Os artistas,
despertando a intuição, muitas vezes se assemelham aos místicos. Nos momentos
de inspiração, quando a mente se aclara num relâmpago e as ideias jorram
espontâneas, sem medidas impostas pela razão, percebemos também o encontro com
a realidade interna procurada pelos yoguis.
Meditação e criatividade são formas
de descoberta interior. Meditamos de certo modo quando nos empenhamos num
trabalho de arte, despertando energias desconhecidas.
O artista, quando cria,
traz à tona não somente o que está em seu inconsciente, mas reflete o
inconsciente coletivo, universal. Segundo Jung, “O segredo da criação e da
eficácia artística consiste em mergulhar de novo no estado original de
participação mística”.
Realmente, o impulso místico que levantou as catedrais
da França, os templos de Bangkok e da Índia, que esculpiu a serenidade dos
Budas e a expressividade dos santos barrocos, não poderia faltar em nossa
civilização. A sensibilidade espiritual do homem coloca-o num plano de
comunicação universal. O poeta, o músico, o artista plástico, o arquiteto,
quando mergulham em planos mais sutis, encontram a claridade que ilumina todos
os homens.
O exercício da
criatividade é a forma de encontro do ser humano consigo mesmo. A realidade
interna que podemos também denominar de intuição não está lá fora, mas dentro
de nós. Gandhi referiu-se a ela como voz interior. Procurou escutá-la na
meditação e trazer à tona a sabedoria que estava mergulhada no silêncio. Este
despertar da intuição não é uma fuga, mas o encontro com a verdadeira realidade
- aquela que ultrapassa as fronteiras do tempo e se projeta no infinito.
O desenvolvimento de
todas as potencialidades humanas no campo espiritual é uma necessidade no mundo
de hoje e está ao alcance de qualquer um. O encontro do ser humano consigo
mesmo, seja através da meditação, da arte ou do trabalho, constitui forma de
equilíbrio indispensável para a sua integração.
O homem total é aquele em que
corpo e alma se harmonizam. Nosso contato com as forças eternas, que pertencem
à natureza e aos seres vivos, não depende do que somos, de onde nascemos e nem
dos meios de comunicação modernos; não depende do dinheiro, da fama, da
instrução, nem da publicidade.
Os anseios do homem são os mesmos, quando eles
se voltam para o seu interior à procura da claridade que liberta. Variam apenas
os condicionamentos que mudam os aspectos exteriores; variam os caminhos, mas a
finalidade é a mesma: o despojamento do supérfluo e o encontro com a verdadeira
sabedoria.
Fotos da
internet
VISITE
TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MEMÓRIAS E VIAGENS”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário