O campo tem sido vasto para a arte
abstrata.
Os artistas procuram muitas vezes sua
fonte de inspiração no mundo orgânico, aproximando-se dos ritmos e das formas
que a natureza oferece. Um muro gasto pelo tempo propõe uma paisagem
fantástica, diferente; um tronco de árvore, cortado ao meio, é um universo de
formas e ritmos.
A natureza é inesgotável. O mundo das
formas naturais não é apenas aquele que enxergamos a olho nu. Existe o mundo da
ciência do microscópio, onde formas abstratas movem-se como os
"mobiles" de Calder, organizando em ritmos inesperados e
surpreendentes. A ciência oferece à arte um campo vastíssimo de sugestões novas
e o artista contemporâneo não lhe é indiferente.
O abstracionismo é a corrente que mais
fortemente se vê atingida pela influência cósmica que hoje domina as pretensões
científicas do homem.
É como que uma antecipação através da
arte, das descobertas que se aproximam, no terreno misterioso e quase virgem da
conquista de outros planetas.
A pintura "tachista",
sublinhando a proeminência do gesto, reflete uma ânsia incontida de liberdade,
de negação a toda e qualquer disciplina.
Em situação intermediária entre o
abstracionismo e o figurativismo encontram-se tendências que procuram tirar da
natureza motivação para suas abstrações. Seguem uma linha paralela à imagem,
sem relação de dependência dela. Seus quadros evocam alguma paisagem, às vezes
facilmente identificada pelo público, mas que vale apenas como força de
sugestão para o artista se manifestar pictoricamente.
Esta tendência que vem subsistindo
desde muitos anos em artistas internacionais como Feineinger, Vieira da Silva,
Duchamp e outros, volta, agora, desvendando paisagens imaginárias e fantásticas
como um retorno muito livre e independente do artista à natureza.
Rompe-se a linha divisória que limita e
separa uma técnica de outra.
Procura-se uma forma viva e orgânica
que não obedeça a regras preestabelecidas.
O desenho penetra nos domínios da
pintura e da gravura, e as técnicas de relevo são aproveitadas para um
enriquecimento maior das soluções de pinturas. Novos materiais começam a ser
usados como motivação para uma nova tendência de arte.
Há como que um clamor uníssono, brotado
de todos os cantos da terra em favor da emancipação total dos meios de
expressão do artista. (Trecho do meu livro “Vivência e Arte”, editora Agir,
1966)
*Fotos
da internet
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