sexta-feira, 10 de setembro de 2010

UAKTI EM INHOTIM

Venho acompanhando a trajetória do Grupo UAKTI, desde a sua criação em 1978. Por muitos anos eles tinham a sua sede, o seu pequeno ponto de referência no porão de uma casa situada no bairro dos Funcionário em Belo Horizonte. Ali também eu tinha o meu ateliê de pintura e, enquanto pintava, escutava os ritmos de percussão e a sonoridade da flauta soando aos meus ouvidos. Música e pintura se integravam dentro de criações diversas e, aos poucos fui percebendo a ligação mais profunda entre as cores, as linhas e os sons.
Acompanhei o UAKTI, viajei com a turma para os Estados Unidos e Europa.

No Guggenhein de N.York assisti às apresentações coroadas de sucesso e também os workshops para turmas de jovens estudantes americanos.
A interatividade sempre foi uma característica deste grupo. As pessoas se acercam, desfilam pelo palco, tocam os instrumentos. Há uma curiosidade em saber a história do grupo, como foram criadas as músicas e os instrumentos. A lenda do índio com o corpo cheio de furos continua a ser apresentada em várias regiões do planeta.
UAKTI é uma lenda que se torna viva através da música. Ela caminha pelo mundo, transmutando energias.
“Música dos deuses” foi como Maria Betânia se referiu a este grupo.

A música do UAKTI ganhou o mundo, depois o Brasil, mas não quis perder suas raízes.

O grupo considera Belo Horizonte como um lugar adequado para o desenvolvimento de um trabalho sério, sem as precipitações e dificuldades do eixo Rio- São Paulo.
Aqui eles podem criar, participar de reuniões e ao mesmo tempo estar junto dos familiares.

Minas Gerais é o lugar adequado para a criação artística, o recolhimento das montanhas favorece. Depois do trabalho pronto, ele está em condições de se atirar pelo mundo.
A receptividade ao grupo começou com o entusiasmo de Milton Nascimento. Ele acreditou num grupo que estava começando, gostou da sonoridade e convidou os músicos para participarem com ele de uma gravação.

Outro encontro de grande importância para o crescimento do grupo no mundo, foi a sua ligação com Phillip Glass, considerado o maior compositor americano da atualidade.
Com Phillip Glass o grupo viajou pela Europa, EUA e Canadá e brevemente seguirá para o México. Integrando músicos de diversos países, o CD Orion será apresentado este ano, em outubro, na capital mexicana. Neste nosso planeta conturbado pela violência, o grande concerto “Orion” continua buscando a integração e a paz.

Inhotim

Inhotim é um lugar privilegiado, enriquecido com o paisagismo de Burle Marx. Ali, Bernardo Paz criou um museu ao ar livre, considerado como o maior centro de arte contemporânea do mundo. Para isso reuniu artistas de renome e seus trabalhos estão distribuídos no meio da vegetação. Passear por Inhotim é captar os sons da natureza e, ao mesmo tempo, sentir o que de mais avançado existe em arte contemporânea.

A apresentação do Grupo UAKTI no dia 29 de agosto foi um programa que uniu a música às artes plásticas, realizando a síntese das artes prevista como forma de harmonização para o século XXI

Sentados na grama, os jovens sentiram esta integração.

Dali surgirão outros jovens músicos, também com o objetivo de levar a arte ao mundo em sua grande missão de paz.

Música de jovens talentos

Novas gerações vão surgindo, dando continuidade ao que foi criado anteriormente, para se estender ao longo do tempo, como uma orquestra vinda das montanhas.

Jovens músicos de 20 anos afinam os seus instrumentos para a música erudita e já estão sendo reconhecidos e premiados. Assisti ao concerto “Jovem músico” patrocinado pelo BDMG Cultural e voltei impressionada com a seriedade do grupo. Aqui vai um recorte dp Jornal Estado de Minas do dia 9 de setembro.

*Fotos de Márcio Reggis

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