sábado, 2 de junho de 2012

TAJ MAHAL


 O Taj Mahal é conhecido internacionalmente como o mais belo monumento dedicado ao amor. Uma das maravilhas do mundo, o Taj Mahal é um grande mausoléu em mármore branco, construído pelo imperador Shah Jahan em homenagem à sua amada esposa Muntaz Mahal, falecida em 1630, por ocasião de seu décimo quinto parto. O Taj guarda os restos mortais do casal. Nele trabalharam artesãos e artífices vindos de várias regiões do planeta. O arquiteto que planejou o conjunto arquitetônico veio do Irã e, sob sua orientação trabalharam artesãos vindos da Itália e da França, que se aliaram aos artistas locais. Sua construção teve início em 1631 e só ficou completa em 1653. O Taj Mahal representa a Índia, assim como a Torre Eiffel representa a França.
Shah Jahan tinha a intenção de construir um segundo Taj Mahal em mármore negro, uma imagem negativa do Taj branco, onde ele próprio desejava ser sepultado. Antes que ele embarcasse nesta outra construção, foi deposto por seu filho Aurangzeb. Shah Jahan passou o resto de sua vida no Forte de Agra, construído defronte ao Taj. Dali podia contemplar o Taj Mahal, onde estavam sepultados os restos mortais de sua amada esposa.

Um guia à frente indicava o caminho, contando fatos históricos, mas eu preferia observar sozinha o trabalho no mármore. Parece incrível que mãos humanas tenham esculpido e vazado a pedra dura, até transformá-la numa janela de renda! Enxerga-se por entre as frestas, a paisagem lá fora, os jardins e lagos que circundam o prédio.

De repente um som estranho, cristalino encheu o recinto. Parecia o coro de muitas vozes, mas era a voz de um indiano magro, que entoava o canto sagrado dos hindus. A grande torre circular parecia captar o som e devolve-lo em forma de eco, e o mantra OM, subia em espiral como uma revoada de pássaros e trombetas tocando. Meus ouvidos continuaram escutando por muito tempo esse canto e suas vibrações se expandiam através das janelas de mármore rendado. OM é a palavra sagrada dos yogues, e segundo acreditam, tem repercussão cósmica. Entoado dentro do Taj Mahal, ele ressoava com a força de uma orquestra misteriosa, cujos acordes se perdiam no infinito. A música, de todas as artes, é realmente a que mais emociona. Atinge imediatamente a alma, provocando adesão instantânea. Sua comunicação é rápida: sensibiliza e conduz à ação. Desperta no homem o sentimento de amor ou de violência, de serenidade ou agressividade, de pureza ou erotismo. Ela dá impulso e faz mover o mundo. A intensidade mística do OM, rompendo o silêncio do Taj Mahal, colocou-me em contato com a espiritualidade dos yogues. Naquele momento, percebi claramente o papel da arte como purificadora da humanidade que se massifica. A música é a forma de expressar a saudade que temos do absoluto. Ela nos eleva a um plano superior, além das coisas criadas, iluminando-nos com a pureza dos santos e a alegria das crianças. Devolve-nos o sentimento de Amor Universal, integrando-nos ao mundo e ao cosmos.

*Fotos de Maurício Andrés e da internet


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