Poética e lírica, romântica e sensual,
a tendência figurativa ressurge em ritmo paralelo às correntes abstratas.
Entretanto, no mundo em que vivemos dominam as ideias contraditórias. Ao mesmo
tempo que se preconiza para o artista a liberdade completa, a "optical
art" procura reconduzi-lo à disciplina intelectual.
Baseada nos mesmos princípios
construtivos da Bauhaus, a "op art" se desenvolveu ao lado das
pesquisas concretistas.
A sua característica principal é a
ilusão de movimento (arte cinética).
A pintura cinética abriu uma nova
dimensão nas artes plásticas. Um de seus princípios é a integração com a
ciência, tentando através da ilusão de movimento transportar para a arte as
forças e a ordem do mundo físico.
Vasarely, um de seus maiores artistas,
não vê antagonismo entre a arte e a ciência. Para ele, "pintar é sempre
uma necessidade interior, mas pretende dar à arte uma ciência. Arte e ciência
são postas à disposição do homem para proporcionar-lhe alegria e
harmonia".
Assim, na sua incessante busca da
beleza, o homem vai descobrindo novas formas e novos caminhos.
O esforço humano nunca é um gesto
isolado. Seu eco se faz ouvir através dos tempos. A arte é a síntese, a
interpretação das experiências do artista, de suas descobertas e derrotas, com
as descobertas e derrotas de uma civilização, de uma sociedade. É a soma das
realizações pessoais, com todo um acervo de ideias e experiências que
representam uma cultura.
O artista é um fruto de sua época.
Naturalmente, vivendo e participando das experiências alheias, ele transmitirá
a inquietação de seu tempo em seus trabalhos. Não será nunca um retrógrado, um
porta-voz de seus antepassados.
Ele é a síntese de seus contemporâneos
e, justamente por viver e sofrer os problemas da vida moderna, por usar o
telefone e assistir à televisão, por se transportar de avião e se interessar
pelos satélites artificiais, espontaneamente, sem que ninguém lho imponha, ele
se manifestará, também, de um modo atual correspondente aos avanços da
civilização.
Nunca poderá ser uma reencarnação de
Rembrandt ou Ticiano. Suas vidas foram marcadas de modo diferente, suas
experiências são outras.
Ele tem a possibilidade, que outros não
tiveram, de estar a par de tudo o que se passa na Europa, na Ásia, na América,
de todas as notícias do que se faz de mais avançado no mundo. Isto de certo
modo o modifica, torna-o mais universal.
Fazemos parte da humanidade toda, de um
modo muito mais vivo que os homens de antigamente, que ignoravam, por completo,
os acontecimentos do resto do mundo. (Trecho do meu livro “Vivência e Arte”,
editora Agir, 1966)
Este
texto, escrito na década de 60, quando ainda não existia o computador, celular,
internet, what zap, etc, de certo modo já estava anunciando a chegada de todos
esses recursos.
*Fotos
da internet
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