segunda-feira, 3 de abril de 2017

O RITMO E SUA TEORIA II

Equilíbrio racional, encontraremos na arte de Leonardo e Rafael, e, no século XX, na arte de Seurat e Mondrian. Equilíbrio emocional, ou ritmo, encontraremos na arte de Greco, Van Gogh, Munch e nos expressionistas de modo geral.

O equilíbrio de um quadro não está condicionado à sua obediência a determinadas leis estáticas, manifesta-se de modo completamente diverso, de acordo com a intenção do artista, sua personalidade, sua visão do mundo.

Não está preso a fórmulas, mas à coerência do próprio quadro.

“Compor não é apenas compartimentar a superfície, destinar um lugar para cada objeto, arrumar, determinar a proporção em que os elementos imaginários devem figurar na tela, calcular a zona possível dum vermelho ou dum azul, encher o espaço plano de acordo com um só ou com vários pontos de observação.. Se se pode dizer que há leis fundamentais da composição a que é impossível fugir, é preciso acrescentar que obedecer-lhes mecanicamente seria a negação da própria arte. Essas leis são gerais e impessoais e o conceito estético exige personalidade. É por outra qualidade, o ritmo, que a composição se aproxima gradualmente do conceito pessoal e abandona, pouco a pouco a generalidade.” (M. Dionisio)

Compreendendo que a composição renascentista, revelando a ordem e a medida de determinada civilização, procura traduzir o sentido genérico da forma, o artista saberá fazer uso dela apenas quando o seu trabalho exigir a ordem e a medida intelectuais. 
Podemos ver no início do movimento moderno, exemplos diversos no uso da composição. Seurat, cuja atitude mental exigia equilíbrio racionalista, orientava suas composições dentro do corte de ouro e dos cânones; Cézanne fundia as duas tendências condicionando-as à sua necessidade de estrutura e expressão; Van Gogh, cuja arte brotou do impulso, apegou-se ao ritmo, estabelecendo uma ligação orgânica , emocional entre todos os elementos do quadro.

A comparação entre várias tendências, objetivará de modo consciente a capacidade do aluno, permitindo que ele também possa trazer a sua contribuição à arte de nossos dias. . (Artigo para o jornal Estado de Minas, provavelmente década de 60)

*Fotos da internet

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