Artista plástica, ex-aluna de Guignard. Maria Helena Andrés tem um currículo extenso como artista, escritora e educadora, com mais de 60 anos de produção e 7 livros publicados. Neste blog, colocará seus relatos de viagens, suas reflexões e vivências cotidianas.
sábado, 27 de março de 2021
...COM OS ANDRÉS
“Foi no início dos anos 80 que entrei em contato com os Andrés. Eu já
conhecia a importância do trabalho cultural de Maria Helena como pintora,
pensadora e educadora, e sabia também que ela era a mãe de uma turma talentosa
que eu já admirava.
http://www.joaodiniz.com.br
http://joaodiniz.wordpress.com/
http://www.youtube.com/joaodiniz
*FOTOS DE ARQUIVO
sexta-feira, 12 de março de 2021
PROJETO BORDANDO E BRINCANDO O NOSSO PATRIMÔNIO
“O Instituto Maria Helena Andrés realizou em
Entre Rios de Minas, nos meses de janeiro e fevereiro de 2021 o projeto
“Bordando e brincando o nosso patrimônio”. O IMHA formou uma equipe para
executar esse projeto. Além de mim, Teresa, como coordenadora, o projeto contou
também com a participação da Ana Luisa, arquiteta especialista em tombamentos
de bens culturais; Bruno, historiador e Aline e Isabela, ambas arquitetas e
especialistas na construção de jogos.
A primeira parte do projeto foi aproximar toda
a equipe do grupo “Bordadeiras de Quinta” e do trabalho que elas desenvolvem
bordando casas da cidade. Foram diversos encontros virtuais onde pudemos ver e
ouvir histórias dos bordados, das casas, das bordadeiras. A alegria do grupo
contagiou toda a equipe e foi fundamental para sabermos a direção que
tomaríamos no restante do projeto. Nossa ideia era não chegar com um conceito
pronto de patrimônio para a oficina que iria acontecer dentro de alguns dias. O
importante era que esse conceito passasse pelo trabalho que já acontece no
grupo das bordadeiras e que, permeado dessa experiência, fosse ainda mais
enriquecido pela oficina.
A segunda parte do processo foi uma Oficina de
Patrimônio. Para a oficina foram convidados representantes de todas as escolas do
município, fossem elas municipais ou estaduais, e também representantes das
diversas instituições civis da cidade. A participação foi muito boa. Chegamos
ao final de uma semana de trabalho, também online, com um grupo coeso e
entusiasmado e com poucas ausências.
Durante todo o processo, tanto com as
bordadeiras, quanto na oficina, o trabalho da construção do jogo foi
desabrochando. O objetivo do projeto era que nascesse um jogo que pudesse ser
distribuído a todas as crianças que frequentam a escola no município, do 1º. ao
5º. ano. Chegamos ao final com o objetivo cumprido, construído de forma
coletiva e com a alegria de ter criado algo que pode ser jogado não apenas
entre crianças, mas que pode envolver toda a família.
O jogo criado é um baralho de cartas. Nele
temos fotos de muitos bordados, fotos de algumas dessas casas, palavras-patrimônio,
que surgiram durante a oficina e também alguns detalhes dos bordados que podem
remeter a diversos patrimônios diferentes, presentes não só em Entre Rios, mas
na vida em torno de cada um de nós. Vem acompanhado de uma cartilha, onde além
das formas de jogar, incluímos diversos conhecimentos que surgiram sobre as
casas e o patrimônio arquitetônico em geral. As formas de jogar são diversas:
pode-se por exemplo, jogar um jogo da memória onde o objetivo é encontrar o
bordado e a foto da casa. Este exemplo já pode trazer muitas reflexões, pois a
foto nem sempre é igual ao bordado, as casas mudam, algumas nem existem mais.
Outros jogos nos permitem falar mais da história da cidade, em outro temos que
sair pela cidade e observar elementos que aparecem nas casas bordadas e que
podemos descobrir na nossa rua, no nosso bairro. De forma delicada o jogo
permite muitas observações e reflexões sobre o patrimônio. É um patrimônio que
descobrimos nosso, ou das bordadeiras ou dos membros da oficina, e que
pode - ou não - ser o mesmo daquele que aprendemos nos livros. A viagem
está apenas começando!” (Teresa Rolim Andrés)
*FOTOS DE ARQUIVO
VISITE TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MEMÓRIAS E
VIAGENS”,CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA
domingo, 7 de março de 2021
TRAJETÓRIA ARTÍSTICA DE MARIA HELENA ANDRÉS II
“Os caminhos da arte são os caminhos da
vida, porque arte e vida não se separam”. (Maria Helena Andrés)
“Na
viagem de Maria Helena aos Estados Unidos, na década de 1960, o primeiro toque
gestual Zen aparece em seus desenhos, refletindo um movimento mundial iniciado
naquela época. A viagem do Beatles à Índia influenciou jovens de várias partes
do mundo a voltarem o olhar para aquele país, iniciando um processo cultural de
integração Oriente/Ocidente marcante na segunda metade do século XX.
Na
mesma década, Maria Helena reflete na sua fase de Guerra a situação política do Brasil. Esta fase reflete o aspecto
destrutivo com uma intensa força de expressão que surgia contra as ações de
repressão e violência impostas pelos governantes militares.
“Meus quadros desta fase significaram uma denúncia à opressão e ao medo”.
Maria
Helena realizou várias viagens à Índia. A fase Mandalas, na década de 1980, reflete o processo de busca do seu
próprio universo interno, a intensificação da leitura de pensadores orientais,
e o contato direto com a fonte dessas filosofias, nos diferentes centros
espiritualistas daquele país.
A afinidade com as ideias de Jiddu Krishnamurti e a ênfase dada por ele à educação a marcaram significativamente. A partir daí sua trajetória como arte educadora se intensificou, e de volta ao Brasil encontrava terreno fértil na Universidade Holística Internacional de Brasília, onde se cultiva a visão holística e onde ela era sempre convidada por Pierre Weil a ministrar workshops. Ali a integração arte/espiritualidade é uma constante.”
Encontro das Dimensões com Fridjof Capra, na Universidade Holística Internacional de Brasília.
Da esquerda para a direita: Ubiratan D'Ambrosio, José Lutzemberger, Maria Helena Andrés,
Mércia Crema, Fritjof Capra, Pierre Weil, Harbas lal Arora, Ken O'Donnell, Sra H. Arora
e Roberto Crema.
Acompanhei
minha mãe em várias de suas viagens à Índia. O turismo fazia parte do nosso
roteiro, mas a estadia em vários ashrams
(centros espiritualistas) era sempre a nossa prioridade. São locais onde se
cultiva o estudo, o silêncio, a contemplação, o respeito por todos os seres, a
simplicidade e a arte estendida à vida.
A
pandemia tem nos afastado dos compromissos sociais, do excesso em consumo, em
viagens, e tem nos aproximado da natureza, do cotidiano de vida interior. A
vivência em ashrams, naquelas
viagens, com certeza nos fortaleceu e nos preparou para vivenciarmos com maior
aceitação e serenidade o momento presente.
Desde 1980, Maria Helena reside num condomínio no município de Brumadinho, próximo a Belo Horizonte. O contato com a natureza e a prática de Yoga, que fazem parte do seu dia a dia, com certeza tem proporcionado momentos favoráveis à continuidade de suas atividades como artista, e como escritora até os dias de hoje.
Obs: A Trajetória Artística elaborada no projeto do
IMHA para a Lei Aldir Blanc, estará disponível no site do Instituto a partir de
março de 2021. "
FOTOS DE ARQUIVO
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