segunda-feira, 21 de outubro de 2019

CÉLIA LABORNE TAVARES


Célia Laborne Tavares foi companheira desde os tempos da escola Guignard. Juntas, percorríamos as alamedas do Parque Municipal, em busca da árvore certa para realizarmos o desenho a lápis duro, sugerido por Guignard.

A alegria própria da juventude nos estimulava, e cada uma se debruçava sobre o papel, horas a fio, sentadas em banquinhos, desenhando e meditando. A inclinação de Célia para a meditação deve ter vindo desses momentos felizes de aprendizado e introspecção. O caminho das artes e da espiritualidade começou no Parque, no silêncio de um papel branco, onde todas nós desenhávamos a árvore escolhida. Naquela ocasião, Célia já se inclinava para as cores transparentes das aquarelas.

Guignard descobriu nela esta tendência para a poesia das cores transparentes.

Seus desenhos da época já traduzem esta forma lírica, suave, de lidar com as artes.

Célia era também escritora. Seus textos começaram a se projetar e o lirismo da poeta se espalhou como um canto de luz sobre as montanhas. Minas é terra de grandes poetas, o ar das montanhas favorece. Poesia é a arte que nos permite atravessar o mundo e nos transporta para outras dimensões, por meio da palavra.
Ser poeta é desvendar seu próprio sonho e compartilhá-lo.

Com inspiração oriental, Célia está relançando, agora, seu livro “O quinto Lótus”, repleto de mensagens atemporais, propícias para a época atual.  Esse livro foi editado pela primeira vez, em 1972, pela imprensa oficial, quando já entrara para o jornalismo. Célia me entregou o livro para que eu fizesse as ilustrações.

Naquela ocasião eu lançava também o meu primeiro livro “Vivência e Arte” e, juntas, fizemos o lançamento de nossos livros.
A trilha das artes se unia ao despertar de um novo caminho aberto para todos nós como um deslumbramento.

O “Quinto Lótus” é a revelação desta descoberta.
A flor de lótus, símbolo da filosofia do Oriente, é uma flor pura, de rara beleza, que nasce nas águas turvas e só se abre quando encontra a luz. Seu significado é a subida do Kundalini, energia espiritual que ascende em todos os que já estão preparados.
O quinto lótus é o chacra laríngeo, que se abre quando a pessoa já está pronta para divulgar a mensagem vinda de outras esferas.

Ao longo de sua trajetória, Célia foi a grande mensageira da espiritualidade em Minas Gerais.

Seus versos e seus textos se ampliaram pelo mundo através da internet e sua mensagem é aplaudida em vários países, desde Portugal até a Rússia.

Suas palavras transmitem o lirismo da poeta que teve sua origem na Escola do Parque.
Fico lembrando os tempos da Escola Guignard e descubro um retrato de Célia pintado por mim. Guignard também a retratou.

Célia experimentou várias formas de arte e sempre me convidava a participar de suas descobertas. Além da pintura, fizemos juntas aulas de Yoga, dança e canto. Na Yoga fiquei conhecendo, através de Célia, os mestres da filosofia da Índia, entre eles Vivekananda, o primeiro a divulgar os Vedas na América.

Célia Laborne Tavares não viajou pelo mundo, mas seus versos e textos poéticos já são conhecidos e divulgados nas Américas e na Europa.

Fotos de Kelly Dabés e de arquivo

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