Equilíbrio racional, encontraremos na arte de
Leonardo e Rafael, e, no século XX, na arte de Seurat e Mondrian. Equilíbrio
emocional, ou ritmo, encontraremos na arte de Greco, Van Gogh, Munch e nos
expressionistas de modo geral.
O equilíbrio de um quadro não está condicionado à
sua obediência a determinadas leis estáticas, manifesta-se de modo
completamente diverso, de acordo com a intenção do artista, sua personalidade,
sua visão do mundo.
Não está preso a fórmulas, mas à coerência do
próprio quadro.
“Compor não é apenas compartimentar a superfície,
destinar um lugar para cada objeto, arrumar, determinar a proporção em que os
elementos imaginários devem figurar na tela, calcular a zona possível dum
vermelho ou dum azul, encher o espaço plano de acordo com um só ou com vários
pontos de observação.. Se se pode dizer que há
leis fundamentais da composição a que é impossível fugir, é preciso acrescentar
que obedecer-lhes mecanicamente seria a negação da própria arte. Essas leis são
gerais e impessoais e o conceito estético exige personalidade. É por outra
qualidade, o ritmo, que a composição se aproxima gradualmente do conceito
pessoal e abandona, pouco a pouco a generalidade.” (M. Dionisio)
Compreendendo que a composição renascentista,
revelando a ordem e a medida de determinada civilização, procura traduzir o
sentido genérico da forma, o artista saberá fazer uso dela apenas quando o seu
trabalho exigir a ordem e a medida intelectuais.
Podemos ver no início do
movimento moderno, exemplos diversos no uso da composição. Seurat, cuja atitude
mental exigia equilíbrio racionalista, orientava suas composições dentro do
corte de ouro e dos cânones; Cézanne fundia as duas tendências condicionando-as
à sua necessidade de estrutura e expressão; Van Gogh, cuja arte brotou do
impulso, apegou-se ao ritmo, estabelecendo uma ligação orgânica , emocional
entre todos os elementos do quadro.
A comparação entre várias tendências, objetivará de
modo consciente a capacidade do aluno, permitindo que ele também possa trazer a
sua contribuição à arte de nossos dias. . (Artigo para o jornal Estado de
Minas, provavelmente década de 60)
*Fotos da internet
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