A exposição Linhas Sensíveis de professores da
Escola Guignard, em sua sede no alto das Mangabeiras, me fez refletir sobre as
aulas do mestre Guignard, reunindo com entusiasmo e alegria seus alunos no
Parque Municipal.
A mesma alegria e espírito
de união pude observar no momento em que entrei na Grande Galeria da Escola.
Fui recebida com um carinho inesquecível e me senti como uma sobrevivente de
uma Escola que nunca se perdeu no tempo.
Foram 75 anos de
trabalho intenso, de altos e baixos no caminho, mas sempre carregando a
bandeira da arte como uma dádiva da vida.
A força da tradição de
Guignard nunca esteve na repetição de fórmulas, mas na constante renovação de
ideias. Guignard valorizava a “coisa nova” e percebia o aluno como um ser criativo,
com possibilidades de crescimento e renovação. Sua didática se colocava na
valorização do desenho, como forma de criar raízes seguras para os alunos.
Essas raízes não vinham de fora, mas atingiam o ser interno de cada um, para
dali se projetar no espaço externo.
A colocação do desenho
como um companheiro constante para todas as formas de arte, sejam elas
bidimensionais ou tridimensionais, possibilitou uma grande diversidade de
estilos entre seus alunos. Desenhar sempre, registrar o mundo externo e o
interno de cada um, rabiscar sempre, pois são desses registros que surgem as
ideias.
Na inauguração da
mostra, me senti participante de um grupo que dá continuidade e vida à semente
plantada pelo mestre. Ali está presente a linha sensível, não estereotipada,
aquela que brota do coração e traz à tona o novo, o inesperado.
Acredito na arte como a
grande transformadora do ser humano, é ela que nos faz perceber, através da
sensibilidade, o mundo que nos cerca e a nossa participação num universo mais
amplo. Somos parte desse universo de estrelas e a ele estamos ligados desde a
nossa origem.
Parabéns à esta Escola
que eu aprendi a amar desde o tempo em que ela foi criada. Parabéns ao jovem
diretor que sempre incentiva os alunos a crescerem como pessoas humanas.
Parabéns aos curadores da exposição que propiciaram uma troca criativa entre
alunos e professores. Parabéns ao trabalho exemplar dos professores que dão
continuidade às propostas de Guignard.
Transcrevo aqui parte
do texto curatorial da exposição:
“Um dos ensinamentos do
mestre Alberto da Veiga Guignard a seus alunos, que até hoje é difundido por
meio dos professores de sua Escola, é o de que cada artista deve buscar o seu caminho
criativo e a sua expressão individual, sem imposições, respeitando o estilo
próprio de cada um. Nesse sentido, os valores da liberdade de expressão e da
diversidade podem ser considerados uma das marcas desse
grande professor e artista, os quais se mostram presentes aqui, nas obras de 32
artistas, que são atuais professores da instituição”.
*Fotos de arquivo
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