Estou no Palácio das Artes em Belo Horizonte,
percorrendo a exposição do livro de Artista da Coleção ITAÚ CULTURAL. Muito bem
montada, livros nas vitrines, desenhos e gravuras nas paredes recobertas com
fundo cinza.
Fiquei meditando por algum tempo naquele imenso
salão. Aos poucos a gente vai recordando como as idéias surgiram, desde o
movimento concretista até os dias de hoje. Há uma linha criativa que abriu
perspectivas novas para a arte brasileira. Esta linha se prolongou no tempo e
de forma sutil vai trazendo sua luz para o presente e continua apontando para o
futuro.
O livro de artista é um documento vivo que evoca
reminiscências passadas, alcança a poesia e a música, sai do plano
bidimensional para o tridimensional, transforma-se em objetos.
As pessoas passam, lêem os versos, param para ver os
livros atrás de caixas envidraçadas. Uma vibração de paz e quietude envolve o
ambiente da Galeria e me faz recordar que os livros estão registrando um
sentimento, uma emoção, um momento de silêncio.
Há por detrás dessas obras o registro invisível do
Grande Livro que todos nós escrevemos e que nunca será lido: o Grande Livro de
nossa própria vida.
Desci para o andar inferior do Palácio das Artes e
procurei um banco para contemplar o Parque Municipal. As árvores foram me
trazendo histórias do passado, quando a Escola Guignard estava situada nos
porões do Palácio das Artes ainda em construção.
Não havia conforto, muitas vezes as chuvas invadiam
as salas. Mas, apesar da pobreza, dali surgiram talentos.
No hall de entrada uma escultura de Amilcar de
Castro é o testemunho desses talentos que começaram debaixo das árvores do
Parque Municipal.
Terminei a manhã escutando a Orquestra Sinfônica de
BH, que se apresenta ao meio dia da primeira terça feira de cada mês.
*Fotos de Ivana Andrés
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