentimento pacifista. Nela, pede a Heitor Peixoto que faça tudo o que puder para que ele não receba nenhum tipo de nomeação efetiva ou honorária do ministério da Guerra, nomeação esta, pedida por um “tal de senador Cavalcante”. Ele ainda explica que tinha pedido para a Liga das Nações a interdição do avião como arma de guerra. Lamentavelmente este pedido não foi atendido e, postumamente, lhe atribuíram o título de “Marechal do Ar”.
Em 2004, fez uma pós-graduação na Universidade Candido Mendes, onde escreveu a monografia “A Revolução Russa de 1917 Sob O Olhar De Alexandre Kerensky”.
Foi convidado pelo historiador Manolo Florentino, em 2013, para desenvolver projetos relacionados à Música Clássica para a Fundação Casa de Rui Barbosa.
Atualmente pesquisa sobre os primórdios da industrialização em Pernambuco, na época em que este era o segundo Estado mais industrializado do Brasil. Neste período, tem como foco o maior complexo financeiro, agro, industrial e comercial do Nordeste, a firma Mendes, Lima & Cia, com sede no Recife que, no período entre 1900-1923, tinha como gestor o empresário Antonio Mendes Fernandes Ribeiro.
Sua casa serviu, por quase vinte anos, como ponto de encontro de intelectuais, escritores, professores, historiadores, músicos, principalmente pianistas, como Nelson Freire, Antônio Guedes Barbosa, Luis Medalha Marcelo de Alvarenga, cantores eruditos e populares, polímatas e boêmios.
*FOTOS DE ARQUIVO
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