Recebi de Maurício Andrés o texto sobre Rio +20, que
transcrevo abaixo:
“Um observador à distância
De conferência sobre sustentabilidade 
Vê ao longe o espetáculo, 
Como um astronauta contemplando a Terra.
É desnecessária sua presença física
Pois está conectado por vários meios:
Manchetes de jornais anunciam os fatos.
Na internet, surfa sobre artigos reflexivos, análises,
avaliações críticas. 
Nas redes sociais, anúncios buscam atrair o público para
eventos,
alguns curtem, comentam e compartilham.
A tevê lhe traz em casa matérias sobre segurança, trânsito
na cidade.
 Ele se nutre de
extratos de artigos, análises, avaliações.
Vê a conferência através dos olhos de comentaristas, 
articulistas, cientistas.
Participa ecologicamente:
Quieto em seu lugar, não causa a emissão de gases de efeito
estufa;
 reduz impactos sobre
o planeta.
 À distância, não tem
os inconvenientes do suor, 
dos deslocamentos desgastantes no trânsito.
Sua vivência é isolada, individual,  
ele tem tempo para refletir.
Está conectado no que ocorre no Rio 
Transformado numa ágora global 
O espaço público da feira e da política.
O cenário onde foi dada a partida
 E o espetáculo
começou.
II
São 50.000 atores.
 Parecem muitos,
 mas juntos
correspondem a menos de 
 0,00001% dos 7
bilhões de seres humanos.
Há 1000 palcos e eventos;
190 delegações de países ricos, emergentes ou pobres,
e 167 chefes de estado. 
Parlamentares, lideranças, sindicalistas, ativistas, 
Crianças, jovens e mulheres,
 indígenas,
 cientistas,
acadêmicos e estudantes,
 empresários,
consumidores, gestores, industriais, empreendedores, 
profissionais, religiosos, acadêmicos, formadores de
opinião.
agricultores, 
representantes de organizações não governamentais.
Há as emoções e a excitação da participação presencial; 
a imersão no ambiente, 
 a troca de energia
humana entre os atores e as platéias,  
congraçamento e 
interação social.
E também o suor, o trânsito, a aglomeração.
O Rio é nesses dias 
um microcosmo do mundo, 
Um ponto de encontro da variedade humana,
uma Babel de línguas, religiões, 
histórias, 
de culturas, idéias e de estágios de consciência. 
Entre os 99,99999% que não estão lá,
Uns acompanham as notícias. Outros, não.
III
No grande espetáculo da conferência,
há muita atividade e agitação. 
Autoridades negociam palavras e vírgulas,
tiram e põem colchetes em textos oficiais.
Divergem e buscam consensos. 
Entre os atores no meio do povo,
uns articulam, advertem, alertam, exortam; 
denunciam e criticam, 
reclamam, censuram, acusam, 
reivindicam, exigem.
Há quem faça discursos que 
entusiasmam, empolgam, energizam,
 inspiram,
conscientizam, sensibilizam,
 emocionam, comovem,
convencem.
Outros se auto-promovem em viagens egóicas.
Há quem fale e escute, dialogue,
Troque idéias, aprenda, ensine.
 apresente boas
práticas e exemplos.
Alguns se defendem, 
assumem compromisso, assinam pactos.
Lançam relatórios, fazem acordos, 
mostram serviço.
É intensa a atividade dos 0,00001% da humanidade
 que representam nos
palcos, tendas  e pavilhões. 
Enquanto isso, os demais 99,99999% 
seguem suas vidas
E alguns tomam conhecimento do que ali se passa, 
porque também há aqueles atores
 que fotografam,
gravam, registram, entrevistam,
Comentam e transmitem ao vivo,
tuitam e postam mensagens e imagens 
 e assim divulgam o
espetáculo.”
(Maurício Andrés WWW.ecologizar.com.br)
*Fotos da internet
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