segunda-feira, 28 de janeiro de 2019


ARTE E CRIATIVIDADE III


No processo de criação podemos destacar atividades físicas, intelectuais e psicológicas, que combinadas se estruturam em determinadas formas de expressão.

A criatividade compreende:
A sensibilidade, para perceber, sentir; a imaginação, para criar; o gosto, para selecionar; a memória, para reter; a inteligência e intuição para organizar; a vontade, para realizar. A vontade sobretudo, é  elemento indispensável à criatividade. Sem ela de nada adianta os outros elementos.

A criatividade passa por etapas que vão da motivação à realização. Se vemos determinada coisa que nos sensibiliza, uma paisagem, as manchas de um muro velho, as nuvens que se formam no céu. Ouvimos determinada música, lemos um trecho de um poema ou de uma estória. Desejamos expressar aquela emoção que a música ou o poema nos proporcionam.

Às vezes queremos transmitir um sentimento que o mundo nos sugere: a conquista espacial, a miséria do nordeste, nossas recordações de infância.

Nossa sensibilidade foi motivada para a criação.

Mas, para que este sentimento se transforme em arte, é necessário que ele passe do plano do irreal para o real, do inconsciente para o consciente, da fragmentação de ideias para a seleção e organização, do sentimento estético para a estética. Sentir, agir, pensar e organizar, são constantes na criatividade.

A arte reúne aquilo que é latente em cada pessoa humana, as informações que lhe chegam de fora através do meio social, ou dos meios de comunicação. Aí incluímos teorias, escolas, artesanatos  e também o conhecimento das técnicas artísticas.

*Fotos da internet

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segunda-feira, 21 de janeiro de 2019


TRÊS MÚSICOS, TRÊS MENSAGENS


A casa do Artur
É permeada de música
São três músicos
Com idades
Diferentes
Vivendo em
Mundos do eterno
Imutável
Agora.
Acordo pela manhã
Escutando
O som da marimba.
O Artur está de pé
Estudando
Celebrando no
Compasso
Retirando dos vidros
O ritmo da vida
Que renasce a
Cada instante.
Da varanda
Da fazenda
Escuto o som
Da flauta do
Alexandre.
Música erudita.
Os sons vão mergulhando
Em outros sons
Que vem das estrelas
De mundos superiores.
Dos sons da natureza
Do canto dos pássaros.
A música nos
Conduz.
Somos parte do
Universo.
Somos Um com
A natureza.
A flauta vai nos
Conduzindo
Para longe.
Ela mergulha
Nas fontes
E nos rios
Vai além dos
Mares , dos ares
Para mundos paralelos.
Regina me convida
Para ouvir
Sua última criação
Musical.
Música para cura.
Ainda não foi lançado
Mas já está produzindo
O efeito desejado.
A música chegou do espaço
Em vários momentos
Onde a terra se une
Aos céus.
Escuta a música
Da vida
Da grande mãe
Que marca o
Compasso da
Existência.
Todos nós sentimos a
Presença de uma força
Superior
Conduzindo estes sons!

*Fotos da internet

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segunda-feira, 14 de janeiro de 2019


EXPOSIÇÃO DE LÓTUS LOBO


Estamos na Galeria do Centro Cultural Minas Tênis Clube, num salão de uma brancura deslumbrante, onde aos poucos vai surgindo a mostra de Lótus Lobo, conhecida artista de Minas Gerais, gravadora e mestra da Escola Guignard, onde deixou vários seguidores no campo da gravura.

Antes de entrar para o Atelier de Litografia de Thais Helt, a Oficina 5, aprendi muito com a gravura de Lotus Lobo. A exposição nos convida a pensar sobre nossos antepassados, produtores de pequenas fazendas.

Lotus nos trouxe de Juiz de Fora, de uma fábrica fechada, as pedras litográficas relegadas ao esquecimento e resgatadas por um olhar de artista e pesquisadora.
Hoje, na arte contemporânea, os artistas são também pesquisadores. Eles nos apresentam obras que não são realizadas apenas para decorar paredes. Suas obras permitem a todos, momentos de reflexão.

Lotus redescobriu a mensagem escondida nas pedras litográficas e, como gravadora, organizou uma série de quadros, painéis, tendo como base os desenhos feitos em épocas anteriores. Ela nos conta a história do nascimento da era industrial em Minas Gerais.

Os desenhos fazem lembrar a art-nouveau de inspiração europeia, adaptados para uma divulgação muitas vezes  ingênua, mas de grande valor publicitário.
Os pequenos fazendeiros de Minas Gerais, fabricantes de uma manteiga de qualidade, chegaram a exportá-las para outros países  em grandes latas com desenhos sugestivos. Algumas latas vinham com nomes de mulheres: Odete, Juracy, Cidinha, Maria de Lourdes, etc.

Percorrendo a exposição aprendi muito da história de Minas, através dos fazendeiros que usaram a era industrial para mostrar ao mundo  que Minas Gerais não é somente um estado de riquezas extraídas da terra. Minas também produz um leite de qualidade, e é deste leite, retirado de nossas vaquinhas que se fabricou manteiga vinda de várias regiões, inclusive de Entre Rios de Minas. E os queijos, tão apreciados por todos nós.
Saí da exposição motivada para visitar os pequenos produtores do nosso queijo.

E não é preciso ir longe. Muito perto de mim, na fazenda Luiziana, o Euler, meu filho, está se dedicando com o maior carinho a esta produção.  Decidi ir visita-lo no local de trabalho para aprender um pouco com este artista que, de forma modesta, sem grande publicidade, tem produzido um queijo artesanal que recebo em minha casa semanalmente.

Parabéns à artista Lotus Lobo que, com sua exposição de alto gabarito, foi nos conduzindo para dentro de nós mesmos, em nossas terras, para aprender com os mais jovens um artesanato rural de grande valor para nossa saúde.

Amanhã devo ir à fazenda e vou conhecer esta fábrica de queijo que até hoje não pude visitar.

*Fotos de Ivana Andrés

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segunda-feira, 7 de janeiro de 2019


ARTE E CRIATIVIDADE II


A arte expressa o que o homem tem de pessoal, mas também o que ele tem de universal. E é justamente dentro desta universalidade que a comunicação se faz mais veemente, universalidade que não compreende apenas uma geração, mas a totalidade de gerações presentes, passadas e futuras.

Por exemplo, não vivemos na Idade Média e no entanto nos comovemos com as catedrais medievais. Não estamos no ciclo do ouro em Minas Gerais, e até hoje a arte barroca nos sensibiliza.

A arte mexicana, a arte do Peru, feitas por índios inteiramente desligados do contato com a civilização ocidental, despertam em nós admiração por um passado glorioso, essencialmente criador.

Há, portanto, elementos universais na obra de arte, que comunicam às outras gerações a linguagem artística.

Esta linguagem parte do subjetivo para o objetivo, do particular para o universal.
Mesmo em nossa época de constante mecanização da vida, ainda conservamos a liberdade de sentir e pensar individualmente, mesmo que estes pensamentos não se ajustem às nossas ações.

Nos Estados Unidos, Andy Warhol usou propositalmente processos mecânicos para se expressar. Evitou qualquer contato com a tela a ser pintada. Dizia ele: “somos ensinados a pensar pelos meios de comunicação, comemos os mesmos alimentos manufaturados, nossas roupas vêm em tamanhos padrões, o individualismo desaparece cada vez mais.” E prossegue: “o motivo de estar pintando dessa maneira é porque quero também ser como uma máquina, mas, seria terrível se todos o mundo fosse igual”.
Mesmo Warhol, reconhecendo sua mecanização, a quer individual. Seria realmente terrível se todo mundo as padronizasse . É justamente a oposição dos contrários que totaliza uma civilização. Daí  brotam novos caminhos, novas ideias.

Aos estímulos do meio, cada indivíduo reage a seu modo. Vivemos numa mesma cidade, assistimos aos mesmos programas de TV, lemos os mesmos jornais. Mas nossas reações diante do que nos é proposto de fora diferem de acordo com nossa personalidade.

Quando sentimos e pensamos, somos livres, quando agimos, nem sempre somos livres.
Para isso, basta lembrar que somos diferentes uns dos outros, não só física, como psicologicamente. E é justamente atendendo a estas diferenças individuais, que teremos sempre formas variadas de expressão artística.

*Fotos da internet

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quarta-feira, 2 de janeiro de 2019


ARTE E CRIATIVIDADE I


A criatividade acha-se ligada ao processo de percepção, pensamento e ação corporal, diz Herbert Read em seu livro “Arte e Educação”.

Procurando refletir sobre estas palavras, teríamos a arte como unificadora destes 3 elementos, como forma de equilíbrio do homem, harmonizando aquilo que ele tem de individual com a natureza que o cerca, as ideias e informações recebidas de fora, o comportamento da sociedade que o rodeia, e nesta época das comunicações rápidas, também com o mundo em que ele vive.

A criatividade é, portanto, forma de equilíbrio, de harmonia, de modificação de comportamento humano.

A ausência de criatividade conduziria a civilização ao caos. Imaginemos um mundo sem homens criadores. Não seria um mundo de animais ou robôs mecanizados?
Das civilizações primitivas as mais avançadas, os homens reagem aos estímulos que lhes veem do meio, criando no campo da ciência, da arte e da filosofia, procurando edificar, construir, progredir.

Na poesia eles se expressam através da palavra; na música combinam sons, na dança procuram o ritmo e a expressão corporal. Criam formas novas na arquitetura, escultura, desenho, gravura, enxergam ângulos diferentes na fotografia.

Criar, na esfera da arte, é portanto acumular percepções, sensações, vivências, e organizá-las de determinada maneira.

O homem cria porque sente necessidade de expressão, de comunicação.

Além de unificar as emoções humanas, a criatividade é também portadora de uma mensagem, de um sentido. A mensagem da arte concretiza-se no espaço e perpetua-se no tempo. A comunicação artística não é feita, portanto, para ser consumida imediatamente, como a propaganda.

O que interessa à propaganda é a mensagem para o momento. Mas se esta propaganda for artística, alcançará outros momentos no futuro.

Temos como exemplo os cartazes de Toulouse Lautrec, os anúncios das peças de Sarah Bernhard. Através de elementos artísticos que eles contêm, sua mensagem nos vem do passado e nos alcança no presente.

*Fotos da internet

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