Artista plástica, ex-aluna de Guignard. Maria Helena Andrés tem um currículo extenso como artista, escritora e educadora, com mais de 60 anos de produção e 7 livros publicados. Neste blog, colocará seus relatos de viagens, suas reflexões e vivências cotidianas.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2019
ARTE E CRIATIVIDADE III
No processo de criação podemos destacar atividades
físicas, intelectuais e psicológicas, que combinadas se estruturam em
determinadas formas de expressão.
A criatividade compreende:
A sensibilidade, para perceber, sentir; a
imaginação, para criar; o gosto, para selecionar; a memória, para reter; a
inteligência e intuição para organizar; a vontade, para realizar. A vontade
sobretudo, é elemento indispensável à
criatividade. Sem ela de nada adianta os outros elementos.
A criatividade passa por etapas que vão da motivação
à realização. Se vemos determinada coisa que nos sensibiliza, uma paisagem, as
manchas de um muro velho, as nuvens que se formam no céu. Ouvimos determinada
música, lemos um trecho de um poema ou de uma estória. Desejamos expressar
aquela emoção que a música ou o poema nos proporcionam.
Às vezes queremos transmitir um sentimento que o
mundo nos sugere: a conquista espacial, a miséria do nordeste, nossas
recordações de infância.
Nossa sensibilidade foi motivada para a criação.
Mas, para que este sentimento se transforme em arte,
é necessário que ele passe do plano do irreal para o real, do inconsciente para
o consciente, da fragmentação de ideias para a seleção e organização, do
sentimento estético para a estética. Sentir, agir, pensar e organizar, são
constantes na criatividade.
A arte reúne aquilo que é latente em cada pessoa
humana, as informações que lhe chegam de fora através do meio social, ou dos
meios de comunicação. Aí incluímos teorias, escolas, artesanatos e também o conhecimento das técnicas
artísticas.
*Fotos da internet
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2019
TRÊS MÚSICOS, TRÊS MENSAGENS
A casa do
Artur
É permeada
de música
São três
músicos
Com idades
Diferentes
Vivendo em
Mundos do
eterno
Imutável
Agora.
Acordo pela
manhã
Escutando
O som da
marimba.
O Artur está
de pé
Estudando
Celebrando
no
Compasso
Retirando
dos vidros
O ritmo da
vida
Que renasce
a
Cada
instante.
Da varanda
Da fazenda
Escuto o som
Da flauta do
Alexandre.
Música
erudita.
Os sons vão
mergulhando
Em outros
sons
Que vem das
estrelas
De mundos
superiores.
Dos sons da
natureza
Do canto dos
pássaros.
A música nos
Conduz.
Somos parte
do
Universo.
Somos Um com
A natureza.
A flauta vai
nos
Conduzindo
Para longe.
Ela mergulha
Nas fontes
E nos rios
Vai além dos
Mares , dos
ares
Para mundos
paralelos.
Regina me
convida
Para ouvir
Sua última
criação
Musical.
Música para
cura.
Ainda não
foi lançado
Mas já está
produzindo
O efeito
desejado.
A música
chegou do espaço
Em vários
momentos
Onde a terra
se une
Aos céus.
Escuta a
música
Da vida
Da grande
mãe
Que marca o
Compasso da
Existência.
Todos nós
sentimos a
Presença de
uma força
Superior
Conduzindo
estes sons!
*Fotos da
internet
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segunda-feira, 14 de janeiro de 2019
EXPOSIÇÃO DE LÓTUS LOBO
Estamos na Galeria do Centro Cultural Minas Tênis
Clube, num salão de uma brancura deslumbrante, onde aos poucos vai surgindo a
mostra de Lótus Lobo, conhecida artista de Minas Gerais, gravadora e mestra da
Escola Guignard, onde deixou vários seguidores no campo da gravura.
Antes de entrar para o Atelier de Litografia de
Thais Helt, a Oficina 5, aprendi muito com a gravura de Lotus Lobo. A exposição
nos convida a pensar sobre nossos antepassados, produtores de pequenas
fazendas.
Lotus nos trouxe de Juiz de Fora, de uma fábrica
fechada, as pedras litográficas relegadas ao esquecimento e resgatadas por um
olhar de artista e pesquisadora.
Hoje, na arte contemporânea, os artistas são também
pesquisadores. Eles nos apresentam obras que não são realizadas apenas para
decorar paredes. Suas obras permitem a todos, momentos de reflexão.
Lotus redescobriu a mensagem escondida nas pedras
litográficas e, como gravadora, organizou uma série de quadros, painéis, tendo
como base os desenhos feitos em épocas anteriores. Ela nos conta a história do
nascimento da era industrial em Minas Gerais.
Os desenhos fazem lembrar a art-nouveau de
inspiração europeia, adaptados para uma divulgação muitas vezes ingênua, mas de grande valor publicitário.
Os pequenos fazendeiros de Minas Gerais, fabricantes
de uma manteiga de qualidade, chegaram a exportá-las para outros países em grandes latas com desenhos sugestivos.
Algumas latas vinham com nomes de mulheres: Odete, Juracy, Cidinha, Maria de
Lourdes, etc.
Percorrendo a exposição aprendi muito da história de
Minas, através dos fazendeiros que usaram a era industrial para mostrar ao mundo que Minas Gerais não é somente um estado de
riquezas extraídas da terra. Minas também produz um leite de qualidade, e é
deste leite, retirado de nossas vaquinhas que se fabricou manteiga vinda de
várias regiões, inclusive de Entre Rios de Minas. E os queijos, tão apreciados
por todos nós.
Saí da exposição motivada para visitar os pequenos
produtores do nosso queijo.
E não é preciso ir longe. Muito perto de mim, na
fazenda Luiziana, o Euler, meu filho, está se dedicando com o maior carinho a
esta produção. Decidi ir visita-lo no
local de trabalho para aprender um pouco com este artista que, de forma
modesta, sem grande publicidade, tem produzido um queijo artesanal que recebo
em minha casa semanalmente.
Parabéns à artista Lotus Lobo que, com sua exposição
de alto gabarito, foi nos conduzindo para dentro de nós mesmos, em nossas
terras, para aprender com os mais jovens um artesanato rural de grande valor
para nossa saúde.
Amanhã devo ir à fazenda e vou conhecer esta fábrica
de queijo que até hoje não pude visitar.
*Fotos de Ivana Andrés
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segunda-feira, 7 de janeiro de 2019
ARTE E CRIATIVIDADE II
A arte expressa o que o homem tem de pessoal, mas
também o que ele tem de universal. E é justamente dentro desta universalidade
que a comunicação se faz mais veemente, universalidade que não compreende
apenas uma geração, mas a totalidade de gerações presentes, passadas e futuras.
Por exemplo, não vivemos na Idade Média e no entanto
nos comovemos com as catedrais medievais. Não estamos no ciclo do ouro em Minas
Gerais, e até hoje a arte barroca nos sensibiliza.
A arte mexicana, a arte do Peru, feitas por índios
inteiramente desligados do contato com a civilização ocidental, despertam em
nós admiração por um passado glorioso, essencialmente criador.
Há, portanto, elementos universais na obra de arte,
que comunicam às outras gerações a linguagem artística.
Esta linguagem parte do subjetivo para o objetivo,
do particular para o universal.
Mesmo em nossa época de constante mecanização da
vida, ainda conservamos a liberdade de sentir e pensar individualmente, mesmo
que estes pensamentos não se ajustem às nossas ações.
Nos Estados Unidos, Andy Warhol usou propositalmente
processos mecânicos para se expressar. Evitou qualquer contato com a tela a ser
pintada. Dizia ele: “somos ensinados a pensar pelos meios de comunicação,
comemos os mesmos alimentos manufaturados, nossas roupas vêm em tamanhos
padrões, o individualismo desaparece cada vez mais.” E prossegue: “o motivo de
estar pintando dessa maneira é porque quero também ser como uma máquina, mas,
seria terrível se todos o mundo fosse igual”.
Mesmo Warhol, reconhecendo sua mecanização, a quer
individual. Seria realmente terrível se todo mundo as padronizasse . É
justamente a oposição dos contrários que totaliza uma civilização. Daí brotam novos caminhos, novas ideias.
Aos estímulos do meio, cada indivíduo reage a seu
modo. Vivemos numa mesma cidade, assistimos aos mesmos programas de TV, lemos
os mesmos jornais. Mas nossas reações diante do que nos é proposto de fora diferem
de acordo com nossa personalidade.
Quando sentimos e pensamos, somos livres, quando
agimos, nem sempre somos livres.
Para isso, basta lembrar que somos diferentes uns
dos outros, não só física, como psicologicamente. E é justamente atendendo a
estas diferenças individuais, que teremos sempre formas variadas de expressão
artística.
*Fotos da internet
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quarta-feira, 2 de janeiro de 2019
ARTE E CRIATIVIDADE I
A criatividade acha-se ligada ao processo de
percepção, pensamento e ação corporal, diz Herbert Read em seu livro “Arte e
Educação”.
Procurando refletir sobre estas palavras, teríamos a
arte como unificadora destes 3 elementos, como forma de equilíbrio do homem,
harmonizando aquilo que ele tem de individual com a natureza que o cerca, as
ideias e informações recebidas de fora, o comportamento da sociedade que o
rodeia, e nesta época das comunicações rápidas, também com o mundo em que ele
vive.
A criatividade é, portanto, forma de equilíbrio, de
harmonia, de modificação de comportamento humano.
A ausência de criatividade conduziria a civilização
ao caos. Imaginemos um mundo sem homens criadores. Não seria um mundo de
animais ou robôs mecanizados?
Das civilizações primitivas as mais avançadas, os
homens reagem aos estímulos que lhes veem do meio, criando no campo da ciência,
da arte e da filosofia, procurando edificar, construir, progredir.
Na poesia eles se expressam através da palavra; na
música combinam sons, na dança procuram o ritmo e a expressão corporal. Criam
formas novas na arquitetura, escultura, desenho, gravura, enxergam ângulos
diferentes na fotografia.
Criar, na esfera da arte, é portanto acumular
percepções, sensações, vivências, e organizá-las de determinada maneira.
O homem cria porque sente necessidade de expressão,
de comunicação.
Além de unificar as emoções humanas, a criatividade
é também portadora de uma mensagem, de um sentido. A mensagem da arte
concretiza-se no espaço e perpetua-se no tempo. A comunicação artística não é
feita, portanto, para ser consumida imediatamente, como a propaganda.
O que interessa à propaganda é a mensagem para o
momento. Mas se esta propaganda for artística, alcançará outros momentos no
futuro.
Temos como exemplo os cartazes de Toulouse Lautrec,
os anúncios das peças de Sarah Bernhard. Através de elementos artísticos que
eles contêm, sua mensagem nos vem do passado e nos alcança no presente.
*Fotos da internet
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