terça-feira, 26 de junho de 2012


RIO + 20, UM OBSERVADOR À DISTÂNCIA I


Recebi de Maurício Andrés o texto sobre Rio +20, que transcrevo abaixo:

“Um observador à distância
De conferência sobre sustentabilidade
Vê ao longe o espetáculo,
Como um astronauta contemplando a Terra.
É desnecessária sua presença física
Pois está conectado por vários meios:
Manchetes de jornais anunciam os fatos.
Na internet, surfa sobre artigos reflexivos, análises, avaliações críticas.
Nas redes sociais, anúncios buscam atrair o público para eventos,
alguns curtem, comentam e compartilham.
A tevê lhe traz em casa matérias sobre segurança, trânsito na cidade.
 Ele se nutre de extratos de artigos, análises, avaliações.
Vê a conferência através dos olhos de comentaristas,
articulistas, cientistas.
Participa ecologicamente:
Quieto em seu lugar, não causa a emissão de gases de efeito estufa;
 reduz impactos sobre o planeta.
 À distância, não tem os inconvenientes do suor,
dos deslocamentos desgastantes no trânsito.
Sua vivência é isolada, individual, 
ele tem tempo para refletir.
Está conectado no que ocorre no Rio
Transformado numa ágora global
O espaço público da feira e da política.
O cenário onde foi dada a partida
 E o espetáculo começou.
II
São 50.000 atores.
 Parecem muitos,
 mas juntos correspondem a menos de
 0,00001% dos 7 bilhões de seres humanos.
Há 1000 palcos e eventos;
190 delegações de países ricos, emergentes ou pobres,
e 167 chefes de estado.
Parlamentares, lideranças, sindicalistas, ativistas,
Crianças, jovens e mulheres,
 indígenas,
 cientistas, acadêmicos e estudantes,
 empresários, consumidores, gestores, industriais, empreendedores,
profissionais, religiosos, acadêmicos, formadores de opinião.
agricultores,  representantes de organizações não governamentais.
Há as emoções e a excitação da participação presencial;
a imersão no ambiente,
 a troca de energia humana entre os atores e as platéias, 
congraçamento e  interação social.
E também o suor, o trânsito, a aglomeração.
O Rio é nesses dias
um microcosmo do mundo,
Um ponto de encontro da variedade humana,
uma Babel de línguas, religiões,
histórias,
de culturas, idéias e de estágios de consciência.
Entre os 99,99999% que não estão lá,
Uns acompanham as notícias. Outros, não.
III
No grande espetáculo da conferência,
há muita atividade e agitação.
Autoridades negociam palavras e vírgulas,
tiram e põem colchetes em textos oficiais.
Divergem e buscam consensos.
Entre os atores no meio do povo,
uns articulam, advertem, alertam, exortam;
denunciam e criticam,
reclamam, censuram, acusam,
reivindicam, exigem.
Há quem faça discursos que
entusiasmam, empolgam, energizam,
 inspiram, conscientizam, sensibilizam,
 emocionam, comovem, convencem.
Outros se auto-promovem em viagens egóicas.
Há quem fale e escute, dialogue,
Troque idéias, aprenda, ensine.
 apresente boas práticas e exemplos.
Alguns se defendem,
assumem compromisso, assinam pactos.
Lançam relatórios, fazem acordos,
mostram serviço.
É intensa a atividade dos 0,00001% da humanidade
 que representam nos palcos, tendas  e pavilhões.
Enquanto isso, os demais 99,99999%
seguem suas vidas
E alguns tomam conhecimento do que ali se passa,
porque também há aqueles atores
 que fotografam, gravam, registram, entrevistam,
Comentam e transmitem ao vivo,
tuitam e postam mensagens e imagens
 e assim divulgam o espetáculo.”

(Maurício Andrés WWW.ecologizar.com.br)

*Fotos da internet

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terça-feira, 12 de junho de 2012


FELICIDADE INTERNA BRUTA PARA TODOS


 “Rio + 20, Felicidade Interna Bruta.”
Este slogan, lançado ao mundo em 1972  pelo rei do Butão, está agora em pauta e vai constituir motivo de debate na próxima conferência Rio + 20. Deixar de lado a preocupação com o lucro e os valores materiais para buscar outros valores, é um grande passo no caminho da Paz sobre o Planeta Terra. Valorizar o ser humano, seu bem estar, sua felicidade unida à natureza é o que todos nós pretendemos neste tumultuoso início do século XXI.
Caminhar para a paz universal é deixar que a felicidade chegue a todos e não a um pequeno grupo de privilegiados.
O rei do Butão anteviu isto desde 1972, e o colocou em prática em seu pequeno país, situado nos Himalaias. Quando um repórter veio entrevistá-lo sobre o PIB de seu país, ele respondeu que este produto interno bruto (PIB) tão badalado no mundo ocidental, não era prioridade para ele. A prioridade era a paz e a felicidade para todos os seus súditos.
Hoje, intelectuais, antropólogos e cientistas do mundo inteiro, inclusive dois Prêmios Nobel, começam a estudar suas idéias, buscando adapta-las ao nosso ocidente materialista.

Transcrevo abaixo trechos do artigo de Heloísa Helvécia, publicado no jornal Folha de São Paulo, em 5 de junho:

“A felicidade entrou no debate da Rio + 20. A criação de uma alternativa ao PIB capaz de medir o bem estar dos países é o “assunto da hora”, segundo a antropóloga americana Susan Andrews, coordenadora aqui do projeto FIB (Felicidade Interna Bruta).
Sob patrocínio da ONU, o FIB butanês vem sendo recriado por um time de intelectuais. O grupo fez um questionário que sonda padrão de vida, governança, educação, saúde, vitalidade comunitária, proteção ambiental, acesso à cultura, uso do tempo e bem-estar psicológico. No Brasil, o FIB é mais do que um indicador, segundo Susan. É um catalisador de mudança social que tem o potencial de unir poder público, empresas e cidadãos para a felicidade de todos. É pensamento sistêmico na prática, diz a antropóloga graduada em Harvard, que é também mestre em psicologia e sociologia. E monja.
A monja junta ao currículo o título de embaixadora do FIB no Brasil, país para o qual ela veio por ocasião da Eco-92- e ficou.
Naquele ano, fundou o Parque ecológico Visão Futuro em Porangaba, a duas horas de São Paulo. É uma das primeiras ecovilas do país.
Segundo disse Banki-Moon, secretário-geral da ONU, a Rio+ 20 precisa gerar um “novo paradigma” que não dissocie bem-estar social, econômico e ambiental. Os três, para ele, definem a “felicidade global bruta”.
Susan Andrews acha que a introdução de indicadores mais sistêmicos já é um movimento mundial. É parte do espírito do tempo.”

Heloisa Oliveira, fotógrafa mineira, muito familiarizada com o Butão, esteve recentemente naquele país, preparando um filme sobre os costumes e o modo de viver daquele povo. Heloisa estará participando da Rio + 20 com um depoimento na conferência intitulada  “Cúpula dos Povos”. Sua abordagem sobre o FIB é importante devido ao fato de que a nossa fotógrafa de Minas Gerais esteve várias vezes no Butão e conheceu pessoalmente o rei daquele país.

*Fotos de Heloisa Oliveira

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sábado, 2 de junho de 2012


TAJ MAHAL


 O Taj Mahal é conhecido internacionalmente como o mais belo monumento dedicado ao amor. Uma das maravilhas do mundo, o Taj Mahal é um grande mausoléu em mármore branco, construído pelo imperador Shah Jahan em homenagem à sua amada esposa Muntaz Mahal, falecida em 1630, por ocasião de seu décimo quinto parto. O Taj guarda os restos mortais do casal. Nele trabalharam artesãos e artífices vindos de várias regiões do planeta. O arquiteto que planejou o conjunto arquitetônico veio do Irã e, sob sua orientação trabalharam artesãos vindos da Itália e da França, que se aliaram aos artistas locais. Sua construção teve início em 1631 e só ficou completa em 1653. O Taj Mahal representa a Índia, assim como a Torre Eiffel representa a França.
Shah Jahan tinha a intenção de construir um segundo Taj Mahal em mármore negro, uma imagem negativa do Taj branco, onde ele próprio desejava ser sepultado. Antes que ele embarcasse nesta outra construção, foi deposto por seu filho Aurangzeb. Shah Jahan passou o resto de sua vida no Forte de Agra, construído defronte ao Taj. Dali podia contemplar o Taj Mahal, onde estavam sepultados os restos mortais de sua amada esposa.

Um guia à frente indicava o caminho, contando fatos históricos, mas eu preferia observar sozinha o trabalho no mármore. Parece incrível que mãos humanas tenham esculpido e vazado a pedra dura, até transformá-la numa janela de renda! Enxerga-se por entre as frestas, a paisagem lá fora, os jardins e lagos que circundam o prédio.

De repente um som estranho, cristalino encheu o recinto. Parecia o coro de muitas vozes, mas era a voz de um indiano magro, que entoava o canto sagrado dos hindus. A grande torre circular parecia captar o som e devolve-lo em forma de eco, e o mantra OM, subia em espiral como uma revoada de pássaros e trombetas tocando. Meus ouvidos continuaram escutando por muito tempo esse canto e suas vibrações se expandiam através das janelas de mármore rendado. OM é a palavra sagrada dos yogues, e segundo acreditam, tem repercussão cósmica. Entoado dentro do Taj Mahal, ele ressoava com a força de uma orquestra misteriosa, cujos acordes se perdiam no infinito. A música, de todas as artes, é realmente a que mais emociona. Atinge imediatamente a alma, provocando adesão instantânea. Sua comunicação é rápida: sensibiliza e conduz à ação. Desperta no homem o sentimento de amor ou de violência, de serenidade ou agressividade, de pureza ou erotismo. Ela dá impulso e faz mover o mundo. A intensidade mística do OM, rompendo o silêncio do Taj Mahal, colocou-me em contato com a espiritualidade dos yogues. Naquele momento, percebi claramente o papel da arte como purificadora da humanidade que se massifica. A música é a forma de expressar a saudade que temos do absoluto. Ela nos eleva a um plano superior, além das coisas criadas, iluminando-nos com a pureza dos santos e a alegria das crianças. Devolve-nos o sentimento de Amor Universal, integrando-nos ao mundo e ao cosmos.

*Fotos de Maurício Andrés e da internet


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