Dando
continuidade ao depoimento de Artur Andrés sobre os pensamentos de Gurdjieff,
transcrevo o texto abaixo:
“A sua vida,
exatamente como ela é – neste emprego, nesta
família, neste
contexto social – é a condição ideal para que você possa
se trabalhar. Ninguém
precisa ir para uma caverna para atingir a
iluminação. Tudo no
mundo pode ser material de aprendizado. A
grande questão é
desenvolver uma atitude generosa perante a vida, uma
aceitação plena em
relação ao próximo. E é apenas ao trabalhar sobre
si, aceitando suas
próprias contradições, que alguém se torna capaz de
exercer isso em
relação ao outro. Senão, ocorre o que vemos o tempo
todo: o sujeito lê
mil livros, faz isso e aquilo, mas está sempre julgando
as outras pessoas. De
novo, a palavra é aceitação. É esse o desafio, e é para dar conta
dele que estamos
aqui."
O filósofo Friedrich Nietzsche dizia que uma espécie de oração de cada
pessoa ao iniciar o dia deveria ser um pensamento do tipo “Hoje vou
dar alegria a alguém”.
Uma oração que sempre acompanhava Gurdjieff, foi lida por ocasião da sua morte: “Que Deus
e todos os seus anjos nos preservem de fazer o mal,
ajudando-nos sempre e em toda parte a nos lembrarmos de nós mesmos”.
Gurdjieff dizia:
"Um de meus maiores
aprendizados foi reconhecer que há muita coisa
a ser feita e que,
sem um trabalho constante sobre eu mesmo, não terei
chance alguma de
ajudar nesse processo. Foi compreender que liberdade
não significa fazer
apenas o que é mais cômodo, o que me dá mais prazer,
mas que liberdade é
aprender a fazer o que deve ser feito. Uma pessoa virtuosa é aquela que se dá conta de sua própria nulidade, de que, na verdade, não sabe nada. É alguém que, a partir dessa visão, desse não saber, permanece aberto a aprender. Acredito que a busca
do silêncio interno seja uma das grandes metas
do trabalho interior.
Somente quando estamos apoiados nessa condição de
um maior equilíbrio
interno é que podemos, pouco a pouco, aprender
realmente a ouvir, a
ver, a sentir. A habilidade de tocar um instrumento, de
fazer música e,
ainda, de ouvi-la, depende essencialmente dessa busca."
Segundo Gurdjieff: “O silêncio não é a ausência de sons, mas a
ausência do
ego".
Site:
www.gurdjieff.org.br
CDs:
Cantos
e Ritmos do Oriente (Gurdjieff/de Hartmann), de Artur Andrés,
Mauro Rodrigues e
Regina Amaral (Sonhos e Sons)
Hinos,
Preces e Ritos (Gurdjieff/de Hartmann), de Artur Andrés e Regina
Minhas reflexões após a leitura dos textos de
Gurdjieff:
Esquecer as coisas é um fato. Todo ser humano
esquece. Será falta de memória ou falta de atenção? Os yogues falam muito sobre
a atenção no agora. Prestar atenção nos acontecimentos e como eles nos atingem
interna e externamente. Não atuar mecanicamente, mas estar atento a tudo. Não
pensar, ver.
Vou observando as minhas distrações, tomo
consciência delas. Depois vou observando outros distraídos e tento me consolar
com isto. Ser distraído é não estar presente, não viver o momento, estar com a
cabeça no passado ou no futuro.
*Fotos de Maria Helena Andrés e da internet
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