sábado, 22 de outubro de 2011

GEORGE IVANOVICH GURDJIEFF

Dia 8 de outubro, com a sala lotada, foi apresentado um concerto de flauta e piano na Fundação de Educação Artística denominado “Viagem por lugares inacessíveis”. O concerto foi nos conduzindo para outra viagem para dentro de nós mesmos e nos fazia recordar também Gurdjieff, músico e viajante, que mais tarde se tornou um grande mestre.
Nascido na Armênia, então parte do Império Russo, Gurdjieff criou, no início do século 20, um sistema de ensinamentos que alia o treino intelectual a uma variedade de práticas, como meditação, música e dança. Influenciado pelas tradições orientais, como a dos sufis muçulmanos, ele chamava seu sistema de “trabalho sobre si”, enfatizando que o despertar espiritual se dá a partir de um esforço de perscrutar e transformar a si mesmo. “Uma frase emblemática de Gurdjieff é esta: ‘Não há injustiça no mundo’. “Tudo acontece exatamente como tem que acontecer. Se queremos mudar o curso de nossa vida, precisamos conhecer as forças que atuam sobre nós e, a partir dessa consciência, criar meios de nos libertarmos dessas forças”.
Gurdjieff dizia que a humanidade vive num estado de sono hipnótico, como se fôssemos todos sonâmbulos. Basta olhar para ver o quanto vivemos nesse estado de letargia, fazendo as coisas de forma automática, sem consciência. Quase todas as nossas ações são de natureza mecânica. Nossas ações e nossas relações também. Por exemplo, passamos a vida inteira preocupados com o que os outros acham de nós, com o que podem pensar a nosso respeito. E vamos agindo em função dessa identificação com a opinião do outro, buscando ganhar a sua aprovação. Agora, será que aquilo que o outro pensa de mim é tão importante assim? Aliás, será que ele realmente está pensando algo de mim? Na maioria das vezes a resposta é não. Mas eu não percebo isso. Assim como não percebo meu próprio corpo.
Ninguém se dá conta, mas estamos o tempo todo submetidos a milhares de tensões musculares inúteis, pura perda de energia. E essa tensão constante só existe por uma razão: achamos isso normal. É preciso rever esse desequilíbrio interno, tampar esses vazamentos de energia e atenção. E é aí que entra o que chamamos de “trabalho sobre si”. Se o ser humano quer, de fato, atingir todo o seu potencial, se quer sair desse estado vegetativo, despertar do sono que o escraviza, precisa buscar o conhecimento de si mesmo.
Gurdjieff era músico e compositor e deixou seguidores também músicos e compositores. Em Belo Horizonte, Artur Andrés Ribeiro juntamente com outros companheiros responsáveis  do Instituto Gurdjieff, buscam dar continuidade à obra de Gurdjieff não só através da prática de suas idéias, como também como intérpretes de suas músicas, tendo gravado juntamente com a pianista Regina Amaral: “Cantos e Ritmos do Oriente” (2000), “Música dos Sayyides e dos Dervishes” (2002) e “Hinos, preces e ritos” (2004), resultado de uma extensa pesquisa realizada a partir da obra musical de Gurdjieff e Hartman.
Artur Andrés Ribeiro foi graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais, com habilitação em flauta e em 2000 obteve o título de Doutor em Música por Defesa Direta de Tese. Com a pianista Regina Stela Amaral, sua esposa, forma, desde 1978, um duo de flauta e piano, tendo realizado inúmeros recitais, tanto no Brasil quanto no exterior.
Alexandre Andrés,filho do casal é músico e compositor e muitas vezes participa das apresentações.
Artur Andrés Ribeiro é membro fundador do UAKTI – Oficina Instrumental. O grupo UAKTI é nacional e internacionalmente reconhecido por meio de Cds, turnês de concertos, parcerias com grandes artistas e importantes premiações. Como compositor, Artur escreveu “Alnitak” e “Turning Point” (CD I Ching, 1994) e o “Segredo das Dezessete Nozes”, “Música para um Templo Grego Antigo” e “Trilogia para Krishna” (CD Trilobita, 1997).
Todas as composições são criadas em seu estúdio, na Fazenda da Barrinha em Entre Rios de Minas. Ali Artur, Regina e Alexandre, envolvidos pela energia da natureza, compõem suas músicas e, ao mesmo tempo, têm espaço para as “domingueiras” do Grupo Gurdjieff. Elas acontecem com a participação de todos, nos exercícios, no silêncio das meditações, na preparação das refeições e também nos círculos de auto- conhecimento. Tive a oportunidade de participar de alguns encontros do grupo e organizar uma experiência de arte coletiva. Num ateliê improvisado na varanda, 20 jovens pintaram em conjunto 2 grandes painéis.  
*Fotos de arquivo e da internet
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