Quando as diversas formas de arte se encontram,
aceleram o processo de criação. Há um potencial de sinergia que se projeta à
distância pelo simples fato de ouvir e participar de um poema, um drama, uma pintura, uma música.
Esta ressonância fomos encontrar no livro de Paulo
Vilara intitulado Jazz! Interpretações.
Pequenas histórias de fúria, dor e alegria. Percorrendo as páginas do
livro, percorro também os bairros de New York, principalmente o Greenwich Village, situado junto à praça
George Washington.
Nesta praça, o visitante é recebido por senhoras de
idade, que indicam caminhos e hotéis aos turistas. Não cobram nada e fazem tudo
com muita cordialidade.
O Village
Vanguard é o ponto de encontro de intelectuais e artistas, lugar onde
poetas e músicos se manifestam. Revejo estes pontos criativos em várias partes
do mundo, em Paris no Café de Flore,
em New York no Village Vanguard e em
Belo Horizonte na Asa de Papel
.
Paulo Vilara é grande apreciador de jazz, seu livro
alcança com precisão as reuniões musicais, investiga comportamentos e
ultrapassa a realidade com o poder da imaginação. Seus textos são situações
imaginárias que dariam um belo roteiro de teatro.
O livro de Vilara descreve com tanta precisão um
cenário, que dificilmente acreditamos ser pura ficção. Ao som do jazz toda uma
história de vida é recontada e os artistas negros ganham um status
internacional que ultrapassa as desavenças, os preconceitos e as
discriminações. Eles são realmente arautos de um povo oprimido e o conseguem,
não através dos discursos, mas da música. Esta música envolvente transpõe distâncias
e a voz de Billie Holiday e Ella Fitzgerald nos chega aos ouvidos e continuará
viva através dos tempos.
Coube a um escritor de Minas Gerais a aventura de
percorrer cenários, situações, vivências à distância, seguindo sua própria
intuição e criatividade. Paulo Vilara é poeta, pesquisador, cineasta e escritor
de qualidade, realiza no seu trabalho uma síntese das artes, importante para
testemunhar a época em que vivemos. A imaginação do poeta pode atingir a lua e
as estrelas, aterrissar em New York ou Paris, sem precisar dos cansativos vôos
internacionais.
Parabéns a Paulo Vilara, seu caminho já está aberto,
vá em frente!
*Fotos da
internet
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