segunda-feira, 22 de julho de 2019

LINHAS SENSÍVEIS


A exposição Linhas Sensíveis de professores da Escola Guignard, em sua sede no alto das Mangabeiras, me fez refletir sobre as aulas do mestre Guignard, reunindo com entusiasmo e alegria seus alunos no Parque Municipal.

A mesma alegria e espírito de união pude observar no momento em que entrei na Grande Galeria da Escola. Fui recebida com um carinho inesquecível e me senti como uma sobrevivente de uma Escola que nunca se perdeu no tempo.

Foram 75 anos de trabalho intenso, de altos e baixos no caminho, mas sempre carregando a bandeira da arte como uma dádiva da vida.
A força da tradição de Guignard nunca esteve na repetição de fórmulas, mas na constante renovação de ideias. Guignard valorizava a “coisa nova” e percebia o aluno como um ser criativo, com possibilidades de crescimento e renovação. Sua didática se colocava na valorização do desenho, como forma de criar raízes seguras para os alunos. Essas raízes não vinham de fora, mas atingiam o ser interno de cada um, para dali se projetar no espaço externo.

A colocação do desenho como um companheiro constante para todas as formas de arte, sejam elas bidimensionais ou tridimensionais, possibilitou uma grande diversidade de estilos entre seus alunos. Desenhar sempre, registrar o mundo externo e o interno de cada um, rabiscar sempre, pois são desses registros que surgem as ideias.

Na inauguração da mostra, me senti participante de um grupo que dá continuidade e vida à semente plantada pelo mestre. Ali está presente a linha sensível, não estereotipada, aquela que brota do coração e traz à tona o novo, o inesperado.

Acredito na arte como a grande transformadora do ser humano, é ela que nos faz perceber, através da sensibilidade, o mundo que nos cerca e a nossa participação num universo mais amplo. Somos parte desse universo de estrelas e a ele estamos ligados desde a nossa origem.
Parabéns à esta Escola que eu aprendi a amar desde o tempo em que ela foi criada. Parabéns ao jovem diretor que sempre incentiva os alunos a crescerem como pessoas humanas. Parabéns aos curadores da exposição que propiciaram uma troca criativa entre alunos e professores. Parabéns ao trabalho exemplar dos professores que dão continuidade às propostas de Guignard.

Transcrevo aqui parte do texto curatorial da exposição:
“Um dos ensinamentos do mestre Alberto da Veiga Guignard a seus alunos, que até hoje é difundido por meio dos professores de sua Escola, é o  de que cada artista deve buscar o seu caminho criativo e a sua expressão individual, sem imposições, respeitando o estilo próprio de cada um. Nesse sentido, os valores da liberdade de expressão e da diversidade podem ser considerados uma das marcas desse grande professor e artista, os quais se mostram presentes aqui, nas obras de 32 artistas, que são atuais professores da instituição”.

*Fotos de arquivo

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