domingo, 16 de maio de 2021

DOCUMENTAÇÃO DA NATUREZA II

 

Dando continuidade ao projeto "Documentação da Natureza", transcrevo aqui o texto enviado por Ivana Andrés e Luciano Luppi.

"Em Abrolhos é comum encontrarmos jovens estagiários vindos do sul do Brasil, provenientes do Curso de Oceanografia da Universidade do Rio Grande. Lá existe a ONG “Nema” ,  que desenvolve  trabalhos de Educação Ambiental em parceria com escolas locais. Contatos foram feitos para realizar documentação semelhante tendo como objeto as aves dos banhados do Taim e Lagoa do peixe: os flamingos, colhereiros e cisnes de pescoço preto, dentre outros. 
Alguns estagiários nos forneceram  contatos de outras Unidades de Conservação no sul do Brasil. Em Torres, para documentar a reserva que protege focas, leões e elefantes do mar e em Florianópolis, para registrar as andorinhas do mar na Reserva Biológica da Ilha do Arvoredo.

 E lá fomos nós... sempre de ônibus, parando em Curitiba, São Paulo e finalmente BH. Sempre duas vezes, na primeira para recolher material e fotografar, e  na segunda carregada de desenhos e telas enroladas, para realizar as exposições. Não conhecíamos o sul do Brasil e as duas viagens a Rio Grande, Torres e Florianópolis foram inesquecíveis.  Nos banhados do Taim e Lagoa do peixe fotografamos as aves migratórias que cruzam continentes e que ali aportam. Em Torres vimos de perto dezenas de focas,  leões e elefantes marinhos tomando sol sobre as pedras da praia. 




Próximo a Florianópolis está a Reserva Biológica da Ilha do Arvoredo, onde as andorinhas do mar  fazem seus ninhos entre os cactus. 

Na época da nidação, alguns biólogos costumam  fazer  o anilhamento dessas aves.Tivemos o privilégio de acompanhar uma dessas expedições. Ficou nítida na nossa memória os voos rasantes dessas pequenas aves que não temem nos atacar, afim de defender os seus ninhos. 

Em Brasília, um ano depois realizamos uma exposição na sede do IBAMA, na Semana do Meio Ambiente, com a inclusão das principais obras ou imagens delas.


Encontrávamos com pessoas ligadas ao Greenpeace e WWF e recebíamos estímulo para formatar um grande projeto contemplando Unidades de Conservação nas 5 regiões do Brasil. Chegamos a esboçar um projeto neste sentido. Também tivemos um sonho bastante ambicioso de propor à Marinha do Brasil, uma parceria para documentar a Estação do Brasil no Continente Antártico. Ambos não se concretizaram.

Os últimos trabalhos focalizaram florestas. 



O primeiro deles foi no Museu Ruschi, no Espírito Santo. O objetivo principal era a documentação de várias espécies de beija-flores e, naturalmente, das lindíssimas espécies de flores, em especial as bromélias.



Passávamos os dias caminhando por jardins selvagens, paradisíacos, fotografando e fazendo anotações. Fizemos propostas de exposições e a realização de um mural com as principais espécies. Infelizmente não foi concretizado.

Os últimos trabalhos foram realizados em Minas Gerais, nas Reservas Ecológicas de Peti e Galheiro, ambas pertencentes à CEMIG.  Realizamos um trabalho extenso, com fotos, quadros grandes e séries de desenhos detalhando as paisagens e as principais espécies das duas reservas. Tínhamos a expectativa de um retorno financeiro, de uma compra dos originais que poderiam estar agora adornando as paredes nas duas reservas.  infelizmente não aconteceu. Doamos um book com as imagens dos desenhos para serem utilizados em materiais de divulgação da empresa, como havíamos prometido. E guardamos os originais conosco. Ficou o legado da série "Borboletas", esses animais maravilhosos que, como os peixes tanto nos inspiram.

Resta lembrar a execução de um “Diorama” na sede da COPASA na Mutuca, próximo a Belo Horizonte, com pedras feitas de espuma e água a partir de filtros, ou “gelatinas” usados em spots teatrais. Um cenário bem realista, que ficou bem bonito. Deve estar lá.

Caminhar por tantos lugares e conhecer tantas pessoas amantes da Natureza ao realizar este trabalho de documentação artística em Unidades de Conservação, foi um batismo em nossas vidas. A partir daquela época passamos a programar nossas viagens incluindo, sempre que possível, a visita a locais com natureza exuberante, algumas vezes intocada. Visitamos locais como Fernando de Noronha, Lençois Maranhenses, Alter do chão, Pantanal, Bonito, Patagônia, Machu Pichu, Perito Moreno, El Chalten, Paracas, Naska, Capadócia, Bonaire, Pirineus, Mar Vermelho, etc.

Atualmente temos uma casinha alternativa junto à natureza, em São Sebastião das Águas Claras apelidada de Macacos. Uma casa no mato, sem luz elétrica, em parte construída com nossas próprias mãos, no serrote e no martelo. Uma opção de vida..." ( Depoimento de Ivana Andrés e Luciano Luppi)



*FOTOS DE ARQUIVO

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